Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Livros

- Publicada em 03 de Maio de 2018 às 22:26

Vida além da ficção

Gigante figura (Livros do Riacho, 176 páginas), do professor universitário e escritor Fabrício Silveira, é sua primeira narrativa de ficção. Silveira é autor de Grafite expandido e rupturas instáveis (Modelo de Nuvem, 2012); Entrar e sair da música pop (Libretos, 2013); e Música pop e cultura underground em Manchester (Belas Letras). A obra apresenta desenhos noir de Denny Chang.
Gigante figura (Livros do Riacho, 176 páginas), do professor universitário e escritor Fabrício Silveira, é sua primeira narrativa de ficção. Silveira é autor de Grafite expandido e rupturas instáveis (Modelo de Nuvem, 2012); Entrar e sair da música pop (Libretos, 2013); e Música pop e cultura underground em Manchester (Belas Letras). A obra apresenta desenhos noir de Denny Chang.
A história é inspirada na vida de Ugo Battista, considerado o homem mais alto do mundo em apresentações circenses na passagem do século XIX para o XX. A trajetória fascinante de Battista, nascido em Vinadio em 1876, no Norte da Itália, e falecido em Calgary em 1916, em plena Belle Époque, no dizer da jornalista e escritora Julia Dantas, na apresentação, é um daqueles casos em que a vida supera a ficção. Diz Julia que o autor não fez mera biografia e, sim, utilizou a rica matéria-prima para elaborar literatura das boas, com narrativa estruturada de modo engenhoso, linguagem precisa e estilo envolvente, além de unir entretenimento com qualidade técnica irrepreensível.
Battista era lenhador e tornou-se atração de circo, virando uma espécie curiosa de celebridade no período de transição para o mundo moderno. Ficou conhecido como o "Gigante dos Alpes Marítimos" e testemunhou acontecimentos marcantes da Europa e dos Estados Unidos. A história de Battista serviu para uma leitura afiada e analítica do que era uma sociedade urbana estabelecida em padrões do corpo e comportamento. Silveira diz que fez um exercício de transficcionalidade, no qual um personagem real é atravessado por ficções no contexto do surgimento dos freak shows. O autor consultou livros e filmes sobre o período. A narrativa de Silveira é atravessada por outra narrativa de ficção, o breve romance biográfico Figura gigante, escrito pelo crítico literário italiano Nico Orengo sobre a vida de Ugo Battista.
O escritor Daniel Galera escreveu sobre a obra: "a linguagem adotada é curiosa e bem particular, uma espécie de ficção enciclopédica, não no sentido de ser prolixa e transbordante de situações e detalhes, mas no sentido de sua condensação: o desenvolvimento da ação é sucinto, sóbrio, quase analítico. Existe uma tensão no estilo do texto: uma narrativa histórica temperada de ficção, de caráter quase fantástico, mas narrada com uma certa frieza de historiador. O resultado é original e intrigante".
Deve ser saudada a estreia literária de Fabrício Silveira, madura e promissora.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO