Após sua primeira palestra no Brasil para divulgar um projeto que visa engajar 1 bilhão de mulheres através da tecnologia e empreendedorismo até 2020, a norte-americana Ingrid Vanderveldt visitou um negócio dirigido por quatro jovens mulheres em Porto Alegre. Como ela também é investidora, sua conversa com as donas do O Amor é Simples serve de lição para outros negócios.
O Amor é Simples começou como um e-commerce de vestidos para noivas não-convencionais, que queiram cerimônias, como o nome diz, mais simples. Por isso, os preços das peças são menores do que os praticados no segmento. É possível encontrar modelos por R$ 250,00, por exemplo.
A empresa, encabeçada por Laís Ribeiro, Janaína Pasin, Natalia Pegoraro e Évelin Bordin, já recebeu duas rodadas de investimentos, totalizando R$ 180 mil. Elas também ganharam visibilidade nacional, com participações em programas como Shark Tank Brasil e Mais Você – esse últimos há poucos dias.
Natália disse à Ingrid que a proposta é transformar O Amor é Simples em uma empresa milionária. Para incrementar a demanda e chegar à meta de produção de 1 mil vestidos só em 2018, foi aberto, em março, um showroom da marca na rua Miguel Tostes, nº 897. Neste endereço, Ingrid compartilhou algumas ideias, sugestões e fez o papel de mentora por cerca de duas horas - uma iniciativa do Consulado dos Estados Unidos da Capital.
Veja algumas considerações dela sobre a empresa.
Qual a impressão do negócio?
>> O que eu amei do negócio é que ele é muito inovador na forma como está tratando toda a indústria de vestidos de casamento. Me lembro quando fiz meu casamento, é algo que pode ser muito caro. Então, a ideia de poder comprar um vestido feito à mão por um preço razoável – e com as margens que esse negócio tem até com vestidos customizados – é muito inovador e tem muita oportunidade para crescer.
Acha que o negócio pode criar conexões no exterior?
>> Com certeza. Se fosse eu, é isso que estaria fazendo. Estaria vendo como exportar para lugares ao redor do mundo. Acho que, assim, é possível crescer e escalar muito mais rápido. Mas o que ouvi delas e gostei é que estão tomando cuidado para fazer o negócio crescer de um jeito que elas entendam os números e possam medir e analisar tudo. Como investidora, isso me faz ter confiança de que elas não vão jogar o dinheiro fora. Estão sendo cuidadosas para realmente entender o negócio e como fazê-lo crescer de forma efetiva.
Que sugestão deixa?
>> A sugestão que tenho, e elas falaram sobre isso, disseram que estão muito ocupadas administrando o negócio, por isso não sobra tempo para pensar em estratégias... Meu conselho é ter um plano estratégico forte para os próximos 12 ou 18 meses. Ver como escalar o negócio e vender com planejamento, pois, com essas vendas, conseguirão juntar dinheiro mais rápido. Analisaria também modelos de negócios parecidos com esse em outras indústrias, para aprender como escalar e continuar com o atendimento ao cliente. Acho que elas precisam um pouco mais de expertise nisso, porque é uma empresa muito nova. Mas elas estão descobrindo, se saindo bem, mas essas seriam as coisas que eu focaria. E elas vão entrar na plataforma MintHer, o que me deixa muito feliz, pois vai conectá-las com investidores e mentores que poderão ajudar.