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reportagem cultural

- Publicada em 21 de Junho de 2018 às 22:23

Do palco aos bastidores, mulheres ganham força

Grupo Três Marias incentiva a participação feminina na cultura

Grupo Três Marias incentiva a participação feminina na cultura


GUILHERME BRAGANÇA/DIVULGAÇÃO/JC
A busca da mulher por mais espaço na sociedade avançou nos últimos anos. No mundo das artes não é diferente e o protagonismo feminino ganha terreno a cada dia. Nesse contexto, emerge em Porto Alegre uma nova cena musical liderada por mulheres, em grupos, bandas e projetos coletivos. Além de subir ao palco para cantar e tocar, ocupa espaços também nas áreas técnicas nos shows.
A busca da mulher por mais espaço na sociedade avançou nos últimos anos. No mundo das artes não é diferente e o protagonismo feminino ganha terreno a cada dia. Nesse contexto, emerge em Porto Alegre uma nova cena musical liderada por mulheres, em grupos, bandas e projetos coletivos. Além de subir ao palco para cantar e tocar, ocupa espaços também nas áreas técnicas nos shows.
A temperatura aproximava-se dos 10°C na noite do dia 13 deste mês de junho. Dentro do Agulha, casa noturna de Porto Alegre, o coro - formado em grande parte por mulheres - cantava em alto e bom som o refrão: sou a Maria da Penha, não Maria Degolada/ sou a tua companheira, não a tua empregada/ esse tal de seu machismo tá com nada meu irmão/ mude a letra do teu samba que eu encerro a minha canção. O samba ovacionado a cada estrofe tratava-se de Veneno do café, criação da cantora, compositora e atriz Pâmela Amaro.
O show fazia parte de mais uma edição do Projeto Concha, que firma o seu compromisso de colaborar com a visibilidade de artistas mulheres, levando ao palco instrumentistas, compositoras e cantoras. Criado no início de 2018 pela produtora Alice Castiel, a iniciativa já promoveu shows com a dupla Vena; Raquel Leão; Letrux; Juçara Marçal e Luedji Luna.
O Concha consiste em um projeto independente, promovendo distintos gêneros: contemporâneo, eletrônico, experimental, rock, entre outros, desde que a mulher seja a protagonista. "O importante é que desafie o público, traga algo diferente e seja autoral", explica Alice, que considera os trabalhos diferentes entre si, sendo difícil compará-los. "Penso que as mulheres estão perdendo o medo de falar, de contar as suas histórias nas músicas."
Pâmela acredita que, para as mulheres criadoras - nas suas mais diversas formas e jeitos de ser - compor, tocar, cantar, protagonizar e empreender são movimentos que inspiram as demais. "Essa explosão de mulheres compondo e escrevendo nos atravessa de um modo a não nos deixar desistir ou calar." Para ela, as artistas revitalizam a música, propõem outras escutas e, acima de tudo, falam do próprio tempo.
Desde 2011 Pâmela canta, toca pandeiro e cavaquinho em bares da Cidade Baixa e em rodas de samba. Além disso, a compositora participa do Três Marias, grupo formado por Andressa Ferreira, Gutcha Ramil, Thayan Martins e Tamiris Duarte. O grupo completa cinco anos em 2018. "Isso representa, entre tantas coisas, meu amadurecimento como musicista. Aprendi e aprendo muito com todas elas e sei que esse aprendizado não tem limite." O trabalho das Três Marias é autoral, incluindo algumas parcerias. Traz no repertório tradições como capoeira angola, jongo, forró de rabeca, bumba meu boi, samba, afoxé e samba de coco.
A compositora nota que a recepção do público das Três Marias, sobretudo das mulheres, é acolhedora. Muitas, conta Pâmela, se dirigem ao grupo para dizer o quanto se sentem estimuladas a aprender a tocar um instrumento musical e a compor. "Essa receptividade é fundamental, porque dá movimento ao nosso trabalho, motiva a seguir e a buscar, sobretudo, compor sobre coisas de que precisamos falar e escutar."
Pesquisadoras e estudiosos da música identificam alguns coletivos de mulheres no passado, embora eles não se reconhecessem como feministas ou como um agrupamento que buscasse a ênfase no gênero. Mesmo assim, quase todas as entrevistadas para esta reportagem mencionaram nomes de artistas que, de certa forma, abriram o caminho para que a atual geração pudesse, hoje, buscar o protagonismo das mulheres.
Entre as grandes baluartes de Pâmela Amaro, estão Tia Ciata, as tias baianas, que abrigavam, cuidavam e mantinham o samba em seus terreiros; as jongueiras, compositoras, partideiras, intérpretes, percussionistas. Figuras como Zilah Machado, Dona Yvonne Lara, Leci Brandão, Elza Soares, Clementina de Jesus, Jovelina Pérola Negra, Alcione, Áurea Martins, Tereza Cristina e Nilze Carvalho também são lembrados como referenciais inspiradores para a integrante das Três Marias. "Aqui do meu lado, são várias as artistas que me inspiram: Mariete Fialho, Nina Fola, Maria do Carmo, Glau Barros, Negra Jaque, entre tantas, estão a todo momento apontando possibilidades de ser, estar, existir e criar. Uma fertiliza o trabalho da outra", afirma Pâmela.

