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Economia

- Publicada em 15 de Abril de 2018 às 21:21

Banrisul é indicado por corretoras como destino promissor de investimentos

Investigação recai sobre venda de 29 milhões de papéis que renderam R$ 537,4 milhões ao governo

Investigação recai sobre venda de 29 milhões de papéis que renderam R$ 537,4 milhões ao governo


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Thiago Copetti
Apontado como a "joia da coroa" do governo gaúcho quando o assunto é patrimônio público, o Banrisul, maior banco comercial estadual no País, é indicado por diferentes instituições de avaliação financeira como um promissor destino de investimentos neste ano. Em relatório enviado a clientes, a Santander Corretora, por exemplo, indicou o banco como boa opção de investimentos e estimou que o preço futuro das ações chegará a R$ 28,00.
Apontado como a "joia da coroa" do governo gaúcho quando o assunto é patrimônio público, o Banrisul, maior banco comercial estadual no País, é indicado por diferentes instituições de avaliação financeira como um promissor destino de investimentos neste ano. Em relatório enviado a clientes, a Santander Corretora, por exemplo, indicou o banco como boa opção de investimentos e estimou que o preço futuro das ações chegará a R$ 28,00.
No mesmo caminho, a Morgan Stanley, multinacional de serviços financeiros, estimou em R$ 27,00 a cotação futura das ações BRSR6 - cerca de 45% acima do fechamento da última sexta-feira (R$ 19,45). Em um ano, as ações também já valorizaram quase 40% (em meados de abril de 2017, estavam cotadas em, aproximadamente, R$ 14,00).
Na última semana, em meio à venda de 26 milhões de ações em pregão coordenado pelo BTG Pactual, as cotações caíram cerca de 3%, mas se recuperaram depois. Segundo analistas de mercado e entidades como SindiBancários, faltou divulgação adequada antes do pregão e o preço mínimo pedido pelo governo foi considerado baixo (R$ 18,00, abaixo da cotação de R$ 19,15).
Com o negócio, o governo arrecadou R$ 484,9 milhões. Apesar do elevado volume de ações vendidas na operação, a configuração do controle não tem alteração, já que as ações ordinárias, que dão direito a voto, seguem sob o controle estatal. O governo vendeu, para fazer caixa, praticamente todas as ações preferenciais que detinha - cerca 12,75%, o equivalente a 6,35% do capital total - por R$ 484,9 milhões.
A venda de ações e a possível privatização - embora o governo descarte, o tema é comentado há anos -, não por acaso, mobilizam acalorados debates: o banco está presente em mais de 90% dos municípios gaúchos, tem mais 4 milhões de clientes e abriga quase metade de todos os depósitos a prazo (investimentos e aplicações) feitos no Estado, segundo dados do próprio Banrisul.
Figurando com destaque em diferentes rankings do Banco Central, o "banco dos gaúchos" está entre as instituições financeiras com maior lucro líquido em 2017 (13ª posição) e é a sexta maior em número de agências (538), mesmo atuando basicamente só no Rio Grande do Sul.
Tudo isso justifica o interesse até mesmo de investidores internacionais - como da norueguesa Skagen e da norte-americana LSV Asset Management, que detêm, respectivamente, 4,98% e 2,46% das ações do banco.
Entre os fatores recentes que estimulam o interesse pelas ações do Banrisul estão a anunciada intenção de abrir o capital da subsidiária Banrisul Cartões, avalia o analista-chefe da Geral Investimentos, Carlos Müller. "O Banrisul tem entregado bons resultados e melhorou muito sua eficiência nos últimos tempos. E o Banrisul Cartões tem resultados ainda melhores", aponta Müller.
Apesar de a assembleia geral extraordinária que aprovou a abertura do capital do Banrisul Cartões na semana passada estar sendo questionada pela Federação dos Trabalhadores em Instituições Financeiras (Fetrafi-RS) e pelo SindiBancários - que tentarão invalidar o resultado com ações jurídicas e na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) -, dificilmente haverá mudanças. Isso porque a abertura do capital foi anunciada pelo governo do Estado, principal acionista do banco.
"Estamos estudando onde vamos recorrer da venda das ações e contra a assembleia, da qual participei, mas não pude assinar o livro de presenças. Devemos acionar a CVM, o Ministério Público ou mesmo o Tribunal de Contas", diz o diretor de Política Sindical da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha.
De acordo com a diretoria do Banrisul, as explicações aos questionamentos serão divulgadas em comunicado à CVM nos próximos dias. O governo do Estado, procurado pelo Jornal do Comércio, não quis se pronunciar nem falar sobre futuras ações previstas para o banco.
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