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Cultura

- Publicada em 10 de Maio de 2018 às 10:12

Fábula do conflito: Insetos, atração Palco Giratório Sesc, celebra 30 anos da Cia. dos Atores

Insetos, da Cia. dos Atores, é atração do Palco Giratório Sesc

Insetos, da Cia. dos Atores, é atração do Palco Giratório Sesc


ELISA MENDES/DIVULGAÇÃO/JC
Cristiano Vieira
Paralelos entre a natureza, a política e a sociedade contemporânea se cruzam na montagem Insetos, que a premiada Cia. dos Atores apresenta nesta sexta-feira e no sábado, às 19h, no Teatro do Sesc Centro, como parte da programação do Palco Giratório Sesc 2018. Os ingressos custam entre R$ 10,00 e R$ 20,00.
Paralelos entre a natureza, a política e a sociedade contemporânea se cruzam na montagem Insetos, que a premiada Cia. dos Atores apresenta nesta sexta-feira e no sábado, às 19h, no Teatro do Sesc Centro, como parte da programação do Palco Giratório Sesc 2018. Os ingressos custam entre R$ 10,00 e R$ 20,00.
Com dramaturgia de Jô Bilac e direção de Rodrigo Portella (o mesmo de Tom na Fazenda, outra aguardada atração do Palco Giratório neste fim de semana), Insetos coloca no palco 12 quadros que se entrelaçam formando a narrativa, na qual o autor fala sobre medo e manipulação. Insetos celebra, ainda, os 30 anos de trajetória da Cia. dos Atores - em cena, estão quatro fundadores da companhia: Cesar Augusto, Marcelo Olinto, Marcelo Valle e Susana Ribeiro.
Como uma fábula, o texto costura ações entre a natureza e questões políticas e sociais da atualidade. Evoca, deste modo, comportamentos coletivos e individuais que vão sendo revelados na voz de diferentes insetos: cigarra, gafanhoto, barata, louva-a-deus, besouro, mariposa, borboleta, mosquito, cupim e formiga, entre outros.
Marcelo Olinto, ator e fundador da Cia. dos Atores, salienta que os insetos são uma metáfora para abordar a sociedade. "Falamos muito de convivência - conseguimos viver com o diferente? Por isso temos em cena gafanhoto, besouro e mosquito, seres diferentes, mas num mesmo ambiente", relata. As 12 cenas compõem um mosaico, segundo Olinto, no qual o público vai montando um novo olhar sobre o ser humano a partir da interação entre os insetos que passam pelo palco.
Há um efeito gatilho na ação: uma situação de êxodo gera um desequilíbrio imenso na natureza. Há escassez, tirania e guerra. O colapso está instaurado. Os gafanhotos tentam destruir tudo, mas se veem diante de uma nova ordem imposta pelo louva-a-deus. Nesse universo, o olhar sobre o humano ganha uma nova perspectiva, atravessada pela realidade dos insetos.
A desarmonia da natureza transforma os problemas da vida animal em guerras, derrocadas econômicas, preconceitos e outros empecilhos que abalam a vida de todos. Ao projetar nos insetos as fraturas da existência dos racionais, procura-se a representação de um mundo em outro, como espelho da realidade.
A encenação ocorre com velocidade. Os pneus do cenário - tão bem desenhado, por sinal, por Beli Araújo e Cesar Augusto - são coadjuvantes na dinâmica da composição visual, e os figurinos de Marcelo Olinto se comportam como acessórios miméticos ao lado da preparação corporal de Andrea Jabor.
"A fábula retrata, de forma muito concreta, o mundo real. Não colocamos respostas no texto, mas sim questões para gerar debate", retrata o ator, também responsável pelo figurino de Insetos.
Olinto salienta que, há quatro meses, quando começou o processo criativo da peça, o quadro sócio-político do Brasil era outro. "Desde então, tivemos o assassinato de Marielle Franco, o julgamento a respeito do foro privilegiado. Essa realidade vai colando no texto, não tem como ignorar", avisa ele.
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