Usuários do Hospital Vila Nova, na Zona Sul da Capital, fizeram reclamações, no decorrer desta semana, referentes a um possível surto de sarna nas dependências do centro médico. Conhecida como escabiose crostosa - ou sarna norueguesa, em linguajar menos técnico - a enfermidade é altamente contagiosa e transmitida por contato direto, sem relação com eventual falta de higiene nos ambientes.
Segundo as denúncias, a disseminação teria tido início a partir de procedimentos inadequados na internação e isolamento de um paciente no setor 11, uma unidade recém-inaugurada. O problema já teria atingido vários funcionários e integrantes da equipe de enfermagem, além de um número indeterminado de pacientes. A Associação Hospitalar Vila Nova (AHVN), porém, garante que o surto está controlado e não tem a dimensão colocada nos relatos via redes sociais.
Segundo informações do corpo diretivo do hospital, o paciente deu entrada na segunda metade de abril, oriundo de uma casa de saúde para idosos. A internação se deu devido a uma disfunção respiratória, e a presença dos sinais na pele foi constatada durante o primeiro atendimento. Desde então, garante a direção da unidade, o doente foi isolado, como medida de precaução, e recebeu todos os medicamentos para a doença. Há alguns dias, o paciente acabou morrendo em decorrência de complicações - não relacionadas, reforça o hospital, com as erupções cutâneas verificadas nos exames iniciais.
De acordo com a enfermeira Francini Theiss, do setor de controle de infecções do Vila Nova, não foi confirmada de forma conclusiva a presença da chamada sarna norueguesa, sendo possível que o doente tivesse sido atingido por um fungo ou eczema. Para o diagnóstico preciso, seria necessária uma biópsia, que não foi realizada devido ao óbito.
Segundo a enfermeira, também não é possível determinar se o "pequeno surto" entre os profissionais tem relação direta com a situação específica. "É preciso deixar claro que o hospital recebe muitos pacientes, alguns deles internados há 15 dias ou mais", acentua. Da mesma forma, ela frisa que o uso de aparato de proteção foi seguido à risca, bem como os procedimentos necessários para diminuir ao máximo o risco de contágio - que, mesmo assim, acabou ocorrendo. Não há, por parte da AHVN, confirmação de quantos profissionais apresentaram sintomas, e a unidade descarta que haja risco de o problema se espalhar para os demais pacientes.
Os casos suspeitos entre o corpo funcional do Vila Nova foram encaminhados para atendimento de emergência e receberam medicação para combater as erupções. A presença deles trabalhando, afirma Francini, depende do grau de lesão de cada caso. "Os que tiveram verificado o problema em um estágio inicial receberam atestado e não estão atuando, evidentemente. Outros já passaram pelo período de contágio e estão desempenhando atividades dentro do hospital", enumera.