Tal como na vida das empresas, as diferentes gerações hoje estão presentes em sala de aula, especialmente nas universidades. Essa convivência, entre professores e alunos de todas as faixas etárias, muda uma série de aspectos no tradicional tripé: ensino, pesquisa e extensão. Atualmente, os benefícios desse convívio começam a ser notados com mais nitidez. Muitos fatores explicam essa nova realidade do Ensino Superior, como a permanência no mercado de trabalho, a necessidade de atualização, o envelhecimento da população, a relativa democratização do acesso e o histórico preconceito que divide a sociedade entre os sem e os com diploma.
Por ilustração, segundo uma pesquisa conservadora da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), este critério aponta para uma diferença salarial no Brasil superior 140%, ao passo que na Suécia, Estônia e Noruega a diferença é inferior a 25%. Por essa e outras razões, o diploma universitário segue sendo um divisor de águas na vida dos brasileiros. O grande desafio, nesse contexto, é propiciar a sinergia dentro da sala de aula, combinando as competências diversas das pessoas em favor do melhor aprendizado.
De um lado, é nítida a vantagem dos mais jovens em relação à utilização de novas tecnologias: adaptação às ferramentas de ensino a distância, aplicativos, softwares etc. De outro, a bagagem da maior experiência de vida ilumina novos caminhos, viabiliza a optimização do tempo e reduz a ansiedade do grupo.
Essa tendência iniciada nas últimas décadas em solo brasileiro tem tudo para se ampliar nos próximos anos. E os efeitos positivos dessa integração intergeracional atingirão toda a sociedade, de uma maneira profunda, demonstrando mais uma vez o papel inclusivo da educação em nossas vidas.
Professor adjunto da Faculdade de Direito/Pucrs