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Geral

- Publicada em 15 de Fevereiro de 2018 às 22:56

Geleia e requeijão dividiam espaço com vacinas em geladeira de clínica interditada

Comida foi encontrada dentro da geladeira onde estavam vacinas em clínica em Novo Hamburgo

Comida foi encontrada dentro da geladeira onde estavam vacinas em clínica em Novo Hamburgo


Polícia Civil RS/Divulgação/JC
Patrícia Comunello
Uma das situações mais chocantes para o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, no caso da clínica interditada sob acusação de simular a aplicação de vacina contra febre amarela, foi ver potes de geleias, requeijão, queijo e até frios na mesma geladeira onde ficavam os medicamentos. Os alimentos estão em imagens que a Polícia Civil distribuiu nesta quinta-feira (15) e que foram feitas na interdição da clínica Vacix, em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, na manhã dessa quarta-feira (14).
Uma das situações mais chocantes para o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, no caso da clínica interditada sob acusação de simular a aplicação de vacina contra febre amarela, foi ver potes de geleias, requeijão, queijo e até frios na mesma geladeira onde ficavam os medicamentos. Os alimentos estão em imagens que a Polícia Civil distribuiu nesta quinta-feira (15) e que foram feitas na interdição da clínica Vacix, em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, na manhã dessa quarta-feira (14).
"Tem geleia, chimia (nome do doce que imigrantes italianos e alemães passam no pão) e frios. O que é absolutamente irregular", reage Gabbardo. "Era só abrir a geladeira e só isso será suficiente para interditar a clínica", assegura o secretário. A Polícia também fez buscas na residência da farmacêutica dona da clínica, aberta em 2016, onde achou mais vacinas.
Nesta quinta-feira, o foco da Saúde foi de orientar quem fez as supostas doses na clínica para repetir a aplicação em postos. "A pessoa acha que está imunizada e não está", adverte o titular da SES, que garante que a rede está preparada para receber a demanda. A Vigilância Sanitária estadual também se reuniu com a municipal na cidade para verificar controles sobre a atuação de clínicas privadas. O rigor deve aumentar, diz o secretário, e o alerta vale para todo o Estado.
Outra denúncia que surgiu era de que agulhas de seringas estariam sendo compartilhadas com mais de um paciente. Mas não há nada ainda sobre isso, disso secretário. "Seria mais grave, pois poderia transmitir doenças."
A farmacêutica foi presa na hora em que a Polícia bateu no local para cumprir mandado de prisão. Ela está no presídio feminino Madre Peletier. A Polícia Civil recebeu denúncia de uma funcionária de que as doses aplicadas em clientes não tinham a vacina. O valor por dose variava de mais de R$ 200,00 até R$ 500,00. 
Gabbardo disse que a Polícia e a Vigilância Sanitária do município encontrou frascos vazios e outros com lotes vencidos. "A farmacêutica foi presa quando simulava que estava aspirando a vacina do frasco. Na verdade, não tinha nada", disse Gabbardo. "Ela não aplicava nada, era ar, e as pessoas não percebiam, pois é uma dose muito pequena", esclarece o secretário. Cada frasco regular tem quantidade para cinco doses da vacina. "Pode aspirar a quantidade de uma dose, aplicar e ser para mais quatro pessoas."
"É uma coisa inimaginável o que ocorreu", surpreende-se o secretário, que garante ter sido o primeiro caso que tem notícia de uma clínica que cometa esta irregularidade. A SES não tem os dados de quantas aplicações que não eram vacina foram feitas. No local, foi apreendido computador que teria lista de clientes com nome e telefones. 
Outra irregularidade é que a clínica não estava informando dados das vacinações, que é exigido pela área Sanitária. "Vamos chamar as pessoas para identificar", disse ele. Havia mais de dois meses que não eram transmitidos dados de atendimentos. Gabbardo disse que o fluxo cai neste período, o que pode explicar que não tenha havido notificações.
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Clínica foi interditada  após serem apreendidos frascos vazios de vacina. Foto: Polícia Civil/Divulgação
A investigação policial ocorre na Delegacia de Polícia de Proteção aos Direitos do Consumidor, Saúde e da Propriedade Intelectual, Imaterial e Afins (Decon) ligada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). A Polícia e SES incentivam que quem foi atendido na Vacix busque a delegacia para registrar o caso.  
A irregularidade ganhou mais força porque a rede privada não estava vacinando contra a febre amarela no Estado. Segundo Gabbardo, não havia doses da vacina porque não houve remessa de carga importada - única forma de acessar o medicamento - para clínicas no Rio Grande do Sul. "Ficamos sabendo de carga que chegou ao Sudeste vinda de fora, mas não tivemos notícia de envio para cá", informou ele.
Apenas o setor público (postos e outros serviços) estão vacinando porque recebem o produto de laboratórios do governo, neste caso do Bio-Manguinhos, ligado a Fiocruz. A demanda pela vacina foi grande devido a registros de febre amarela no Sudeste. Gabbardo cogita que os frascos vazios apreendido na Vacix eram de compras do ano passado. No local, foram encontrados frascos vazios de lotes vencidos e de outras vacinas que estavam normais. Também não foram encontradas notas fiscais das aquisições. 
"Não consigo entender como uma profissional da área da saúde coloca a carreira em jogo assim. A Polícia deve encaminhar denúncia ao conselho da classe", disse. O médico que assina como responsável técnico, exigência para uma clínica funcionar, será chamado para depor, mas Gabbardo diz que não há nada até agora indicando que ele sabia das irregularidades.
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