Criação, território de poder


FREEPIK/DIVULGAÇÃO/JC
A reflexão crítica a respeito da atuação e da representação das mulheres na música não acontece exclusivamente nos palcos, mas também no universo acadêmico. A musicóloga e professora do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Isabel Nogueira, é um dos nomes que se dedicam a tal propósito. Ela coordena o Grupo de Pesquisa em Estudos de Gênero, Corpo e Música, e também participa do Grupo de Pesquisa em Criação Sonora e do Grupo de Pesquisa em Práticas Interpretativas, todos da Ufrgs.
É ali, com a participação de suas alunas, que Isabel pensa sobre os mecanismos que geram as invisibilidades. Ela explica que, assim que os estudos de gênero começaram a ser investigados, determinadas discussões ganharam impulso. Um deles diz respeito aos lugares na música em que as mulheres são mais aceitas do que os homens.
Ser cantora, por exemplo, é um deles, tanto que vários são os ícones que se destacam como tal, lembra Isabel. "O mesmo não ocorre com compositoras. Esta não é uma esfera bem vista como o lugar da mulher", diz, estendendo a limitação a funções ligadas à tecnologia e ao destaque de guitarristas e percussionistas. "Não podemos pensar que, se tem uma, está bom. Precisamos de várias mulheres."
Uma amostra concreta pode ser constatada no estudo publicado em 2017 pelo Grupo de Pesquisa em Estudos de Gênero, Corpo e Música. Nele, é possível apurar o número de mulheres nos cursos de Música (bacharelado e licenciatura) do Instituto de Artes da Ufrgs. Do total de alunos, 257 são homens e 97 são mulheres. Em cursos como os de piano, regência, cordas e sopros, música popular e composição, a disparidade é maior. Na música popular, por exemplo, são 123 homens para 30 mulheres. Por sua vez, nos cursos de canto, as mulheres são maioria. Para a professora, os números refletem uma desmotivação não explícita, uma espécie de proibição muda, que não convida a mulher a estar naquele lugar.
Isabel - que também é compositora e performer, além de trabalhar com música experimental e noize - está ciente de que nem toda a articulação feita entre mulheres na música adota uma postura política. Posto isto, a musicóloga observa diversos elementos que considera problemáticos nestes núcleos, como cantoras que lançam discos produzidos exclusivamente por homens - ou que sejam apenas eles os instrumentistas na banda - e que trabalhem com canções que reforcem o estereótipo da mulher submissa. "As mulheres precisam criar algo que tenha a sua cara e voz", defende.

