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Porto Alegre, segunda-feira, 23 de abril de 2018.

Jornal do Com�rcio

Colunas

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Marco A. Birnfeld

Espa�o Vital

Not�cia da edi��o impressa de 24/04/2018. Alterada em 23/04 �s 20h39min

'Bicho' � sal�rio

Conhecida como "bicho", a remuneração paga "por fora" aos jogadores e treinadores de futebol - caso o clube vença determinado(s) jogo(s) - integra o salário. A decisão é da juíza Maria Fernanda Zipinotti Duarte, da 30ª Vara do Trabalho de São Paulo (SP), ao julgar ação trabalhista do auxiliar técnico Milton Cruz contra o São Paulo Futebol Clube. Ele passou duas vezes pelo clube, onde acumulou 20 anos de trabalho.
Segundo a sentença, o "bicho" integra o salário, mesmo sendo uma verba de valor variável. Assim, o clube terá que considerar a quantia para compor 13º salário, férias e FGTS. Não há trânsito em julgado. (Proc. nº 1002202-02.2016.5.02.0030).

A origem do 'bicho'

Reconhecido como "o comentarista esportivo da palavra f�cil", Luiz Mendes (1929-2011), ga�cho de Palmeira das Miss�es - que fez quase toda sua carreira na R�dio Globo, do Rio de Janeiro - deixou entre suas cr�nicas uma que explicou a origem do "bicho".
Era 1923, quando o Vasco da Gama subiu � primeira divis�o carioca. Ent�o, um rico cerealista da Rua do Acre, vasca�no apaixonado, resolveu premiar com dinheiro os jogadores. Mas isso era proibido, em plena vig�ncia do amadorismo.
Ent�o, antes dos jogos, o cerealista ia ao vesti�rio para dizer aos jogadores o que eles ganhariam, se vencessem o jogo. Nesse tempo, as notas de dinheiro tinham uma esp�cie de determina��o zool�gica: 5 mil r�is representavam um cachorro; 10 um coelho; 20 um peru; 50 um galo; 100 uma vaca e 400 uma vaca de quatro pernas. Os jogadores perguntavam:
Qual o "bicho de hoje"?
E o cerealista respondia:
Um coelho.
Dependendo da partida, valia um galo e at� uma vaca simples. Numa decis�o vitoriosa entrava, no bolso de cada jogador campe�o, uma vaca de quatro pernas

Se ficar, o bicho pega

Pelo quarto ano seguido, os planos de sa�de est�o sendo reajustados na faixa dos 13%. O percentual � extraordinariamente superior � infla��o e seguramente maior ainda do que os reajustes dos sal�rios dos segurados.
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o presidente Michel Temer (PMDB), nos seus tr�s anos e meio de desastrada gest�o compartilhada, conseguiram empurrar milh�es de brasileiros para a ladeira do "Se correr, o SUS te pega; se ficares, o plano te come".

O dia de Claudia

O TRF-4 vai julgar, na quarta-feira 2 de maio, o recurso do Minist�rio P�blico Federal contra a absolvi��o de Claudia Cruz, dos crimes de lavagem de dinheiro e evas�o de divisas. A tese recursal do Minist�rio P�blico � que as assinaturas da mulher do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) est�o comprovadamente lan�adas nas contas na Su��a, onde o marid�o depositou dinheiro de origem suspeita.
A defesa da ex-primeira-dama da C�mara dos Deputados leva na devida avalia��o que, nos cinco julgamentos de casos semelhantes ao dela, analisados at� hoje pelo tribunal, as absolvi��es concedidas pelo juiz S�rgio Moro viraram condena��es.

A prop�sito

Conta o jornalista Ricardo Boechat que "pessoas pr�ximas a Claudia Cruz revelam sua disposi��o em voltar ao batente, profiss�o que exercia antes de se casar com o ex-deputado". As sondagens feitas no mercado at� agora n�o surtiram efeitos. O Espa�o Vital complementa: Claudia, 50 anos de idade atual, fez sucesso nos anos 1990 na Rede Globo, onde foi �ncora do Fant�stico e do Jornal Hoje. Saiu brigada com a emissora, vencendo-a definitivamente em outubro de 2008, em uma a��o trabalhista milion�ria, obtendo direito a v�rias parcelas pelo v�nculo trabalhista pessoal. Na pr�tica, ela tinha sido contratada como pessoa jur�dica. (Proc. n� AIRR 1.313 /2001-051-01-40.6).

