Na primeira comemoração do Dia do Trabalho após a entrada em vigor da nova legislação trabalhista, a festa encolheu, um efeito principalmente do fim da contribuição sindical obrigatória. O evento que tradicionalmente reúne o maior público na data, realizado pela Força Sindical em São Paulo, perdeu R$ 500 mil em investimento. Na festa anterior, foram gastos R$ 2,5 milhões, valor que, na média, vinha sendo mantido havia alguns anos.
"Os sindicatos, que também bancam parte da festa, estão sem condições financeiras", justificou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. Neste ano, o número de carros a serem sorteados, um dos grandes atrativos do evento, que já chegou a ter público de mais de 1 milhão de pessoas, também diminuiu, e houve menos "estrelas" se apresentando no palco.
A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) também sentiu a mudança de cenário. Depois de ter feito uma festa grandiosa no Sambódromo de São Paulo no ano passado, a central não programou evento para ontem. "A ideia era repetir o formato (da comemoração), mas a reforma afetou nossa estrutura", disse Álvaro Egea, secretário-geral da CSB.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), que costuma fazer atos mais modestos, decidiu focar seus eventos pelo Brasil na defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso na Operação Lava Jato. A central programou atos em diversas cidades - em São Paulo, foi na Praça da República, mas o principal ato deste ano ocorreu em Curitiba, onde Lula está preso desde 7 de abril. A reforma trabalhista foi o principal alvo das críticas dos sindicatos nos eventos.