O direito a novas representações

Após o show de Pâmela Amaro e sua banda (Thayan Martins, Alexsandra Amaral, Stefania Colombo e Vladimir Rodrigues), no Agulha, outro grupo formado por mulheres subiu ao palco. O Enxame - criado especialmente, para aquela edição do Projeto Concha - reuniu Aline Araújo, Clarissa Ferreira, Julia Pianta, Julia Pezzi e Nina Nicolaiewsky.
As integrantes incluíram no repertório canções interpretadas ou compostas por mulheres - algumas delas na plateia, escutando suas criações ganharem corpo nas vozes de suas parceiras. O clima era de mútua admiração, reconhecimento e afeto, demonstrações que se estenderam em depoimentos emocionados nas redes sociais por parte das artistas e do público presente naquela noite.
Durante o show, a violinista e etnomusicóloga Clarissa Ferreira executou, acompanhada de seu instrumento, a composição própria, Manifesto líquido: "Eu que me renda desse destino de prenda/contemporânea gueixa, gaucha, dar-se feito oferenda (...) a essência do cair da lágrima/ consentem ser matéria prima/ terços costuras rendas/ donas de espera/ tudo que oprima".
Clarissa participou por cerca de 10 anos em festivais de música nativista, musicais de grupos de danças tradicionais gaúchas, além de acompanhar cantores, cantoras e instrumentistas do segmento da música regional em seus trabalhos solo e autorais. Hoje, ela faz parte de projetos da cena musical porto-alegrense, como a Orquestra Feminina de Bateria e Percussão - As batucas, e de dois coletivos de mulheres artistas de Porto Alegre, As tubas e o já citado Enxame.
A partir de sua pesquisa, Clarissa reflete a respeito das representações visuais e performáticas do feminino na cultura gauchesca. A violinista explica que esse modelo está diretamente relacionado ao comportamento da mulher, chamada de prenda, associada à delicadeza, ao recato e com vestimentas que colaboram com esta imagem. "Onde a mulher gaúcha se encaixa no contexto cultural gauchesco do século XXI? Como se identificar com canções que refletem uma ideologia machista e ideias retrógradas do século XIX?", são algumas indagações que a Clarissa faz.
Movida por esse e outros debates, ela criou, em 2014, o blog Gauchismo líquido, no qual analisa e fomenta discussões sobre as construções identitárias musicais do Sul do Brasil. "Falo sobre tomarmos as rédeas do nosso lugar nessa cultura e contarmos, nós mesmas, sobre o que é ser mulher, visto que o direito ao discurso também é poder."
A pesquisadora leva em conta que o mercado da música foi quase que exclusivamente masculino. Mas Clarissa percebe que, nos últimos anos, o mercado musical tem aberto oportunidades às mulheres, como nos festivais, editais e projetos que objetivam priorizar a arte feita por elas. Mérito do movimento feminista, afirma a violinista, e de pautas que discutem a presença das mulheres nos meios social, político e artístico.

Eficiente técnica de som

Desde o início de sua inserção no universo musical, Alice Castiel procura manter uma postura condizente com a proposta do Projeto Concha, ou seja, abrir espaços para que mulheres das mais diversas áreas trabalhem nos shows. No entanto, com o tempo, ela percebeu que isso nem sempre é possível, já que existem espaços de difícil colocação para certas áreas, como a técnica de som.
A produtora entende que, de certa maneira, o ambiente desencoraja as mulheres. Ela mesma conta ter que respirar fundo em algumas ocasiões, ao fazer orçamentos para a produção. "As gurias reclamam que, às vezes, vão fazer um show por aí e não podem opinar no próprio som porque o técnico não gosta", lamenta Alice.
A situação é bastante familiar para a guitarrista, compositora e estudante de música popular da Ufrgs Isadora Martins. Parte do problema, segundo ela, deve-se à falta de modelos a seguir. "Quando uma mulher se interessa pela área técnica, percebe que quem opera é sempre um homem. Isso vai te deixando com uma pulga inconsciente atrás da orelha", explica.
Isadora começou a trabalhar em 2016 na equipe técnica do Vênus em Fúria - festival beneficente que arrecada fundos para o Girls Rock Camp Porto Alegre (colônia de férias com educação musical voltada para meninas de 7 a 17 anos, na qual aprendem a tocar instrumentos e formam uma banda com composição própria). Hoje em dia, a técnica de som atua em eventos que ajuda a produzir, como o Festival Sonora e o Ciclo Sônicas - todos eles com o foco de ressaltar o protagonismo da mulher na música.
O ambiente no qual Isadora opera costuma ser hostil. Ela reclama que "não acreditam que tu possas fazer um bom trabalho, nem os musicistas, nem o técnico da casa, ninguém envolvido no evento". Basta a profissional esboçar dúvida ou cometer um erro para gerar desconfiança. Enquanto os homens na mesma situação, lembra a guitarrista, escutam um "te ajudo, ninguém nasce sabendo".
Por outro lado, quando trabalha com mulheres, há motivos de sobra para Isadora se sentir grata, já que, por enquanto, sua vida profissional está ligada a essas articulações. "Foi graças às mulheres que me senti confiante para operar som. Acho que isso me ajudou a criar coragem. O incentivo delas me ajudou a continuar."
Alice comenta que não pretende assistir a uma plateia exclusivamente feminina ou apenas de mulheres no palco durante os shows do Projeto Concha. Enfatiza que é importante os homens ocuparem o lugar de coadjuvantes. "Quero que eles vejam o sucesso das mulheres, que as aplaudam."

