Foram quatro meses de seleção para encontrar as 16 empresas com maior potencial de crescimento no Rio Grande do Sul. E, de quebra, escolher os empreendedores que participarão da edição de 2018 do Scale-Up, programa de aceleração realizado pela Endeavor, organização global de apoio a empreendedorismo e empreendedores de alto impacto.
A iniciativa tem duração de sete meses e conecta empreendedores a uma rede de mentores para apoiar o crescimento de seus negócios. “Temos quase 80% de mortalidade das startups. É uma tarefa árdua conseguir passar vale da morte, e conseguir ter uma solução já validada pelo mercado e conseguir escalar. Por isso, precisamos apoiar essas operações que chegaram a esse outro nível de maturidade”, comenta a coordenadora da Endeavor no RS, Milena Dalacorte.
As scale-ups são uma espécie de irmãs mais velhas das startups, que já superam a fase de colocar a operação de pé, modelar o negócio e entender o produto que vai ofertar, e para que tipo de público. Estão nessa categoria as empresas que crescem pelo menos 20% ao ano em faturamento ou número de funcionários, e que conseguem esse resultado por, pelo menos, três anos consecutivos.
Outra peculiaridade, explica Milena, é que essas operações conseguem se tornar escaláveis por questões internas, como o seu modelo de negócios, e não externas. “Uma fabricante de bebidas pode ter um aumento considerável nas vendas durante a Copa do Mundo, mas isso aconteceu por uma situação específica, e não por ter um negócio estruturado internamente para isso”, exemplifica.
Os desafios das scale-ups são diferentes dos vividos pelas startups, e é isso que será endereçado pela Endeavor. É o momento de se preparar para receber investimentos, reter talentos, estruturar a máquina de vendas e criar um modelo robusto de gestão e governança. “O empreendedorismo de alto impacto é um dos principais motores do crescimento econômico e é nesse perfil de operação que a estamos mirando”, relata a gestora.
A primeira etapa gaúcha do programa acontece essa semana, e reunirá mentores da rede da Endeavor que vão entrevistar os empreendedores participantes e entender melhor o desafio que vai ser trabalhado ao longo do ano. Mais de 300 mentores devem acompanhar essas empresas até o final de 2018. O programa envolve ainda encontros individuais e coletivos, onde são discutidos desafios comuns a todos.
“Ao final deste período, a nossa expectativa é conseguir ter conseguido impactar verdadeiramente o crescimento destes negócios”, comenta Milena. No ano passado, foram 250 scale-ups aceleradas pela Endeavor em todo Brasil e os números surpreendem: 55% delas aumentaram o faturamento e 50% o número de funcionários, além de um total de 4 mil postos de trabalho criados.