Quando todos reclamam da sensação de insegurança que invadiu o Brasil, mas, especialmente, assola o Rio Grande do Sul, empresários dão exemplo de solidariedade ao setor público no setor da Segurança Pública. Agregaram-se no Instituto Cultural Floresta (ICF), criado para contribuir no desenvolvimento das áreas de segurança e educação no Rio Grande do Sul.
Neste sentido, o ICF apoia projetos visando promover melhorias nesses setores e que estimulem o respeito e a confiança entre policiais e comunidade. Concretamente, ocorreram doações para a Brigada Militar, com 200 rastreadores e telemetria com sistema completo de controle da frota, com mensalidade paga por um ano, mais 40 veículos totalmente equipados conforme demandas específicas. Para a Polícia Civil, foram destinados seis veículos também equipados, 10 fuzis e 26 rádios digitais com todos os acessórios.
Ora, quando a sensação de insegurança, como é dito, foi transformada em insegurança bem real, bandidos atacando agências bancárias, ônibus e veículos em índices alarmantes, é bom saber que a iniciativa privada tratou de ajudar e ainda propõe ir adiante. É mais do que evidente que o poder público, seja o estadual ou o municipal, sozinho não consegue tudo e que uma polícia mais equipada está melhor preparada para combater a criminalidade no Rio Grande do Sul.
Na sequência no reequipamento das forças policiais, o governo entregará para os órgãos da Segurança Pública mais 86 automóveis, 28 camionetas para o patrulhamento ambiental e 164 carabinas calibre 12, investimento de R$ 12,4 milhões, recurso próprio, somando-se aos 118 veículos entregues em dezembro do ano passado. Claro que não é tudo, pois Segurança Pública é um conjunto de ações integradas em termos de mais educação, saúde, moradia e emprego formal. No entanto, enquanto não se atinge, totalmente, esse ideal, é bom ir enfrentando o problema de maneira conjunta com a iniciativa empresarial. Leonardo Fração, presidente do ICF, informou que foram arrecadados por 55 famílias e empresas R$ 14 milhões, dos quais R$ 9 milhões já foram entregues, bem como uma nova doação de R$ 5 milhões trará outros equipamentos. Reconheceu que o que foi entregue trata-se apenas de um começo, uma ajuda no trabalho para o enfrentamento do grande problema da Segurança Pública.
Mas, a ajuda do Instituto Floresta irá mais além, países no mundo resolveram seus problemas de segurança com a união entre a sociedade civil e Estado. "Precisamos de uma mudança cultural. Não basta querer, temos que merecer o País que queremos viver. Se trabalharmos juntos podemos impactar de alguma forma o nosso futuro." O presidente do Instituto disse que "uma proposta de projeto de lei será entregue ao governador. A minuta é inspirada em projetos que já existem hoje no Brasil e no mundo. Se aprovada permitirá investimento de até R$ 300 milhões na Segurança Pública". Segundo ainda Leonardo Fração, "será uma proposta de criação de mecanismos oficiais, legais e transparentes para que a sociedade de forma estruturada possa doar esses recursos".
Quando há tantas situações de enfrentamentos político-ideológicos supervenientes às ações criminosas, como assassinato de vereadora no Rio de Janeiro, ameaças a magistrados e outros crimes, a insegurança da população só tende a aumentar para além dos fatos reais, noticiados diariamente. Então, a iniciativa do empresariado é mais do que bem-vinda. Que o exemplo se multiplique.