Em busca de uma solução para o impasse em torno da ocupação do prédio da reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), a Justiça Federal marcou uma audiência para esta sexta-feira (16), às 10h. A mesa de conciliação será conduzida pela juíza da 26ª Vara Federal de Porto Alegre, Ana Inês Algorta Latorre, e por três representantes elencados pelos estudantes.
Os estudantes completaram nesta quarta uma semana de protesto no prédio da reitoria. O grupo questiona mudanças definidas pela Ufrgs em relação ao sistema de cotas raciais. Com o piquete no acesso principal ao prédio, servidores não conseguem acessar e o funcionamento das áreas, como gabinete e pró-reitorias fica impossibilitado.
A assessoria de imprensa da universidade informou que a instituição "está aberta ao diálogo para negociar os motivos da ocupação". A razão que moveu os ocupantes foi a decisão do Conselho Universitário, oficializada na portaria 212, de 2017, que definiu uma comissão de aferição para evitar possíveis fraudes na seleção de cotistas raciais. Um dos pontos mais polêmicos é que a exigência de que os cotistas comprovem a ascendência negra até a geração dos avós.
O Movimento Negro Balanta defende que é o fenótipo (a cor da pele) que deve definir esse processo. Os estudantes etão desde 7 de março no local. No domingo (11), eles receberam a visita do líder do Movimento Negro do Brasil, Frei David.