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Consumo

- Publicada em 12 de Março de 2018 às 00:37

Leites vegetais ganham espaço no mercado gaúcho

Leite de coco Do Bem chega ao Estado até o próximo mês

Leite de coco Do Bem chega ao Estado até o próximo mês


/DO BEM/DIVULGAÇÃO/JC
Diversos tipos de leites vegetais estão disponíveis para consumo no mercado gaúcho, desde os mais tradicionais, como o leite de soja, como lançamentos, caso do leite de coco. O aumento do espaço de gôndola destes itens denuncia a expansão da demanda das bebidas em razão de uma tendência mundial de alimentação saudável.
Diversos tipos de leites vegetais estão disponíveis para consumo no mercado gaúcho, desde os mais tradicionais, como o leite de soja, como lançamentos, caso do leite de coco. O aumento do espaço de gôndola destes itens denuncia a expansão da demanda das bebidas em razão de uma tendência mundial de alimentação saudável.
O gerente comercial da Olvebra, Wagner Cruz, comenta que entre 2010 e 2013 houve expansão de 20% na demanda pela bebida de soja. A empresa é a única a disponibilizar ao mercado leite de soja em pó e só trabalha com derivados do grão. Cruz comenta que a introdução de outras variedades de bebida vegetal, como o leite de coco, desacelerou o crescimento. "Mesmo assim é um mercado com potencial de expansão", ressalta.
Hoje é possível encontrar ao menos nove tipos de bebidas vegetais nas gôndolas. Neste contexto, algumas multinacionais, inclusive, adquirem empresas menores para suprir a necessidade de ampliação de portfólio estão de olho nesse nicho. Este é o caso da gigante das cervejas Ambev, que em 2016 adquiriu a empresa carioca de sucos Do bem, uma marca livre de ingredientes artificiais.
A partir da Do Bem a Ambev lançou recentemente o seu leite de coco no Rio de Janeiro. O produto, que deve chegar ao Rio Grande do Sul até abril, causou desconforto com o setor lácteo. O material de divulgação da novidade provocou polêmica ao defender que as "vacas precisam de descanso" - inclusive criando a personagem Vaca do Bem, que está no Instagram como @vacation_dobem, em alusão a palavra "férias" na língua inglesa.
O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat), Alexandre Guerra, contesta a utilização da expressão "leite" para se dirigir a este tipo de bebida. "Leite é um líquido segregado pelas glândulas mamárias de mamíferos, conforme o dicionário", afirma. Em nota, a Anvisa explica que não há proibição do uso do vocábulo "leite" pela legislação sanitária sob competência do órgão.
O que alguns produtores alegam é que decretos e resoluções preveem que não se pode utilizar símbolos, emblemas, ilustrações ou outras representações gráficas que possam levar o consumidor ao equívoco. Cruz, por outro lado, argumenta que os laticínios usam a expressão "sem lactose" indevidamente. "Eles acrescentam lactase ao leite, a enzima que quebra a lactose, mas não elimina 100% dela", comenta.
Pela percepção de Guerra, as bebidas animal e vegetal são produtos diferentes, utilizados para diferentes fins. "Há confusão por parte dos consumidores, principalmente em uma época que qualquer mal-estar é transformado em intolerância ou alergia à proteína do leite", relata. "As pessoas estão se autodiagnosticando e alterando as suas dietas por simples suposições e esquecem que isso também poderia influenciar a sua saúde", completa, referindo-se a alergias alimentares.
Pelo entendimento do fundador da Do Bem, Marcos Leta, seu produto não compete necessariamente com leites de origem animal uma vez que podem chegar a ter o quádruplo do preço de um litro de produtos lácteos. "Nosso artigo é segmentado e atende a uma demanda específica. Nossos consumidores são pessoas preocupadas com a saúde ou com intolerâncias. Os leites vegetais, por isso, vêm para somar a categoria e não dividi-la", relata.
O empresário não comenta sobre as estratégias de propaganda da marca por não ter participado do processo. "No final, quem vai determinar qualquer coisa são os consumidores, que vão decidir o que vão consumir, pelo o que vão substituir e quais bandeiras querem levantar a partir deste consumo", relata. 
 

Gigante do setor readequou mix

A quarta edição da pesquisa "tendências alternativas a bebidas lácteas e leiteiras nos Estados Unidos", promovida pela consultora de mercado Packaged Facts, aponta que o consumo per capita de leite caiu 22% entre 2000 e 2016 no país. O movimento levou a Elmhurst, tradicional laticínio norte-americano fundado em 1925, a readequar o seu mix.
Agora, em vez do produto de origem animal, a marca tem uma variedade de leites vegetais provenientes de sementes, nozes e castanhas comestíveis. "A empresa deu uma guinada em direção a revolução dos produtos à base de plantas", informa o site da companhia.