Não mexe comigo

Canções do trio 50 Tons de Pretas destacam identidade da mulher negra

Canções do trio 50 Tons de Pretas destacam identidade da mulher negra


ROGÉRIO SOARES/DIVULGAÇÃO/JC
Criado em fevereiro de 2016, o bloco de Carnaval e coletivo feminista Não mexe comigo que eu não ando só levanta bandeiras bem definidas. Entre elas, a luta por igualdade de gênero, pelos movimentos sociais e pela ocupação dos espaços públicos. Cerca de 80 mulheres compõem a bateria, a harmonia e o "terror" (brincantes).
Gabriela Brack é integrante do GT (Grupo de Trabalho) Arranjo do bloco. Além de tocar o xequerê, também faz a regência de algumas músicas. Para ela, o maior impulso para a criação do Não mexe foi o reduzido número de mulheres percussionistas. O coletivo observou que, enquanto os blocos são compostos em sua maioria por mulheres, o mesmo não acontece nas baterias de escolas de samba.
Segundo Gabriela, tocar os instrumentos e se perceber capaz é um processo empoderador e gratificante. Ela conta que o bloco já realizou oficinas, contempladas por um edital do Fundo de Apoio à Cultura do RS. "Percebemos que muitas mulheres se sentem à vontade para experimentar esses instrumentos conosco, enquanto em meios masculinos elas não se sentem confortáveis para isso", destaca Gabriela.
Há cerca de um ano se apresentando juntas, o grupo 50 Tons de Pretas reconhece a importância de ocupar espaços na música. Formado por três mulheres negras - Dejeane Arruée, Graziela Pires e Monique Britto - em Campo Bom, no Vale do Sinos, incluem samba, soul music e MPB em seu repertório, além da própria autoria.
É neste campo que elas falam a respeito da identidade da mulher negra, suas conquistas e desafios, como nas canções Basta acreditar. A mais pura verdade, outra composição, traz na letra a estrofe "Preta, olha onde você chegou/ Pois um dia acreditou que a vida ia sorrir pra ti/ Preta, quantas vezes em transição/ Os olhares de negação da tua cor/ Da tua raça/ Da tua voz".
Monique, que cursa licenciatura em Música e dá aulas de canto, percebe que "só a existência das artistas negras na mídia e na arte já é, em si, um ato político de resistência". Indagada se o feminismo possui uma relação direta com o trabalho do trio, a musicoterapeuta e regente de corais Graziela afirma que sim, pois, para ela, levar um grupo de mulheres negras ao espaço onde antes a maioria era de homens revela um vínculo com o feminismo. Professora de música e regente, Dejeane conclui que elas estão à frente de tudo: cantando, produzindo, compondo e arranjando. Fazem esse trabalho pelas próprias mãos.

