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Economia

- Publicada em 19 de Fevereiro de 2018 às 19:11

Resultado do Banrisul abre espaço para vender ações, dizem analistas

Presidente do banco disse que a decisão sobre a venda das ações será nos "próximos dias"

Presidente do banco disse que a decisão sobre a venda das ações será nos "próximos dias"


FREDY VIEIRA/JC
Patrícia Comunello
O desempenho do Banrisul surpreendeu até o mercado, admitem analistas gaúchos que acompanham o banco. Agora, a resposta mais aguardada é se o governo estadual vai ou retomar a venda de quase a totalidade dos papéis ordinários, no limite para manter o controle acionário, exigência legal. Para se desfazer do controle, só com plebiscito popular autorizando que a Assembleia Legislativa examine a proposta.  
O desempenho do Banrisul surpreendeu até o mercado, admitem analistas gaúchos que acompanham o banco. Agora, a resposta mais aguardada é se o governo estadual vai ou retomar a venda de quase a totalidade dos papéis ordinários, no limite para manter o controle acionário, exigência legal. Para se desfazer do controle, só com plebiscito popular autorizando que a Assembleia Legislativa examine a proposta.  
O presidente da instituição, Luiz Gonzaga Veras Mota, disse que, "nos próximos dias, deve ter a decisão do controlador sobre se vai continuar ou desistir" da venda. O controlador, leia-se, o governo estadual, que detém 99,58% das ordinárias. "A operação da venda continua suspensa, ainda está em estudo", afirmou Veras. Pesarão na decisão o preço das ações, a renegociação da dívida com a União - que teve recentemente aprovação pela Assembleia da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) - e a situação fiscal geral do Estado.
Enquanto o martelo não é batido pelo governo sobre a venda, analistas avaliam que a chance de oferta aumentou. Os números que vieram no fechamento do quarto trimestre e de 2017 foram inesperados. "Sim, foi surpreendente até para nós. Apareceram alguns itens não-recorrentes, como créditos tributários, mas só a parte recorrente foi acima das expectativas", opina Laís Martins Fracasso, economista da Fundamenta Investimentos. No êxito, Laís cita desde provisão para crédito, a queda da inadimplência - de 5% para 3,56% para atraso e 90 dias e melhora no Índice de Eficiência, que caiu de 54% para 50,6%. Quanto menor o índice mais eficiência o banco tem entre despesa e margens.
"O desempenho do banco foi muito bom. As estimativas médias do mercado indicavam lucro recorrente de R$ 226,6 milhões no trimestre e chegou a R$ 323,7 milhões e fechou o ano em R$ 911,6 milhões", confronta o analista-chefe da Geral Investimentos, Carlos Müller. Além dos fatores elencados pela colega Laís, Müller acrescenta a evolução das receitas de tarifas e serviços. Na B3, a ação mais negociada e com maior quantidade no mercado, a preferencial BRSR6, subiu 6,21% ontem, fechando o dia a R$ 17,95.
A analista da Fundamenta avalia que o banco não deve manter um Retorno Anualizado sobre Patrimônio Líquido Médio (Roae) em 20,2%, que foi o do último trimestre. "No quarto trimestre de 2016 o ROAE foi de 10,1%", cita ela. Os papéis ordinários (BRSR3), por exemplo, caíram 8,39%. "A decisão da venda será muito mais fundamentada na necessidade e urgência dos recursos do que apenas no preço que se conseguirá chegar." 
Müller avalia que uma possível recolocação da venda das ações dependerá da recuperação da valorização dos papéis ordinários. "Caso o desempenho do banco siga melhorando e as ações ordinárias se recuperem, acredito que o cenário ficaria mais favorável", condiciona o analista-chefe da Geral. "Nesta terça vai acontecer a teleconferência e possivelmente será questionada essa questão", antevê Müller. 
O economista observa que a ação BRSR6 subiu 5,8% desde 4 de outubro, quando houve o comunicado de vender os papéis, com posterior que depois o governo desistiu. Já a BRSR3 teve alta de 31%. 
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