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Geral

- Publicada em 10 de Abril de 2018 às 00:16

Envelhecimento da população exige ampliação da rede oncológica

Hospital Santa Rita conta com uma das unidades de alta complexidade

Hospital Santa Rita conta com uma das unidades de alta complexidade


/CLAITON DORNELLES/JC
Suzy Scarton
Aos poucos, as neoplasias caminham para se tornar a principal causa de morte no Brasil, superando as doenças cardiovasculares. O Instituto Nacional do Câncer prevê que, em 2018, serão registrados mais de 600 mil novos casos de câncer no País. Com exceção do câncer de pele não melanoma, os tipos de câncer mais frequentes serão os de próstata (68.220 casos novos), em homens, e de mama (59.700), em mulheres.
Aos poucos, as neoplasias caminham para se tornar a principal causa de morte no Brasil, superando as doenças cardiovasculares. O Instituto Nacional do Câncer prevê que, em 2018, serão registrados mais de 600 mil novos casos de câncer no País. Com exceção do câncer de pele não melanoma, os tipos de câncer mais frequentes serão os de próstata (68.220 casos novos), em homens, e de mama (59.700), em mulheres.
Em alusão ao Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado em 8 de abril, o papel da prevenção é lembrado como o principal inibidor do desenvolvimento de neoplasias. Alguns fatores, como o envelhecimento da população, não podem ser evitados; portanto, aderir a hábitos preventivos, como a prática de exercícios físicos e uma alimentação saudável, são dois pontos cruciais para tentar frear o aumento da incidência de casos. "Hábitos como sedentarismo, tabagismo e etilismo podem provocar diversos tipos de câncer. Nesse caso, a prevenção é o melhor tratamento", opina o diretor-médico do Hospital Santa Rita, Carlos Eugênio Escovar.
Considerando o avanço da doença muito em razão da mudança no perfil populacional, é natural que haja preocupação acerca da estrutura da rede de atenção na Capital. Hoje, 27 pacientes estão na fila de espera, aguardando a primeira consulta na área de oncologia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade. Em janeiro, eram 92.
Atualmente, o município oferta 334 leitos - 146 vinculados ao SUS e 188 vagas para pacientes de outros convênios. Além disso, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a Capital possui 207 oncologistas clínicos - 108 deles vinculados ao SUS e 99 sem vínculo com a rede pública. O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) aponta, no entanto, que são 123 especialistas, sem diferenciação da rede de atuação. No Estado, são 340 oncologistas - 235 clínicos, 28 pediátricos e 77 cirurgiões oncológicos, de acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremers). Há, ainda, 142 mastologistas (especialistas em câncer de mama).
Além disso, em Porto Alegre, existem oito estabelecimentos com atendimento hospitalar em oncologia - três realizam atendimento exclusivamente privado e dois atendem pelo SUS. Os demais mesclam o tipo de atendimento, recebendo pacientes particulares e vinculados à rede pública de saúde. De acordo com o Simers, a Capital disponibiliza 139 leitos cirúrgicos na área (91 do SUS e 48 não SUS) e 195 leitos clínicos (55 reservados ao SUS e 140 não), totalizando as 334 vagas citadas pela prefeitura. O maior número de leitos se encontra na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre - entre os leitos cirúrgicos, o hospital abriga 91 (46 SUS e 45 não SUS), e, entre os clínicos, disponibiliza 101 (19 SUS e 82 não SUS).
De acordo com Escovar, a rede privada está bem preparada para receber esse tipo de paciente, mesmo que, por vezes, atue no limite devido à superlotação. "O maior problema é no SUS. Nem todos os hospitais oferecem tratamento. Os pacientes têm dificuldades para entrar no sistema para efetivamente receber atendimento", opina. O que facilitaria, na opinião do diretor, é aperfeiçoar e incentivar a procura pela Atenção Básica. Como o tratamento do câncer costuma ser caro, pacientes que não conseguem atendimento na rede pública dificilmente poderão resolver a questão em hospitais particulares. "Como o paciente sabe que vai demorar para ser atendido, procura um médico só quando se sente mal. Aí, é atendido rapidamente em emergências superlotadas, o que retarda um diagnóstico que, quanto mais precoce, melhor."
O Brasil também não fica atrás na evolução tecnológica - o oncologista explica que as principais tecnologias utilizadas nos Estados Unidos costumam chegar ao País com menos de um ano de atraso. "O que demora para chegar são novas drogas. Essas levam de três a quatro anos para chegar", comenta.
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