A operação do Ministério Público envolvendo a fraude na Carris repercutiu durante a sessão plenária da tarde de ontem na Câmara Municipal de Porto Alegre. A maior parte do tempo de pronunciamento das lideranças da casa foi ocupada por declarações dos vereadores sobre o escândalo.
O vereador André Carús (PMDB) afirmou que a bancada peemedebista não tem relações com a fraude e que o acusado havia sido exonerado do Legislativo, onde atuava, ainda pela manhã. Carús admitiu que, do R$ 1,7 milhão desviado, R$ 9 mil foram destinados para a campanha eleitoral do partido em 2014 e R$ 3 mil, para a campanha de 2016. O primeiro valor teria sido doado pelo acusado usando o nome de uma pessoa falecida, e o segundo montante, por meio da identidade real do acusado.
Carús ainda afirmou que o PMDB apenas aceitou a doação pois não teria como saber do escândalo, e que apoia, “com toda energia e com todo suporte necessário, o avanço das investigações a fim de achar os responsáveis”.
Os vereadores Roberto Robaina (PSOL) e Rodrigo Maroni (Pode) foram mais incisivos nas críticas. “É uma ação que desmonta uma propriedade pública e fortalece a ideia de que uma empresa não pode ser estatal, tem que ser privada”, criticou Robaina.