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Cultura

- Publicada em 07 de Fevereiro de 2018 às 20:53

Eva Sopher morre em Porto Alegre aos 94 anos

Dona Eva estava afastada há algum tempo das atividades devido a complicações na saúde

Dona Eva estava afastada há algum tempo das atividades devido a complicações na saúde


ANTONIO PAZ/JC
Cristiano Vieira
A presidente da Fundação Theatro São Pedro (TSP) e uma das mais emblemáticas personalidades da cultura no Rio Grande do Sul, Eva Sopher, faleceu nesta quarta-feira (7) na Capital gaúcha. Eva tinha 94 anos e já estava afastada há algum tempo das atividades devido a complicações na saúde. Ela faleceu no Hospital Moinhos de Vento. O velório será entre 11h e 18h desta quinta-feira (8) no São Pedro. O governador José Ivo Sartori vai decretar luto de três dias no Estado. 
A presidente da Fundação Theatro São Pedro (TSP) e uma das mais emblemáticas personalidades da cultura no Rio Grande do Sul, Eva Sopher, faleceu nesta quarta-feira (7) na Capital gaúcha. Eva tinha 94 anos e já estava afastada há algum tempo das atividades devido a complicações na saúde. Ela faleceu no Hospital Moinhos de Vento. O velório será entre 11h e 18h desta quinta-feira (8) no São Pedro. O governador José Ivo Sartori vai decretar luto de três dias no Estado. 
Em setembro de 2016, a presidente da fundação foi internada após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Dona Eva, como era chamada por amigos e quem a acompanhava em pautas ligadas ao São Pedro, nasceu em Frankfurt, na Alemanha, em 18 de junho de 1923. De origem judaica, Eva emigrou da Alemanha para o Brasil em 1936, devido à perseguição nazista.
Ela residiu primeiro no Rio de Janeiro, onde atuou no grupo Pro Arte de Theodor Heuberger, e depois se fixou em São Paulo, onde estudou arte, desenho e escultura no Instituto Mackenzie. A diretora do São Pedro acabou adquirindo nacionalidade brasileira em 1950. Ela se mudou para Porto Alegre em 1960 e foi casada com Wolfgang Klaus Sopher. Em 1975, ela assumiu a direção do teatro e liderou a restauração.
O São Pedro foi reaberto em 1984, e dona Eva selou sua ligação com a estrutura, considerada uma das melhores do Brasil por atores que vêm com peças do Rio e São Paulo para sessões no palco gaúcho.
Em matéria no caderno panorama em 2015, dona Eva falou da trajetória na fundação, das dificuldades de caixa e afirmou firme, com seus 92 anos: "O mau momento que vivemos hoje na economia e na política é falta de vergonha na cara. A essa altura da minha vida eu posso falar, já vivi muita coisa."
Em 2015, ela recebeu a Medalha Goethe, dada pela Alemanha a personalidades que se destacaram de maneira especial na promoção do intercâmbio cultural internacional, mas não pôde ir receber o prêmio pessoalmente, impossibilitada pela idade avançada de fazer uma viagem longa.
Repercussão: "Perda para a cultura"
"Acabo de receber a triste notícia do falecimento de dona Eva Sopher. Deixo minha homenagem a essa grande mulher, que dedicou uma vida inteira à arte e à cultura. Como legado, deixa sua luta pela preservação do Theatro São Pedro, o respeito da classe artística de todo o Brasil e o carinho e a consideração do povo gaúcho", declarou Sartori, em nota. 
O secretário municipal da Cultura, Luciano Alabarse, disse que é "uma perda irreparável para o Rio Grande do Sul". "Ela fez um trabalho formidável pela cultura e deixa um legado imenso junto à história do Theatro São Pedro", destacou Alabarse.
A deputada Manuela D'Ávila chegou a ocupar a tribuna, durante a sessão da Assembleia Legislativa, para noticiar e lamentar o falecimento de Eva. Antes de começar o jogo entre Grêmio e Brasil de Pelotas, na Arena, houve um minuto de silêncio em memória à perda da presidente do São Pedro.       
Para Sergius Gonzaga, atual coordenador do livro e da literatura de Secretaria da Cultura da Capital, além do “fanatismo do bem” que 'Dona Eva' ostentava pela cultura em geral e pelas artes cênicas em especial, foi uma inovadora na gestão do TSP. “Curiosamente, apesar de ser uma senhora de idade, fez uma gestão altamente moderna, até reerguê-lo e, depois, concretizar o complexo cultura em seu entorno”, elogiou Gonzaga, que foi secretário de Cultura de Porto Alegre entre 2005 e 2012.
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