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telefonia

- Publicada em 11 de Março de 2018 às 20:27

Potencial fusão entre Oi e TIM já faz parte do radar de analistas

Analistas financeiros do setor de telecomunicações voltaram a fazer contas sobre os prós e contras de uma potencial fusão entre a Oi e a TIM, ou até mesmo a compra de uma empresa pela outra. O assunto entrou no radar com a aprovação do plano de recuperação judicial da Oi e a sinalização do governo federal de que promoverá mudanças no marco regulatório do setor, flexibilizando as obrigações dos prestadores de telefonia fixa.
Analistas financeiros do setor de telecomunicações voltaram a fazer contas sobre os prós e contras de uma potencial fusão entre a Oi e a TIM, ou até mesmo a compra de uma empresa pela outra. O assunto entrou no radar com a aprovação do plano de recuperação judicial da Oi e a sinalização do governo federal de que promoverá mudanças no marco regulatório do setor, flexibilizando as obrigações dos prestadores de telefonia fixa.
"As chances de fusão ou aquisição envolvendo TIM e Oi nos próximos 12 meses aumentaram para 50%", afirmaram os analistas do Bradesco BBI Fred Mendes e Tales Freire, em um extenso relatório destinado a investidores. O negócio anima investidores, que enxergam chances de criar uma corporação maior, com menor competição no mercado e ganho de sinergias por meio da redução de custos e maior eficiência nos investimentos.
A Oi tem a maior cobertura de telefonia fixa do País, o que serve de catalisador para ofertar aos clientes outros serviços fixos, como banda larga e TV paga. Já a TIM tem foco na telefonia móvel e busca aumentar seu portfólio.
As negociações entre as duas operadoras ganharam corpo anos atrás, mas acabaram interrompidas. Os analistas do Bradesco BBI relembraram que as negociações não foram adiante devido a uma série de obstáculos, como o endividamento alto da Oi, o desconhecimento sobre o total de dívidas da empresa, bem como a falta de clareza sobre a quantidade de investimentos necessários para a companhia ampliar sua rede e alcançar as concorrentes.
Agora, entretanto, o plano de recuperação judicial da Oi homologado na Justiça em janeiro removeu parte desses obstáculos, aumentando as chances de que uma fusão volte a ser discutida, avaliaram Mendes e Freire.
O time do Bradesco BBI calcula que a união de Oi e TIM seria positiva para as empresas, podendo gerar sinergias de aproximadamente R$ 25 bilhões. Desse montante, aproximadamente R$ 20 bilhões seriam economizados pelas teles com corte de custos operacionais, enquanto cerca de R$ 5 bilhões viriam de menos impostos e despesas financeiras.
Eles estimaram ainda que numa conversão de ações, a TIM acabaria com uma fatia de 76% da nova empresa. Dessa forma, a Telecom Italia, controladora da TIM, ficaria com uma participação de 51% na nova corporação. Em um outro relatório, publicado nesta semana, os analistas Andre Baggio e Marcelo Santos, do banco JPMorgan, indicam que a junção das empresas faz sentido.
Eles observaram que a Oi perdeu participação no mercado ao ficar de fora do leilão da faixa de 700 mhz, em 2014, que permitiu às concorrentes Vivo, TIM e Claro - que arremataram lotes na ocasião - melhorar a qualidade dos sinais de telefonia e internet móvel e racionalizar os investimentos em antenas.
 Os analistas do JPMorgan avaliaram ainda que a Oi não tem chance significativa de reestruturar seu negócio de celulares, a menos que faça um investimento muito grande. "Isso nos parece improvável, dadas as restrições de capital e as necessidades de aportes também em outras áreas, como a banda larga", ponderaram. "A fusão de TIM e Oi em algum momento seria o cenário mais lógico em nossa opinião, tendo em vista as potenciais sinergias", estimam. 
A fusão das teles também implicaria em uma concentração do mercado e diminuição da competitividade que não seria boa para os consumidores, mas favorável ao aumento da rentabilidade das empresas.

Ibovespa fecha positivo em 0,71% na semana e soma ganhos de 13,05% neste ano

A perspectiva de que a liquidez internacional ainda não será interrompida com um aperto monetário mais forte nos Estados Unidos trouxe otimismo ao mercado acionário brasileiro em uma sexta-feira de forte alta onde o Ibovespa voltou a se firmar no patamar dos 86 mil pontos.
O índice à vista encerrou o pregão com valorização de 1,63%, aos 86.371 pontos e giro financeiro de R$ 11,26 bilhões. O bom desempenho do mercado acionário brasileiro contribuiu para que o Ibovespa fechasse a semana com ganhos de 0,71% e de 13,05% no ano.
O relatório de emprego do mercado de trabalho americano revelou aumento da criação de vagas, mas uma alta do ganho médio por hora trabalhada mais baixa que a prevista. A leitura dos analistas foi a de que, muito embora o aquecimento do mercado de trabalho esteja ocorrendo, não há aumento dos custos. Isso significa menor pressão inflacionária e, consequentemente, menor necessidade de o Federal Reserve (Fed) reduzir o gradualismo esperado pelos investidores no ritmo de elevação da taxa de juros local.
"Se os EUA não elevam tanto os juros sobra dinheiro para o mundo, principalmente para os emergentes", ressaltou Aldo Muniz Filho, analista da Um Investimento, notando que as commodities, como petróleo e cobre, foram beneficiadas também pelos dados. Entre as blue chips, destaque para a alta dos papéis da Petrobras 2,61% (ON) e 3,18% (PN).
Um dia após o anúncio da medida protecionista dos EUA, com a imposição da barreira tarifária para o aço e o alumínio, as ações das empresas do setor siderúrgico no Ibovespa se recuperaram. Segundo Soares, a abertura da possibilidade de negociações com países mostrou uma postura mais flexível do governo americano. CSN ON e Usiminas fecharam em alta de 3,96% e 1,36%, respectivamente.
O otimismo dos investidores foi restaurado, e o dólar perdeu valor ante a maioria das moedas pelo mundo, inclusive o real. Embalou o bom humor dos mercados internacionais a percepção de que a economia dos Estados Unidos está em expansão, mas sem risco de descontrole inflacionário, apontando para a manutenção do gradualismo da política monetária local. As fortes altas dos preços do petróleo no mercado internacional deram fôlego extra às moedas de países emergentes e exportadores da commodity.
Nesse cenário, o dólar fechou cotado a R$ 3,251 no mercado à vista, em baixa de 0,31%. No acumulado da semana, a moeda ficou perto da estabilidade, com oscilação positiva de 0,02%.
"O resultado do relatório de empregos dos Estados Unidos foi espetacular, mostrando criação de vagas, sem elevar muito os salários. E os diretores do Fed que se pronunciaram hoje não disseram nada que gerasse temor nos mercados", disse Pedro Paulo Silveira, economista da corretora Nova Futura. "Assim, os investidores interpretaram os dados do ponto de vista do impacto positivo para as empresas, sem o temor de alta de juros", afirmou.