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- Publicada em 01 de Março de 2018 às 22:45

Babilônia, berço da civilização

Detalhe da capa do livro

Detalhe da capa do livro


REPRODUÇÃO/JC
Em Babilônia (Zahar, 380 páginas, impresso R$ 69,90 e e-book R$ 49,90, tradução de Vera Ribeiro e revisão técnica de Marlene Suano), de Paul Kriwaczek, viajante, jornalista, diretor e roteirista da BBC por mais de 25 anos, é um retrato profundo e fundamentado sobre a antiga Mesopotâmia. A narrativa cobre o período que foi de 5.400 a.C. até a tomada do reino babilônico pelos persas, no século VI a.C., retratando a ascensão e a queda do poder dinástico no extenso período.
Em Babilônia (Zahar, 380 páginas, impresso R$ 69,90 e e-book R$ 49,90, tradução de Vera Ribeiro e revisão técnica de Marlene Suano), de Paul Kriwaczek, viajante, jornalista, diretor e roteirista da BBC por mais de 25 anos, é um retrato profundo e fundamentado sobre a antiga Mesopotâmia. A narrativa cobre o período que foi de 5.400 a.C. até a tomada do reino babilônico pelos persas, no século VI a.C., retratando a ascensão e a queda do poder dinástico no extenso período.
Paul Kriwaczek nasceu em Viena em 1937, formou-se em odontologia em Londres e passou uma década trabalhando no Irã e no Afeganistão. Fez extensas viagens pela Ásia e pela África e, depois, teve longa carreira no jornalismo. Fluente em oito idiomas, entre eles o persa e o híndi, Kriwaczek escreveu Yiddish Civilisation e In search of Zarathustra. Em Babilônia - o portal dos deuses mostra seu apogeu no reinado do soberano amorita Hamurabi, que unificou a cidade entre 1800 e 1750 a.C.
Mesmo depois de seu declínio e da tomada pelos persas, Babilônia seguiu imortal pela sua gigantesca importância como centro cultural, religioso e político por mais de 4 mil anos. Pela sua amplitude, fascínio e abrangência, a obra de Kriwaczek é considerada referência obrigatória na bibliografia sobre o mundo antigo.
As terras da Babilônia testemunharam o nascimento da escrita e da literatura, da educação e do direito, da engenharia civil e da matemática. Sua população foi a primeira a dominar a roda e a controlar o vento nas velas de suas embarcações, além de ter aperfeiçoado os conceitos de número e peso. O rei Hamurabi deixou para a posteridade o Código de Hamurabi, marco do Direito na civilização ocidental. A escrita cuneiforme, o nascimento do Estado centralizado, da religião organizada, entre outras coisas fundamentais, são herança da Babilônia, o berço da civilização, que nos servem até a atualidade.
Com pesquisa sólida, profunda e atualizada e através de uma narrativa sedutora, o autor estabeleceu um imenso painel envolvendo política, história, mito e cultura e nos possibilita entender muito do que vivenciamos agora. Para o autor, em síntese, a história deve instrumentar as preocupações atuais e não ser apenas um antiquarismo autogratificante.

lançamentos

Questão disputada sobre as criaturas espirituais (É Realizações Editora, 254 páginas, tradução de Carlos Nougué) é uma das mais importantes disputas dialéticas de São Tomás de Aquino. Questões de metafísica, angeologia, gnosiologia e antropologia são tratadas, para explicar como operam as criaturas espirituais, utilizando finas analogias com a natureza humana.
O segredo dos Goblins (Rocco Jovens Leitores, 238 páginas, tradução de Waldéa Barcellos), narrativa infantojuvenil do premiado autor best-seller cubano-americano William Alexander, narra a saga de um garoto que entra para uma trupe teatral de Goblins, para encontrar seu irmão desaparecido. Família, amor, identidade e poder das palavras estão na obra.
Ladies in Lavender - Damas em lavanda (Class, 54 páginas), conto de William John Locke, com tradução e ensaio da escritora e tradutora Fernanda Mellvee, pseudônimo de Fernanda de Mello Veeck, traz uma estória de fadas na Cornualha, envolvendo amores tumultuados e superação. A obra inspirou O violinista que veio do mar do diretor Charles Dance, protagonizado por Judi Dench e Maggie Smith.

