Mauro Belo Schneider

Uma das estampas dos looks de Shana Müller critica o machismo nas canções regionalistas

Apresentadora de programa tradicionalista gaúcho resolve apostar em loja de roupas

Mauro Belo Schneider

Uma das estampas dos looks de Shana Müller critica o machismo nas canções regionalistas

Shana Müller é apresentadora de TV, cantora, jornalista, mãe, dona de casa e, para quem não sabe, empreendedora. Em outubro passado, ela lançou uma loja própria de roupas na internet. Ultimamente, inclusive, tem sido chamada para dar palestras sobre como consegue gerenciar todas essas facetas. "Há quem queira esse depoimento, pois ser isso tudo é uma quebra de paradigmas", entende. Suas aparições na telinha e no Instagram ajudam a impulsionar o negócio, mas só visibilidade não basta.
Shana Müller é apresentadora de TV, cantora, jornalista, mãe, dona de casa e, para quem não sabe, empreendedora. Em outubro passado, ela lançou uma loja própria de roupas na internet. Ultimamente, inclusive, tem sido chamada para dar palestras sobre como consegue gerenciar todas essas facetas. "Há quem queira esse depoimento, pois ser isso tudo é uma quebra de paradigmas", entende. Suas aparições na telinha e no Instagram ajudam a impulsionar o negócio, mas só visibilidade não basta.
"As pessoas que viram marcas têm de ser marcas por completo. Tudo é Shana. Um artista não se sustenta sem coerência", reflete, em sua residência na Zona Sul de Porto Alegre, lembrando de momentos marcantes vividos por ela no meio tradicionalista - que também quebraram paradigmas. Um texto publicado em abril de 2017 está entre essas memórias. Intitulado Não sou china, nem égua e nem quero que o velho goste, o depoimento gerou polêmica, uma vez que criticava o machismo presente em canções do regionalismo gaúcho.
Os comentários negativos, no entanto, não a fizeram desistir de atuar na desconstrução do estereótipo da mulher que existe no meio gaudério. Tanto que um dos vestidos vendidos no site www.lojashanamuller.com.br é estampado com o título do artigo.
Instagram/Reprodução/JC
O que a motiva a continuar nesse embate é o fato de ser mãe de um menino, Gonçalo, e ter o desejo de que ele viva num mundo mais igualitário. "Não me vejo sendo empreendedora de algo que não acredito", afirma. "E, hoje, se pode expressar um ideal pela roupa", completa ela.
As peças da loja, criadas em parceria com a estilista Carol Staggemeier, de Santa Maria, incluem saias, faixas bordadas, blusas e bodies, com preços que variam entre R$ 100,00 e R$ 700,00. Os pedidos levam, no máximo, 10 dias para serem entregues - em caso de haver estoque. Para o futuro, a intenção é incluir uma linha infantil, permitindo o aproveitamento dos restos de tecidos dos adultos.
Os looks e acessórios são inspirados no cenário regional. A ideia, porém, é dar um toque urbano à vestimenta tradicionalista das mulheres, que por muito tempo ficou limitada ao vestido de prenda.
Shana iniciou na moda em 2014, na Expointer, em parceria com a marca Santa Fe, de Gramado. A coleção Shana Müller Original foi incorporada no portfólio da empresa e a cantora ganhava uma porcentagem sobre os lucros.
Com o tempo, a vontade de tomar conta de tudo e de se aproximar das consumidoras falou mais alto. Daí, veio o e-commerce próprio.
Quatro meses após o lançamento, Shana diz que até teria vontade de ter um espaço físico, mas os custos a desanimam. Os desafios de entender como transformar as visitas no site em vendas, por outro lado, servem de incentivo, assim como o fato de gerar impacto no público através de uma mudança de mentalidade. "A mulher não precisa estar tapada dos pés à cabeça. Ela pode tratar o corpo do jeito que quiser, seja gaúcha, carioca, paulista", enfatiza a montenegrina de 38 anos, no somatório de todos os papéis que conquistou.
Ernesto Sacchet/Divulgação/JC
Mauro Belo Schneider

Mauro Belo Schneider - editor do GeraçãoE

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