Três integrantes das Forças Armadas, sendo dois militares do Exército e um soldado da Aeronáutica, foram presos em operação da Polícia Civil no Rio de Janeiro de combate às milícias. O estado se encontra sob intervenção militar desde fevereiro, comandada pelo general Braga Netto, do Exército.
Os suspeitos foram presos junto a outras 146 pessoas, acusadas de participar do maior grupo de milicianos do estado. As prisões ocorreram na madrugada de sábado, durante uma festa em um sítio em Santa Cruz, Zona Oeste da capital carioca. Um bombeiro também estava no grupo. Em números de detidos, essa foi a maior ação já realizada no Rio contra milicianos.
Os nomes dos militares detidos não foram divulgados. Os presos são suspeitos de pertencer à organização criminosa Liga da Justiça, que conta também com policiais e ex-policiais. A organização criminosa atua na Zona Oeste do Rio de Janeiro e em municípios da Baixada Fluminense e da Costa Verde. Quatro pessoas foram mortas durante a operação. Além dos detidos, a Polícia Civil apreendeu dez carros roubados, 13 fuzis, 15 pistolas e quatro revólveres.
Os milicianos disputam áreas e mantêm moradores sujeitos a leis próprias em troca de alegada segurança. O domínio do território virou atividade lucrativa - com taxa de proteção contra crimes, venda de botijão de gás, sinal clandestino de TV a cabo e transporte alternativo. De acordo com policiais, os milicianos da Liga da Justiça se associam aos traficantes de várias localidades da Zona Oeste e dos municípios vizinhos. Lá, eles permitiam a venda de drogas e o roubo de cargas na região mediante o pagamento de uma porcentagem do faturamento.