O Face

O Facebook foi criado por Mark Zuckerberg depois que ele levou um fora de uma menina e resolveu se vingar colocando a farinha no ventilador. Não se sabe qual o futuro do Face e quais serão as próximas e/ou últimas consequências. Estamos esperando que o Face "vire adulto", seja lá o que isto possa significar. Depois de ser rede social por bons anos, o Face passou a espalhar notícias, verdadeiras e falsas e aí o bicho pegou.
No meu tempo de guri, na permanentemente florescente Bento Gonçalves dos anos 1950 e 1960, o Face era a pracinha do Centro, os jornais e a rádio da cidade, dona Dosolina e outras donas que gostavam de colher e passar informações, especialmente sobre aspectos essenciais das vidas alheias. Dona Dosolina ficava na janela muitas horas do dia. Era sua "torre de controle" e nenhum movimento escapava dos seus olhinhos espertos. Quando ela passava caminhando na frente de nossas casas, nós, meninos "brincalhões", imitávamos as trombetas e a voz do locutor do Repórter Esso. "Atenção, atenção, vai falar o Repórter Esso, atenção" dizíamos, em alto e bom som, em homenagem à dama da informação. Pensando bem, acho que ela não era muito do mal. Era curiosa e, de repente, precisava se ocupar, mesmo que fosse com as ocupações e vidas dos outros. Perto do Face dá para dizer que ela era uma monja.
As praças, os jornais, revistas, rádios e emissoras de TV nunca foram santos e sempre deram espaço para os aspectos menos edificantes dos humanos, que também, quase sempre, não foram e não são exatamente santos.
O Face anda, tipo assim, incontrolável. Sim, quem abusar demais pode ser chamado "às barras dos tribunais" e, se bobear, pagar uma grana para o ofendido. Mas antes os estragos são feitos, reputações, carreiras e vidas vão para o ralo e, esses dias, o criador do Face disse que não tinha criado a coisa para o mal e que lamentava certos acontecimentos. O inventor da dinamite também não gostou de certos usos que os humanos começaram a fazer de sua criação. Nitroglicerina pura on-line, estragos, violência, fofocalhada, coisas boas, mentiras e algoritmos utilizados para fins de todo tipo de intenção.
Esses dias pensei em dar um tempo ou abandonar de vez o Face e outras redes, onde tenho 3.114 amigos, até hoje, dia 2 de março. Daí pensei que sair das redes seria sair da vida e da pracinha eletrônica e que estou "meio" dependente mesmo desses sedutores monstros digitais. Vou tentar manter meu resto de saúde mental e não ficar mais que sete ou oito horas por dia conectado nas geringonças ou "gadjets". I like likes, I love likes, ver fotos de bebês, jovens, adultos, velhos e mortos, gatos, cachorros e outros bichos e fotos de ovos fritos, panquecas, quitutes que os internautas só oferecem na tela e coisas e notícias surpreendentes, que por incrível que pareça, ainda pintam. A vida, os humanos e os animais são fontes inesgotáveis de surpresas e novidades, o que é até bom.
 

a propósito...

Se dou muito pitaco no Face, dizem que sou metido e sempre tem os do contra nesse fla-flu político, futebolístico, econômico, ético e não sei o que mais. Já tenho inimigos que chega. Se fico quieto, reclamam que não falo nada, que sou alienado. Se digo "é, pode ser", "tens certa razão", " tem os dois lados" e coisas do tipo, tentando evitar maiores conflitos, dizem que sou "político", bonzinho demais, concordino e outros adjetivos menos elegantes. Melhor metamorfose ambulante mesmo. Mas é isso, caiu na rede é peixe, às vezes tubarão, outras, baleia, e outras lambari na boca da baleia. "Não tá morto quem peleia, já dizia o lambari na boca da baleia." E vamos nessa, que 2018 promete barbaridade. (Jaime Cimenti)