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Opinião

- Publicada em 12 de Março de 2018 às 16:15

Faesp, um belo legado

Após 20 anos de profícuo trabalho, encerrou suas atividades a Fundação de Apoio ao Egresso do Sistema Penitenciário (Faesp). Entidade filantrópica, instituída em 1997, por entidades assistenciais e um grupo de voluntários que, atuando junto ao sistema penitenciário, constataram os altos índices de reincidência entre os egressos do sistema que saiam totalmente despreparados para o retorno ao convívio social.
Após 20 anos de profícuo trabalho, encerrou suas atividades a Fundação de Apoio ao Egresso do Sistema Penitenciário (Faesp). Entidade filantrópica, instituída em 1997, por entidades assistenciais e um grupo de voluntários que, atuando junto ao sistema penitenciário, constataram os altos índices de reincidência entre os egressos do sistema que saiam totalmente despreparados para o retorno ao convívio social.
A instituição recém-criada passou, de imediato, a acolher os egressos e suas famílias, oferecendo-lhes, com gratuidade, os serviços de documentação, transporte, oficinas de artesanato e cursos de preparação para o trabalho. Criou plantão de atendimentos, que passou a fazer uma primeira triagem, encaminhando o egresso para as áreas de educação, saúde, psicossocial e, principalmente, para o trabalho. Procurou, enfim, reconstruir a autoestima e a dignidade dos desvalidos que saiam dos presídios.
Para desenvolver essas atividades, a Faesp operou basicamente através da ação de voluntários, com parcerias de ação com órgãos públicos sem custo para estes, empresas privadas e organizações da sociedade civil. Inexistindo políticas públicas, o custeio provinha de doações de pessoas físicas e jurídicas, contribuições mensais espontâneas de simpatizantes da causa, convênios e recursos provindos de promoções de eventos sociais. Inobstante as enormes dificuldades, ao longo desses 20 anos, a Faesp acolheu 1.500 egressos. Desses atendidos pela fundação, não reincidiram 89,44%, conforme dados oficiais da Susepe. O que representa dado alvissareiro, a demonstrar que um suporte, pequeno que seja, ao egresso em seu contato inicial com a liberdade lhe devolverá a dignidade e a cidadania e, em contrapartida, uma sociedade menos violenta.
Esse o seu legado, ter demonstrado que com solidariedade, cuidado e atenção com os egressos de um sistema desaparelhado e desumano se pode diminuir a violência em nossa sociedade. Forçoso lembrar: a pena é expiação e castigo, mas não se deve eliminar a chance dos condenados de, com dignidade, voltarem ao convívio social. Reintegrar para não reincidir.
Presidente da Faesp
 
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