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- Publicada em 21 de Fevereiro de 2018 às 23:03

Quaresma: Tempo de rezar e alimentar a confiança em Deus

A Quaresma convida os batizados a cultivarem momentos para, mais intensamente, "estar com Jesus" no deserto para, como Ele, dar a Deus o lugar central em suas vidas como discípulos.
A Quaresma convida os batizados a cultivarem momentos para, mais intensamente, "estar com Jesus" no deserto para, como Ele, dar a Deus o lugar central em suas vidas como discípulos.
O encontro com Jesus e o estar mais intensamente com Ele conduz o discípulo a rever comportamentos, atitudes, modo de pensar, formas de cultivo de relações consigo mesmo, com os outros, com a criação e com Deus. É por isso que a Quaresma é compreendida como tempo de conversão.
As tradicionais práticas quaresmais da oração, do jejum e da esmola são meio para deslocar os "falsos senhores" que habitam o coração humano, dando lugar para a presença e ação do "verdadeiro Senhor".
Os exercícios quaresmais devem levar a uma identificação com Jesus Cristo; eles iluminam, alimentam e sustentam o discípulo no seguimento de Jesus Cristo.
Durante o período da Quaresma as comunidades de fé são exortadas ao piedoso exercício da Via-Sacra. O caminho da Cruz desafia o fiel a se questionar: o que é a tragédia, o heroísmo, o pecado, a solidariedade, o sacrifício, a dor, a traição, a contradição, a morte, o duelo entre o mal e o bem, a redenção, o que é morrer para viver? Numa palavra: qual o sentido da Cruz de Cristo? Ao questionar-se, pode o fiel melhor compreender que o caminho de Jesus para o Calvário é uma via de esperança. Jesus ensina o discípulo a transformar o sofrimento em paz, sustentado pela esperança do seu triunfo sobre a Cruz.
A Paixão de Cristo encontra correspondência na atual situação dramática em que se encontra o nosso país. O sofrimento de Cristo se repete no cotidiano de tantas pessoas, vítimas de diferentes formas de violência, que têm aumentado drasticamente.
Constata-se o aumento do desemprego, a falta de oportunidade para os jovens, o descarte dos idosos. Milhares de pessoas vivem sem o mínimo de condições. A pobreza cresce; a inclusão social diminui. Crescem os grupos econômicos; o capital se torna uma divindade.
Em nome de uma pretensa laicidade do Estado, busca-se neutralizar os sinais religiosos, os valores da vida que encontram suas raízes na tradição cristã, a ação da Igreja em favor da vida, sobretudo dos mais fragilizados, procurando fazer crer que a vivência da fé é algo apenas de foro íntimo.
Em nome do individualismo e da liberdade apregoa-se o conforto, o bem estar, o consumismo. O que parece contar é o "eu" em detrimento do "nós". Com isso, o convívio social é desafiado, pois o outro não é visto como irmão, mas como estranho, ou até inimigo.
A violência que a todos atinge, produz uma dor que, segundo o senso comum, é uma realidade que isola, mas para os discípulos do Crucificado-Ressuscitado pode se tornar um ponto de encontro e de comunhão.
Ponto de encontro porque nos recorda que a violência é expressão do pecado, ausência de amor e fraternidade. Por isso, da necessidade urgente de promover o diálogo e a proximidade no seio da sociedade como meios para superação da violência.
"A violência só e sempre destrói, nada constrói; só excita paixões, nunca as aplaca; só acumula ódio e ruínas e não a fraternidade e a reconciliação". Nossa tarefa é "restaurar as relações de convivência humana na base da verdade, justiça, amor e liberdade: as relações das pessoas entre si, as relações das pessoas com as suas respectivas comunidades políticas, famílias, organismos intermédios..." (João XXII).
Os não violentos possuem duas armas para combater toda forma de violência: a oração e a confiança em Deus.
 
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