Embraer anota prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 40,1 milhões no 1º trimestre

A Embraer encerrou o primeiro trimestre de 2018 com um prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 40,1 milhões, revertendo o resultado positivo de R$ 168,5 milhões registrado entre janeiro e março de 2017.

Já no critério ajustado, excluindo o imposto de renda e a contribuição social diferidos no período, a Embraer contabilizou prejuízo líquido de R$ 77,8 milhões no trimestre, ante o lucro de R$ 126,2 milhões reportado um ano antes.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da fabricante totalizou R$ 292,9 milhões nos primeiros três meses de 2018, 17,3% menor que os R$ 354 milhões observados há um ano. A margem Ebitda, por sua vez, ficou em 9,1%, um recuo de 1,7 ponto porcentual (p.p.) frente ao primeiro trimestre de 2017.

O resultado operacional (Ebit) atingiu R$ 88,1 milhões positivos, uma queda de 30,4% frente um ano antes. A margem Ebit caiu de 3,9% no primeiro trimestre de 2017 para 2,7% no último trimestre.

A companhia informa que os indicadores de Ebit e Ebitda do trimestre não contam com qualquer item especial contabilizado.

A receita líquida da Embraer caiu 1,3% entre os períodos, passando de R$ 3,268 bilhões no primeiro trimestre de 2017 para R$ 3,227 bilhões no mesmo intervalo de 2018.

Em release de resultados, a companhia destaca que os resultados de períodos anteriores tiveram "pequenos ajustes" para refletir a adoção do IFRS 15 (Receita de Contratos com Clientes) e do IFRS 9 (Instrumentos Financeiros).

O documento informa ainda que a carteira de pedidos firmes ("backlog") da fabricante brasileira de jatos atingiu US$ 19,5 bilhões no primeiro trimestre deste ano, e passou a incluir a nova unidade de negócio de Serviços & Suporte. A companhia já havia divulgado o resultado de entregas, mas o valor consolidado do "backlog" foi anunciado apenas nesta sexta, pois passou a fazer parte das Demonstrações Financeiras, de acordo com os novos requisitos da IFRS 15.

Por fim, a Embraer reiterou todo o seu "guidance", tanto financeiro quanto de entregas, para o ano de 2018.

Principal segmento da Embraer, a aviação comercial diminuiu sua representatividade na receita líquida da companhia no primeiro trimestre de 2018, respondendo por 38,3% do total, contra os 46% anotados um ano antes. Esse movimento reflete o menor número de entregas no trimestre, que tende a ser mais fraco do que o restante do ano em função da sazonalidade.

A divisão mostrou redução de sua receita no período, de R$ 1,503 bilhão para R$ 1,236 bilhão (-17,8%).

Também houve queda de receita da aviação executiva, de R$ 468 milhões no primeiro trimestre de 2017 para R$ 418 milhões entre janeiro e março deste ano (-10,7%). Com isso, o "share" do segmento na receita total da Embraer se reduziu para 12,9%, ante 14,3% reportados um ano antes.

Entre janeiro e março de 2018, a Embraer entregou 14 aeronaves comerciais e 11 executivas, contra 18 aeronaves comerciais e 15 executivas entregues em igual período de 2017. "A companhia espera que as entregas tanto da aviação comercial quanto da aviação executiva aumentem ao longo do segundo trimestre de 2018", diz o release de resultados.

A fabricante destaca que a estabilidade de sua receita líquida na comparação anual reflete principalmente as contribuições positivas dos segmentos de Defesa & Segurança e de Serviços & Suporte. Em Defesa & Segurança, a receita mostrou expansão anual de 43,2%, para R$ 787,3 milhões - o que elevou a participação do segmento no total para 24,4%, ante os 16,8% do primeiro trimestre de 2017.

Nesse trimestre, a Embraer passou a reportar a unidade de Serviços & Suporte como um novo segmento. A receita dessa unidade de negócio alcançou R$ 776,2 milhões entre janeiro e março deste ano, um crescimento anual de 7%, representando participação de 24,1% na receita líquida da companhia.

Por fim, a linha "outros" teve receita de R$ 9,9 milhões nos primeiros três meses deste ano, correspondendo a 0,3% da receita total da Embraer no período - no mesmo intervalo de 2017, a linha era responsável por 0,8% da receita, com R$ 25,5 milhões.