Diante da paralisação dos caminhoneiros, que se mantém mesmo após anúncio de
acordo pelo governo federal e que afeta diversos setores no Rio Grande do Sul, o desabastecimento começa a atingir as revendedoras de gás do Estado. A estimativa do Sindicato das Empresas Distribuidoras, Comercializadoras e Revendedoras de Gases em Geral do Rio Grande do Sul (Singasul) é de que, se a greve continuar, 90% das cidades gaúchas não terão mais gás liquefeito de petróleo (GLP) a partir de hoje.
De acordo com o presidente do sindicato, Ronaldo Tonet, cidades de grande porte como Porto Alegre e Pelotas já não possuem mais o insumo. Diferentemente do que aconteceu com a gasolina, que antes de esgotar nos postos os consumidores correram para garantir um último abastecimento, o mesmo não pode se aplicar ao gás de cozinha, já que o mesmo necessita da embalagem do botijão, lembra Tonet.
Em levantamento feito pela entidade na manhã desta sexta-feira (25), as revendedoras consultadas ou não tinham gás, ou já estavam no final do estoque.
Algumas revendedoras da Capital estão fazendo lista de espera antecipada para os consumidores dos botijões de 13 quilos. O problema de distribuição atinge mesmo as revendedoras que ainda possuem estoques, já que a situação esbarra em outro problema, que é a falta de combustível nos caminhões que fariam a entrega aos consumidores.
A escassez do insumo gera alerta também em condomínios residenciais que utilizam gás central. Moradores da Capital relatam que os prédios não puderam ser reabastecidos durante a semana e que diversos prédios estão racionando o uso do combustível.
Encerrados os protestos, o Singasul estima que a situação levaria ainda em torno de duas semanas para ser normalizada.