Redes como fortalecimento

É isso que o grupo de rap Conexão Katrina também faz. Composto por Nathiely Souza (Nathy Mc), Emily Karoline (Emily Mc) e Karina Machado (Tia Crazy), o trio buscou uma alternativa para que suas vozes e pensamentos tivessem espaço em uma cena dominada pelos homens. Assim como elas, outras redes estão se articulando na cena.
As composições de Nathy Mc tratam de suas vivências por meio do preconceito social e racial, dos estereótipos de gêneros e das relações dentro e fora do hip-hop. Emily e Karina também compõem, contribuindo com ideias e abordagens ao tema proposta na música, conta Nathiely, que é produtora cultural e fundadora da ONG Mulheres Guerreiras, no bairro Restinga.
Karoline lembra que as mulheres sempre fizeram parte da trajetória do hip-hop, mas não tinham reconhecimento. Ela acredita que a mulher trouxe um novo olhar sobre o que ocorre diariamente na periferia. "Vejo que precisamos de mais mulheres ativas no rap. Este movimento veio para mudar muitas vidas e representar mais esse lado que ainda é discriminado."
É preciso entender os mecanismos de dominação que todos perpetuam, e não apenas os homens. Assim, a musicóloga e professora do Instituto de Artes da Ufrgs Isabel Nogueira propõe a transgressão desses modelos, sobretudo porque tem pensado que, no presente contexto, a linguagem musical dominante vem de uma matriz europeia, portanto, colonializante. "Qual é a estrutura harmônica? Que acordes tu usas ou não? Com que tipo de melodia tu trabalhas?", questiona a pesquisadora, apontando que não existe neutralidade.
No entanto, a professora alerta que a transgressão, em geral, não é premiada: traz incômodo e outras reações comuns de quem está lidando com o outro lado do sistema. É justamente a partir deste ponto que algumas mulheres se sentem excluídas, sozinhas. "E, quando tu lidas com situações como essa, precisas estar preparada. Consequentemente, as articulações de mulheres se mostram tão importantes: tanto para o empoderamento umas das outras quanto para entendermos que não estamos sozinhas." 

Confira os trabalhos:

  • Projeto Concha: idealizado no início de 2018 pela produtora Alice Castiel, a iniciativa promove todo mês shows nacionais e locais que destacam o trabalho de mulheres compositoras. Os shows acontecem na casa noturna Agulha.
  • Grupo de Pesquisa em Estudos de Gênero, Corpo e Música: desenvolve trabalhos acadêmicos e artísticos a partir da reflexão sobre os estudos de gênero, corpo e música. Conta com a coordenação da musicóloga e professora Isabel Nogueira.
  • Grupo três Marias: formado por Andressa Ferreira, Gutcha Ramil, Thayan Martins, Pâmela Amaro e Tamiris Duarte, o Três Marias conta com um trabalho autoral e parcerias. O repertório contempla ritmos como jongo, forró de rabeca, samba, afoxé e samba de coco.
  • Conexão Katrina: composto por Nathy Mc, Emily Mc e Tia Crazy, o trio faz com que suas vozes e pensamentos tenham espaço no rap. As composições, como Mina boca braba, tratam de suas vivências por meio do preconceito social e racial.
  • Não mexe comigo que eu não ando só: bloco de carnaval e coletivo feminista formado por cerca de 80 mulheres que compõem a bateria, a harmonia e o "terror" (brincantes). Lutam por igualdade de gênero, pela valorização da cultura e pelos movimentos sociais.
  • 50 tons de pretas: grupo criado em 2017, em Campo Bom, é formado por Dejeane Arruée, Graziela Pires e Monique Britto. No repertório do trio, samba, soul music e MPB, mas, também, composições próprias que falam a respeito da identidade da mulher negra.
  • Grupo Enxame: formação pensada exclusivamente para a edição de junho do Projeto Concha, é composto por Aline Araújo, Clarissa Ferreira, Julia Pianta, Julia Pezzi e Nina Nicolaiewsky. Durante a apresentação, elas fazem leituras de poemas das poetas e executam músicas interpretadas ou compostas por mulheres.