Viajar de avião pela Rússia nunca foi tão barato como será para o cidadão russo que quiser torcer para a sua seleção na Copa do Mundo, que começa em 14 de junho. Por apenas 10 rublos (R$ 0,56), já incluindo todas as taxas, um morador do país poderá adquirir bilhetes aéreos de ida e volta para cada umas das cidades onde a equipe nacional atuará na primeira fase: Moscou, São Petersburgo e Samara.
Quem mora em um destes três municípios, por exemplo, gastará somente R$ 1,12 para acompanhar o time. Estão disponíveis voos partindo de 53 cidades, algumas delas no extremo oriente do país, como Vladivostok, quase ao lado de Tóquio.
A medida foi tomada pela Aeroflot, principal companhia aérea do país e uma das maiores da Europa, para incentivar o apoio à equipe que nunca avançou da fase de grupos em um Mundial desde a sua primeira participação, em 1994.
O acordo foi fechado no final do ano passado entre o presidente russo Vladimir Putin e o presidente da Aeroflot, Vitali Saveliev.
A empresa aérea tem 51% de suas ações controladas pelo Estado e fechou o ano retrasado com um lucro de R$ 3,57 bilhões. Tem em seu quadro 30.328 funcionários. "Queremos que nossa equipe faça um bom papel e que os fãs estejam felizes", afirmou Saveliev.
"Dificilmente a companhia aérea encherá todo um avião com este valor. Haverá assentos vendidos a um preço maior. Companhias low-cost costumam fazer promoções assim. Mas a um preço tão baixo eu nunca vi. Porém creio que seja algo razoável de ser feito com este objetivo de aumentar o apoio à seleção local", disse à reportagem Jorge Medeiros, professor de transporte aéreo e aeroportos da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo).
Todo o processo está sendo conduzido pela companhia em parceria com a Rosscongress, uma fundação que tem como objetivo facilitar o desenvolvimento econômico da Rússia por meio dos mais variados programas.
De momento, só há disponibilidade para a primeira fase. Caso a Rússia vá avançando, o programa seguirá até a sua eliminação. "Esperamos vender cerca de 70 mil bilhetes promocionais", explicou Saveliev.