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MÚSICA

- Publicada em 20 de Fevereiro de 2018 às 10:19

Festival em São Paulo celebra a obra de Villa-Lobos

Com Isaac Karabtchevsky, Osesp apresenta festival Viva Villa! e lança CDs de suas sinfonias

Com Isaac Karabtchevsky, Osesp apresenta festival Viva Villa! e lança CDs de suas sinfonias


NATALIA KIKUCHI/DIVULGAÇÃO/JC
De hoje até domingo, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) apresenta o festival aberto ao público Viva Villa! na Sala São Paulo. A série de concertos inteiramente gratuita destaca a produção do maior compositor brasileiro: Heitor Villa-Lobos (1887-1959). O evento marca o encerramento da gravação integral das sinfonias do autor pela Osesp, dirigida pelo maestro Isaac Karabtchevsky, e ainda o lançamento de uma caixa especial com os seis CDs, Sinfonias de Villa-Lobos (Naxos, R$ 90,00).
De hoje até domingo, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) apresenta o festival aberto ao público Viva Villa! na Sala São Paulo. A série de concertos inteiramente gratuita destaca a produção do maior compositor brasileiro: Heitor Villa-Lobos (1887-1959). O evento marca o encerramento da gravação integral das sinfonias do autor pela Osesp, dirigida pelo maestro Isaac Karabtchevsky, e ainda o lançamento de uma caixa especial com os seis CDs, Sinfonias de Villa-Lobos (Naxos, R$ 90,00).
Além de aulas e bate-papos, serão apresentados três concertos sinfônicos, com a orquestra regida por Karabtchevsky, e dois concertos de câmara, sendo um com o pianista Lucas Thomazinho (premiado no Festival de Campos do Jordão 2017) e o Coro da Osesp sob a batuta da regente em residência da Osesp, Valentina Peleggi, e um com o violonista Fábio Zanon, o Quarteto Osesp e a participação de instrumentistas da Osesp e da Academia da Osesp. No domingo, um programa especial para crianças reúne o pianista Marcelo Bratke e os Coros Infantil e Juvenil da Osesp. Detalhes da programação no site www.osesp.art.br.
Para Arthur Nestrovski, diretor artístico da orquestra, a "presença avassaladora" da personalidade do compositor se faz sentir em cada nota: "É todo um mundo que se abre ao primeiro compasso de qualquer obra dele", afirma o gaúcho de Porto Alegre, a quem a "marca pessoalíssima e intransferível" de Villa-Lobos é o que atesta sua consagração.
O músico carioca é novamente o tema da pré-temporada da Osesp - a oficial começa em março -, em festival que celebra as 11 sinfonias pouco conhecidas de sua obra. As composições, comumente ofuscadas pelas Bachianas Brasileiras, foram revisadas pelo Centro de Documentação Musical da Osesp, pelo diretor artístico e por Isaac Karabtchevsky, que regeu a Osesp na primeira gravação integral delas por uma orquestra brasileira. "Villa-Lobos era uma esponja, ele tinha essa capacidade de absorver e impregnar essas influências com uma nostalgia bem brasileira, em forma de sonatas", explica o maestro. Executar as sinfonias revisadas em concertos gratuitos, conforme ele, é uma forma de mostrar o impulso que norteou a confecção da série, o de tornar uma obra pouco trivial acessível a todos.
Segundo Nestrovski, anualmente cerca de 60% do público total da Osesp assiste à orquestra de graça. "Mas oferecer Villa-Lobos ao maior público possível é quase questão de honra para nós." O diretor diz haver muitos projetos planejados, mas nenhum equivalente a este, que, para ele, é "único do ponto de vista artístico e representa uma contribuição especial à nossa música". Karabtchevsky sugere debruçar-se sobre a obra de compositores como Carlos Gomes (1836-1896) e Francisco Mignone (1897-1986), mas não pretende fazê-lo: "Vou deixar para as próximas gerações".

Lançamento especial resgata obra madura do artista

Box com seis discos tem lançamento nesta semana

Box com seis discos tem lançamento nesta semana


ISABELA GUASCO/DIVULGAÇÃO/JC
A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) acaba de lançar um pacote de seis CDs que promete mexer na recepção e fortuna crítica da obra de Villa-Lobos (1887-1959): são as quase desconhecidas 11 sinfonias, cujas partituras foram submetidas a uma revisão minuciosa antes de serem gravadas com regência de Isaac Karabtchevsky.
O trabalho durou sete anos e talvez seja o principal acontecimento fonográfico ligado ao compositor carioca desde Villa-Lobos par Lui-même, uma caixa de 1991 - também com seis discos - que agrupava gravações regidas pelo músico em Paris no final da vida.
A Sinfonia nº 7 foi estreada pela Sinfônica de Londres; a nº 8 no Carnegie Hall de Nova Iorque com a Orquestra de Filadélfia; a nº 11 pela Sinfônica de Boston; e a nº 12 pela Sinfônica Nacional de Washington, todas orquestras de alto nível e prestígio. Porém, essas composições caíram em esquecimento, em parte, pela qualidade ruim do material orquestral - que continha centenas de erros. Sem edição confiável (e disponível) não se tocam nem se gravam obras, o que por sua vez contamina a avaliação crítica.
Karabtchevsky envolveu-se pessoalmente no projeto de edição junto ao Centro de Documentação Musical da Osesp (coordenado por Antonio Carlos Neves Pinto). Aos 83 anos, conclui o ciclo com vitalidade invejável: todas as obras foram "testadas" seguidamente em apresentações públicas antes dos registros fonográficos.