Olhos no feriado

Pr�xima ter�a-feira, feriado nacional, a manifesta��o conjunta que as centrais sindicais realizar�o em Curitiba (PR) servir� de term�metro. Os aparatos pol�ticos e de vigil�ncia - cada um na sua, � claro - v�o avaliar at� que ponto a pris�o do ex-presidente Lula (PT) une a esquerda. Segundo a "r�dio-corredor" da OAB do Paran�, a mobiliza��o tem sido, at� agora, abaixo do imaginado, para os lados pr� e contra as decis�es condenat�rias proferidas pelo Tribunal Regional Federal da 4� Regi�o (TRF-4) e pelo STF.

Contra o fura-fila

O Senado aprovou, semana passada, projeto que obriga os hospitais p�blicos municipais, estaduais e federais a colocarem em seus portais, na internet, a rela��o com os nomes dos pacientes e as datas marcadas para as cirurgias eletivas como as de meniscos, h�rnias etc.
O texto vai � C�mara Federal esta semana. Se aprovado ali, caber� a Michel Temer sancionar o texto.

Romance forense: Os vinhos da Lava Jato


REPRODU��O/JC
O destacado advogado gaúcho, cinquentão, recém-divorciado, atuante na defesa de gente alcançada por decisões de Sérgio Moro, entra com a jovem namorada em um notório restaurante em Porto Alegre, olha a carta de vinhos e pede uma garrafa do mais caro dos itens disponíveis.
O sommelier, estranhamente, já traz o decanter de cristal cheio de vinho e, depois de uma mesura, serve uma pequena porção para ser provada. O advogado leva o cálice ao nariz para sentir o aroma, fecha os olhos e sorve uma prova.
Mas inesperadamente, franze a testa, pousa suavemente o copo na mesa e verbalmente fuzila o sommelier: "A preciosidade que, nomeadamente, pedi é uma combinação de uvas cabernet sauvignon, merlot, petit verdot, tannat e tempranillo, sendo um rótulo especial para os amantes de vinho como eu e minha namorada. Mas estamos, aqui, sendo vítimas de uma fraude enóloga, digna de ser punida nas frias celas de Curitiba".
Estabelece-se uma discussão, o sommelier explica ter colocado no decantador um vinho "completamente semelhante". E tenta justificar: "Tínhamos vendido ontem a nossa última garrafa desse santo vinho, safra 2011, que o senhor pediu. Rogo-lhe, porém, avaliar que, de qualquer forma, a diferença entre ambos é irrelevante, porque o vinho que lhe foi servido é produzido pelo mesmo grupo empresarial".
O sommelier ainda desfia supostas justificativas: "O solo é idêntico, a vindima é da mesma época, o esmagamento das uvas é feito na mesma ocasião e o mosto vai para barris absolutamente iguais. Assim, os dois vinhos se equivalem no sabor, com diversidade mínima no preço. E desculpando-me reconheço uma pequeníssima diferença geográfica no local de coleta".
O advogado, discretamente - para que a já constrangida namorada nada mais escute - puxa o sommelier para o lado e murmulha-se ao ouvido: "Pequenas diferenças físicas e de anatomia geral também proporcionam essa tal de pequeníssima diferença geográfica. Hoje à noite faça um teste de olfato e paladar com sua mulher e perceberá a sutil diferença que pode haver".
O casal, então, retira-se. Ele, irônico; ela, contrariada. Três dias depois o novel casal viaja à França. Conta-se que lá, numa imprevista lua de mel de uma semana, consomem algumas garrafas do tinto Château Mouton Rotschild, safra 2005, um dos vinhos mais caros do mundo.
Um arremate: cada garrafa custa € 1.000. E viva a Lava Jato!
 
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