O Presídio Estadual de Rio Grande foi atingido, na madrugada desta quinta-feira, por um incêndio que deixou cinco presidiários e dois agentes penitenciários mortos. Esse é o sexto incêndio ocorrido em casas prisionais gaúchas desde o começo de 2018 - os demais foram em Espumoso, Carazinho, Canoas, Osório e Dom Pedrito.
O Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul (IGP) viu, no local, indícios de que o incêndio teria sido proposital. "Houve tentativas anteriores a essa, que foi concretizada, e tinha um acúmulo de materiais, fiação, colchões. Isso dá indicação de ter sido proposital", relata a diretora do Departamento de Perícias do Interior, Marília Ribas. No entanto, Marília reitera que a conclusão só pode ser feita após análise do perito. Como houve um número significativo de incêndios nos últimos dias, o IGP pediu que a perícia seja feita com urgência.
O Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul (Amapergs) alerta que os incêndios têm virado rotina. Conforme o presidente do sindicato, Flávio Berneira, tudo indica que os incêndios são intencionais, com o propósito de buscar a liberação do regime semiaberto para saída temporária, prisão domiciliar ou tornozeleiras eletrônicas. "Reiteramos que urge a tomada de providências, a começar por equipar os estabelecimentos para a contenção desses sinistros, como ampliação de servidores e treinamento para o enfrentamento desses eventos", afirma.
No Twitter, o secretário estadual de Segurança Pública, Cezar Schirmer, afirmou que o governo não se submeterá a nenhum tipo de pressão dos detentos. "Os responsáveis pelo ocorrido em Rio Grande terão a punição adequada. Atuaremos para que o criminoso que ateia fogo em sua cela não ganhe, como prêmio, a liberdade", assegurou.