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Economia

- Publicada em 02 de Maio de 2018 às 22:12

Cresce pressão para governo explicar venda de ações do Banrisul

Governo obteve R$ 537 milhões na venda de ações em duas operações em abril

Governo obteve R$ 537 milhões na venda de ações em duas operações em abril


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Patrícia Comunello
Cinco dias depois da venda na bolsa de valores de São Paulo de 2,9 milhões de ações ordinárias (com direito a voto) do Estado no Banrisul, a segunda operação em menos de um mês, cresce a pressão de entidades sindicais e parlamentares da oposição para cobrar explicações do governo de José Ivo Sartori (PMDB). As duas vendas somaram R$ 537,4 milhões – R$ 484,9 milhões na negociação de 26 milhões de ações preferenciais, em 10 de abril, e R$ 52,2 milhões na sexta-feira passada. Nessa quarta-feira (2), a Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público se reuniu para avaliar medidas.
Cinco dias depois da venda na bolsa de valores de São Paulo de 2,9 milhões de ações ordinárias (com direito a voto) do Estado no Banrisul, a segunda operação em menos de um mês, cresce a pressão de entidades sindicais e parlamentares da oposição para cobrar explicações do governo de José Ivo Sartori (PMDB). As duas vendas somaram R$ 537,4 milhões – R$ 484,9 milhões na negociação de 26 milhões de ações preferenciais, em 10 de abril, e R$ 52,2 milhões na sexta-feira passada. Nessa quarta-feira (2), a Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público se reuniu para avaliar medidas.
O Ministério Público de Contas (MPC) também se movimenta e enviou ofício, na segunda-feira, à direção do banco solicitando esclarecimentos. O procurador-geral avalia o mesmo pedido a ser feito ao governo, que responde pela gestão e decisão de venda. Dando prazo de cinco dias, o procurador-geral da área, Geraldo Da Camino, solicitou informações, estudos e avaliações sobre os valores das vendas.
Da Camino atende a pedido feito pela deputada estadual Juliana Brizola (PDT) na segunda. Juliana pediu ainda à presidência do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que seja feita auditoria urgente das vendas e concedida uma liminar para suspender a transferência das ações aos compradores.
A direção do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (Sindbancários) defendeu, na reunião da frente, a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O grupo com sindicatos de trabalhadores e deputados decidiu, por enquanto, que vai enviar à Casa Civil do governo solicitação de esclarecimento sobre “aspectos nebulosos dos leilões dos papéis do banco estadual”. No fim da tarde de ontem, a frente se encontrou com o procurador-geral do MPC para reforçar a necessidade de medidas em relação aos procedimentos.
Entre os argumentos estão desde o fato de não ter havido divulgação prévia na última venda – na primeira ocorreu anúncio um dia antes –, impacto para a gestão do banco e condições de venda. Nas duas negociações, os valores mínimos ofertados, e que foram os finais dos negócios, estavam abaixo dos preços de fechamento anteriores ao dia dos leilões. O governo emitiu notas públicas nas duas datas de oferta e apontou a crise das finanças públicas como motivo para se desfazer das ações. Mesmo com a transferência dos papéis para investidores privados, o Estado mantém o controle do capital, exigência da legislação estadual.

O que diz o governo estadual

Na manhã desta quinta-feira (3), o governo estadual divulgou nota oficial intitulada "Governo alerta para versões falsas sobre venda de ações do Banrisul". Confira a seguir a íntegra: 
"Ao contrário de versões infundadas da oposição e de setores diretamente interessados, a decisão de venda das ações do Banrisul, em suas últimas duas operações (dias 10 e 27 de abril), foi transparente e bem-sucedida. As ofertas públicas cumpriram absolutamente todas as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da legislação aplicável. 
O valor de adquirência ficou bem acima do que previam alguns analistas, superando, inclusive, o valor do patrimônio líquido. O resultado preserva o interesse público do estado do Rio Grande do Sul e consolida a posição do banco no mercado, devido à solidez de seus resultados. Cumpre, ainda, a decisão do governo de não vender as ações do banco a qualquer preço.
É inverídica a informação de que apenas um comprador “levou 70% das ações ofertadas”. Mais de 350 investidores, aí incluídas inúmeras pessoas físicas, adquiriram ações no dia do leilão, o que comprova a absoluta lisura e transparência do processo. Assim como foi feito até aqui, o governo do Estado continuará observando todas as regras técnicas e fornecendo todas as informações necessárias aos órgãos de controle.
É preciso alertar a população de que interesses políticos e financeiros eventualmente contrariados tentam criar versões falsas sobre este assunto. O governo continuará buscando o equilíbrio financeiro do Estado e preservando, como acionista majoritário, o papel econômico-social exercido pelo Banrisul."

As duas operações de venda de ações na B3

1. Dia 10 de abril
  • Volume: 26 milhões de ações preferenciais
  • Valor obtido: R$ 484,9 milhões (R$ 18,86 por ação)
2. Dia 27 de abril
  • Volume: 2,9 milhões de ações ordinárias (BRSR3)
  • Valor obtido: R$ 52,5 milhões (R$ 17,65 por ação)
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