Robson Hermes

Diversidade e inclusão sustentam as relações

Robson Hermes

O consultor gaúcho Filipe Roloff é "gerente de sucesso do cliente" da SAP Labs Latin America, multinacional de tecnologia com sede em São Leopoldo. Atualmente, lidera o Pride@SAP, grupo que discute diversidade e inclusão dentro da empresa. Através do trabalho que desenvolve, galgou reconhecimento internacional e, em 2017, foi escolhido como um dos 50 futuros líderes LGBTs mais influentes do mundo. A pesquisa, criada pelo jornal britânico Financial Times, é feita em parceria com a ONG Outstanding, que promove a diversidade dentro das empresas. No dia 7 de maio, Filipe esteve na UniRitter para ministrar o painel Diversidade nas organizações, e conversou conosco. Confira:
O consultor gaúcho Filipe Roloff é "gerente de sucesso do cliente" da SAP Labs Latin America, multinacional de tecnologia com sede em São Leopoldo. Atualmente, lidera o Pride@SAP, grupo que discute diversidade e inclusão dentro da empresa. Através do trabalho que desenvolve, galgou reconhecimento internacional e, em 2017, foi escolhido como um dos 50 futuros líderes LGBTs mais influentes do mundo. A pesquisa, criada pelo jornal britânico Financial Times, é feita em parceria com a ONG Outstanding, que promove a diversidade dentro das empresas. No dia 7 de maio, Filipe esteve na UniRitter para ministrar o painel Diversidade nas organizações, e conversou conosco. Confira:
GeraçãoE - Qual o principal norteador do Pride@SAP na empresa?
Filipe Roloff - O Pride SAP é um grupo criado em 2001, na Alemanha. Se norteia basicamente em trabalhar para criar um ambiente inclusivo na SAP para pessoas LGBT. Basicamente, para diminuir o preconceito.
GE - Existem outros grupos na SAP que representam outras minorias?
Filipe - Sim, por exemplo, o Women Business Network, rede de mulheres de negócios em relação à igualdade de gênero; o Ethnicities SAP, de etnias e raças; o Generations SAP, que trabalha as diferentes gerações. Existe, inclusive, na Alemanha, onde é mais difundido, um grupo de veganos. Para todo grupo de afinidade, de populações que sofram algum tipo de preconceito ou status quo que precisa mudar para se ter uma melhor aceitação das pessoas, a gente cria grupos para fazer a empresa ser melhor para eles.
GE - Por que as empresas têm de discutir a diversidade e a inclusão?
Filipe - As empresas precisam entender primeiro o quão diversas elas são e, a partir disso, o que estão fazendo de certo ou errado para trazer as populações, as mais diferentes possíveis, para dentro da empresa. Porque empresas mais diversas, onde pessoas diferentes se comunicam bem, conseguem criar soluções para problemas em conjunto, são mais inovadoras que as mais homogêneas e não inclusivas.
GE - A produtividade de uma minoria é afetada em um ambiente não aberto à diversidade?
Filipe - Bastante. Por exemplo, quando a pessoa LGBT não pode ser explícita com relação a quem ela é, à sua orientação sexual, gasta tempo tentando inventar desculpas ou falar de uma forma diferente para não ser excluída no ambiente de trabalho. A pessoa LGBT gasta tempo tentando invisibilizar (aspectos da identidade) para se manter dentro do padrão que a empresa, que não é diversa e inclusiva, exige.
GE - Como um LGBT pode trabalhar o tema em uma empresa não aberta à diversidade?
Filipe - A coisa principal é começar a juntar pessoas que pensem igual a ela e que queiram falar sobre o assunto. Às vezes, a força de ter mais pessoas querendo aquilo dentro de uma empresa é muito maior e fala muito mais que uma pessoa só. Trazer exemplos de outras empresas que fazem isso e mostrar os resultados obtidos, procurar empresas que sejam da mesma área para mostrar que é possível. E também trabalhar num convencimento das altas gerências do resultado que a diversidade traz ou, pelo menos, dos problemas que se pode ter se não trabalhar o assunto, como gastos legais, perda de talentos ou dificuldade de absorvê-los.
GE - O que muda quando um funcionário encontra um grupo receptivo?
Filipe - A pessoa começa a criar laço afetivo com essa empresa. E, assim, sente como um lugar bom para estar, às vezes, como a segunda casa. Ou, por exemplo, em ambientes mais inclusivos, onde essas populações vulneráveis e invisibilizadas são empoderadas. Elas entendem que são tão capazes quanto as demais pessoas, e começam a querer ser mais inovadoras e trazer mais seu ponto de vista.
GE - Qual a sua projeção com relação à diversidade nos ambientes corporativos?
Filipe - Acho que a diversidade e a inclusão estão vindo como a sustentabilidade veio antes, na questão ecológica. Porque essa pauta nada mais é que a sustentabilidade nas relações humanas. Eu acredito que as empresas que excluem, ou não incluem as pessoas, vão acabar falindo, vão ficar para trás. É uma questão de tempo.
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