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- Publicada em 08 de Março de 2018 às 15:41

Estudantes ocupam reitoria da Ufrgs em protesto contra novas regras para política de cotas

Movimento Balanta acusa universidade de praticar 'racismo institucionalizado'

Movimento Balanta acusa universidade de praticar 'racismo institucionalizado'


Movimento Balanta/Divulgação/JC
Estudantes ligados a movimentos negros ocuparam a Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) na noite desta quarta-feira (7), em protesto contra a mudança no sistema de verificação para ingresso na instituição por meio da política de cotas raciais.
Estudantes ligados a movimentos negros ocuparam a Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) na noite desta quarta-feira (7), em protesto contra a mudança no sistema de verificação para ingresso na instituição por meio da política de cotas raciais.
Os ocupantes contestam uma portaria publicada em fevereiro pela reitoria da Ufrgs, que instituiu critérios para avaliar candidatos que entrarem com recursos depois de serem reprovados na Comissão de Autodeclaração – colegiado formado em 2017 responsável por aferir se o postulante à vaga faz parte do grupo étnico do qual se autodeclara.
Entre as novas regras, consta que o acesso às vagas destinadas para negros pode ser reivindicado pelo aluno que comprovar, mediante documentação, ascendência negra até a geração dos avós, o que desagrada representantes de movimentos negros.
Á frente da manifestação, o movimento Balanta critica a modificação no sistema de avaliação de cotistas e diz que “akilombou” o prédio em protesto ao “racismo institucionalizado” praticado pela universidade.
Em nota divulgada no final da manhã desta quinta-feira (8), a Ufrgs afirma que foi “tomada de surpresa” com a ocupação, deflagrada durante a realização de uma reunião entre o reitor, Rui Vicente Oppermann, e integrantes das comissões de Autodeclaração e Recursal e de movimentos negros.
“Com a invasão do prédio, a reitoria entende que está encerrado o diálogo, mas que será mantida a implementação dos pontos firmados durante a reunião”, declara a instituição. De acordo com a Ufrgs, durante a reunião desta quarta, ficaram acertados os seguintes pontos:
  • O elemento predominante nas avaliações é o fenótipo do candidato e não dos avós, em qualquer instância da avaliação. (Conforme a universidade, a portaria apenas faculta que que candidatos não homologados apresentem documentação comprobatória e adicional que julgarem relevante - entre elas, dos pais e avós);
  • Os número de avaliadores nas comissões de avaliação será aumentado e incluirá a representação discente;
  • O reitor receberá um único parecer com recomendação da comissão recursal por candidato;
  • Será formado um grupo de trabalho plural com o objetivo de aprimorar o processo de verificação da veracidade das autodeclarações raciais.
No comunicado, a Ufrgs reafirma que vai manter as avaliações, “respeitando e aperfeiçoando” os itens que foram acordados durante a reunião com os movimentos negros e manifesta solidariedade aos servidores que tiveram a saída do prédio bloqueada durante a ocupação na noite de quarta-feira.
A instituição informou ainda que as comissões estão reunidas para encaminhar os pontos acordados nos últimos dias com movimentos negros, “a fim de dar prosseguimento às aferições e garantir os direitos dos candidatos à matricula na universidade”.
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