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Dia da Indústria

- Publicada em 14 de Maio de 2018 às 15:28

'Queremos liberdade de comércio', diz presidente da Farsul


TIAGO FRANCISCO/FARSUL/DIVULGAÇÃO/JC
Em dezembro do ano passado, uma ligação virou a vida do veterinário e produtor rural Gedeão Pereira de cabeça para baixo. Com a morte do então presidente da Farsul, Carlos Sperotto, o cargo de maior liderança do agronegócio gaúcho foi imediatamente transferido para o bageense, que há praticamente 20 anos fazia parte da diretoria da entidade, boa parte desse tempo como vice-presidente. Na gestão, o ruralista mescla o respeito à herança do grande amigo com seu próprio estilo para conduzir a Farsul.
Em dezembro do ano passado, uma ligação virou a vida do veterinário e produtor rural Gedeão Pereira de cabeça para baixo. Com a morte do então presidente da Farsul, Carlos Sperotto, o cargo de maior liderança do agronegócio gaúcho foi imediatamente transferido para o bageense, que há praticamente 20 anos fazia parte da diretoria da entidade, boa parte desse tempo como vice-presidente. Na gestão, o ruralista mescla o respeito à herança do grande amigo com seu próprio estilo para conduzir a Farsul.
Jornal do Comércio - Este é um ano de números expressivos no agronegócio, mas também de tensão, especialmente com o Mercosul. Como é a relação do agronegócio brasileiro com o bloco econômico?
Gedeão Pereira - A concorrência é desfavorável com o Mercosul, especialmente em algumas culturas como leite, trigo e arroz. No arroz temos a pressão do Paraguai, que está mais competitivo. No leite, sofremos a concorrência forte do Uruguai. Nossa proposta é um aprofundamento do Mercosul, para que possamos exercitar o bloco econômico em sua plenitude, sem fronteiras, a exemplo do bloco europeu. Queremos competir em igualdade de condições, buscando fora um produto químico que, mesmo fabricado no Brasil, é mais barato nos países vizinhos. Ou um trator, um implemento, uma tecnologia. E eles poderiam acessar o que temos de mais barato, como os combustíveis. Queremos liberdade de comércio em tudo.
JC - O agronegócio amarga o custo Brasil. É possível reverter esse ciclo?
Pereira - O problema é muito sério. O Estado brasileiro se tornou atividade fim, as três esferas são ineficientes e estamos pagando um preço alto por isso. O Brasil precisa ter a coragem de discutir essa situação. O emaranhado burocrático foi criado para sustentar esse sistema, que se retroalimenta. Isso é custo Brasil. Aconteceu o mesmo com a Argentina e Uruguai, que também perderam a eficiência.
JC - Como os problemas de infraestrutura para o escoamento da produção interferem no desempenho do agronegócio?
Pereira - O Estado cumpre mal, ou não cumpre, as ações que são exclusivas e fundamentais do poder público, como saúde, educação e infraestrutura. No Rio Grande do Sul as hidrovias e ferrovias são precárias, mas até temos estradas razoáveis, como BRs e RSs. Porém, quando olhamos as vias municipais, que servem as propriedades, a coisa fica caótica e perdemos em competitividade. O porto do Rio Grande, com seus problemas de dragagem e calado, também é um entrave. Estamos amarrados e afundando com a infraestrutura precária oferecida pelo Estado e pelo País.
JC - Pesquisa e tecnologia, com melhoramento genético e de sementes, são o caminho para que o agronegócio continue a crescer?
Pereira - Não existe mais agronegócio sem pesquisa e tecnologia. As empresas privadas investem em pesquisa, especialmente nas áreas de soja e milho. A Monsanto domina esse mercado e lança novidades formidáveis. É perigoso ficar na mão de uma única empresa? Sim, muito perigoso. Mas é a tendência do mundo: nós pulverizados e os oligopólios dominando a pesquisa. São cinco ou seis empresas químicas no mundo que decidem os destinos da agricultura global. A saída seria a pesquisa dos órgãos públicos como Embrapa e Conab, mas não fazemos frente. A nossa universidade não tem histórico de pesquisa voltada para as questões práticas do desenvolvimento, como a universidade americana.
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