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Mercado de Capitais

- Publicada em 25 de Fevereiro de 2018 às 17:54

Adesões ao Tesouro Direto batem recorde em janeiro

Resultados demonstram que houve um maior acesso de pequenos investidores ao programa

Resultados demonstram que houve um maior acesso de pequenos investidores ao programa


PATRÍCIA COMUNELLO /Patrícia Comunello/Especial/JC
O número de adesões ao Tesouro Direto - programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas pela internet - bateu recorde em janeiro. Segundo informações divulgadas pelo Tesouro Nacional, 82.568 investidores se cadastraram no programa no mês passado. O número de operações de até R$ 1 mil também atingiu o máximo histórico em janeiro. No último mês, ocorreram 119.076 aplicações nessa faixa de valor, representando 56,1% dos investimentos realizados. De acordo com o Tesouro Nacional, isso mostra maior acesso dos pequenos investidores ao programa.
O número de adesões ao Tesouro Direto - programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas pela internet - bateu recorde em janeiro. Segundo informações divulgadas pelo Tesouro Nacional, 82.568 investidores se cadastraram no programa no mês passado. O número de operações de até R$ 1 mil também atingiu o máximo histórico em janeiro. No último mês, ocorreram 119.076 aplicações nessa faixa de valor, representando 56,1% dos investimentos realizados. De acordo com o Tesouro Nacional, isso mostra maior acesso dos pequenos investidores ao programa.
O número de investidores ativos (que efetivamente possuem aplicações) alcançou 1.915.352. Somente nos últimos 12 meses, o total de investidores no Tesouro Direto acumula alta de 59,8%. Apesar da atração cada vez maior de aplicadores, as vendas caíram em valores em janeiro. Elas somaram R$ 1,761 bilhão, com recuo de 28,8% em relação aos R$ 2,475 bilhões registrados no mesmo mês do ano passado. O recorde mensal absoluto foi registrado em março de 2017, quando as vendas totalizaram R$ 2,648 bilhões.
Em janeiro, os títulos mais procurados pelos investidores foram os vinculados à taxa Selic (juros básicos da economia), que concentraram 41,2% das vendas. Os papéis corrigidos pela inflação oficial pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) representaram 33,4% do total. Os títulos prefixados, com juros definidos no momento da emissão, corresponderam a 25,4%.
Com o resultado de janeiro, o estoque de títulos públicos aplicados no Tesouro Direto subiu 2,3% em relação a dezembro de 2017, alcançando R$ 46,7 bilhões. A variação do estoque representa a diferença entre as vendas e os resgates, mais o reconhecimento dos juros que incidem sobre os títulos.
Em janeiro, os resgates somaram R$ 707,2 milhões, relativos a recompras (quando o Tesouro recompra títulos em circulação). No mês passado, não houve vencimentos de títulos (quando o prazo do papel acaba e o Tesouro paga os investidores).

Como funciona a aplicação

  • O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro, via internet, sem intermediação de agentes financeiros. O aplicador só tem de pagar uma taxa à corretora responsável pela custódia dos títulos. Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.
  • A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, os índices de inflação, o câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis prefixados.

Bolsa brasileira apresenta resultado positivo apesar do rebaixamento de nota pela Fitch

O rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch não causou o menor impacto no mercado financeiro, e a bolsa brasileira emendou seu quarto recorde nominal seguido e fechou a semana passada acima dos 87 mil
pontos pela primeira vez. O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, subiu 0,70%, para 87.293 pontos, na última sexta-feira. Em termos reais, ou seja, quando considerada a inflação, o indicador ainda está bem abaixo do recorde de maio de 2008, de 73.516 pontos - que, hoje, equivaleriam a cerca de 130 mil pontos. Na semana, o índice subiu 3,28%. O volume financeiro foi de R$ 12,8 bilhões - a média diária de fevereiro está em R$ 13,1 bilhões.
O corte da nota também não teve reflexos sobre outros indicadores de risco do País. O dólar, moeda à qual os investidores recorrem quando buscam segurança, fechou em baixa. O dólar comercial recuou 0,21%, para R$ 3,242. Na semana, teve alta de 0,6%. O dólar à vista caiu 0,38%, para R$ 3,237 - alta de 0,87% na semana. O CDS (Credit Default Swap), espécie de seguro contra calote do País, teve queda de 1,72%, para 154,8 pontos. 
Os contratos mais negociados de juros futuros, que também espelham risco, recuaram. Os DIs para abril de 2018 caíram de 6,609% para 6,605%. Os DIs para janeiro de 2019 tiveram baixa de 6,590% para 6,575%.
A falta de repercussão no mercado se deu porque o rebaixamento já era esperado, principalmente após a agência de classificação de risco S&PGlobal ter cortado o rating do Brasil em janeiro deste ano, em meio ao então adiamento da votação da reforma da Previdência.
E se tornou ainda mais iminente após o governo ter anunciado, na última segunda-feira, que desistiu de colocar para votação a reforma. No lugar, apresentou um pacote de 15 medidas - boa parte delas requentada e já em tramitação no Congresso.
Como resposta, a própria Fitch e a Moody's alertaram que a desistência era negativa para a nota de crédito do País - e a Fitch acabou tomando a dianteira e rebaixando o País antes da concorrente.
José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, avalia que o rebaixamento já estava na conta. "É só uma formalidade de passar a régua e dizer que não se fala mais nisso até as eleições. É sinal de que eles esperam mudanças que não são muito prováveis. A reação do mercado estava na conta. Não vai ter Previdência, e o governo não tem mais o que anunciar", diz.
Segundo a Fitch, o rebaixamento reflete o déficit fiscal persistente do Brasil, um grande e crescente endividamento do governo e o fracasso de aprovar no Congresso reformas que poderiam equilibrar as finanças públicas. "O pacote das 15 medidas foi uma espécie de gota d'água. Do lado da equipe econômica, é o que tinham para apresentar, o que conseguiram entregar. Agora, é esperar pelas eleições", afirma Gonçalves.
BOLSA DE ARTE/DIVULGAÇÃO/JC