Karen Stein era gerente de loja em Porto Alegre e abriu um negócio na Irlanda

Gaúcha abre estúdio em Dublin especializado em fotografia de bebês


Karen Stein era gerente de loja em Porto Alegre e abriu um negócio na Irlanda

Quando todo o Brasil falava em Copa do Mundo de 2014 no Brasil e suas possibilidades de negócios, Karen Graziela Stein, que residia em Novo Hamburgo, decidiu largar o emprego em um shopping center em Porto Alegre e seguir para a Irlanda em 2011, junto com o namorado, na época. O casal queria estudar, conhecer outro país e idioma, cultura e voltar ao Rio Grande do Sul para, aí sim, tentar aproveitar oportunidades de um grande evento como o da Copa, conta a jovem, que tinha 29 anos quando aportou em Dublin.
Quando todo o Brasil falava em Copa do Mundo de 2014 no Brasil e suas possibilidades de negócios, Karen Graziela Stein, que residia em Novo Hamburgo, decidiu largar o emprego em um shopping center em Porto Alegre e seguir para a Irlanda em 2011, junto com o namorado, na época. O casal queria estudar, conhecer outro país e idioma, cultura e voltar ao Rio Grande do Sul para, aí sim, tentar aproveitar oportunidades de um grande evento como o da Copa, conta a jovem, que tinha 29 anos quando aportou em Dublin.
O Brasil acabou sendo barrado da briga pelo hexacampeonato na humilhante derrota por 7 a 1 para a Alemanha, e Karen nem chegou perto de Porto Alegre na competição. Ela decidiu ficar na Irlanda, deu duro para aprender o idioma, juntar dinheiro e montar seu próprio negócio. Em 2018, Karen se dedica ao estúdio de fotografia especializado em ensaios newborn (de recém-nascidos). “Me descobri como fotógrafa”, confessa a gaúcha, dona do Karen Stein Photography. Ensaios de casamento foram o foco inicial, mas o trabalho com os newborn conquistou a fotógrafa e o mercado irlandês. 
(veja outros cases de quem empreende pelo mundo aqui)
GE - Por que você escolheu a Irlanda para viver?
Karen Stein - Eu era gerente de loja em Porto Alegre. Aí eu e meu namorado, na época, que também trabalhava em loja, decidimos nos aventurar. Viemos para a Irlanda para aprender inglês - tinha estudado seis meses do idioma apenas, ficar um ou dois anos e depois voltarmos ao Brasil para atuar na Copa do Mundo de 2014. Não vim pensando em abrir um negócio. Mas me apaixonei pelo país, acabei ficando e descobri a fotografia.
GE - Como surgiu o seu negócio?
Karen - Me dediquei a estudar inglês, trabalhei em subempregos para juntar dinheiro, comprar equipamento e fazer cursos. Cheguei a trabalhar de graça para fotógrafos. Mas não era de graça, né, pois eles acabavam me ensinando e ganhei experiência. Era uma troca, ajudava e eles me ensinavam, mas faziam um trabalho mais tradicional.
GE - Como foi abrir seu negócio?
Karen - Montei meu próprio estúdio há dois anos, mas me preparei cinco anos para isso. Descobri o que é preciso para abrir empresas aqui, as taxas, etc. Precisa, por exemplo, ter passaporte europeu ou ter naturalização europeia, que autoriza a trabalhar em tempo integral. Visto de estudante, que era o que eu tinha, é de 20 horas semanais, então não poderia ter empresa. Acabei casando aqui, e meu marido me ajudou muito com a documentação para obter o stamp 4, que é um visto que dá permissão para trabalhar. Agora estou em processo para conseguir a cidadania irlandesa.  
GE - E como surgiu a ideia de se especializar em fotografia de recém-nascidos?
Karen - Comecei fazendo fotos de casamentos, mas com o tempo as noivas pediam para fazer imagens dos seus bebês. Acabava passando a outros fotógrafos. Um dia uma amiga me provocou a fazer este trabalho, fiz cursos, comecei a fotografar e me apaixonei. É um trabalho que exige muita técnica e segurança, pois ao lidar com os bebês para fazer as poses precisamos cuidar muito para não machucá-los. Hoje faço mais fotos de recém-nascidos do que de casamentos. Do fluxo de clientes, 80% vêm de indicações, de quem gostou do meu trabalho e me indicou aos amigos. É tudo resultado da atenção que eu dei.
GE - Quais dicas você dá a quem pensa em empreender na Irlanda?
Karen - Muita gente do Brasil me escreve para saber como é trabalhar aqui. Sempre digo: não adianta vir se não souber falar inglês. Não deixem para fazer curso aqui. Fiz isso e acabou atrasando o que eu queria. Para atuar com cliente final, precisa dominar o idioma. Sou autônoma, tenho contador que orienta sobre os pagamentos. Na minha atividade, é muito importante fazer seguro, que cobre danos com equipamentos e nos locais, pois atuo em hotéis onde ocorrem os casamentos. Pago taxas para ter paz e estar legalizada. Acredito que fazendo as coisas corretamente tudo acontece de forma certa e você só cresce. O brasileiro se dá muito bem aqui, é visto como muito criativo, simpático e que faz de tudo para deixar o cliente satisfeito e feliz.

FICHA TÉCNICA

QUEM: Karen Graziela Stein, 36 anos
ORIGEM: Novo Hamburgo (RS/Brasil)
DESTINO: Dublin (Irlanda)
NEGÓCIO: Estúdio Karen Stein Photography (fotografia)