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Empreendedorismo

- Publicada em 25 de Fevereiro de 2018 às 21:19

Vinícolas unem turismo, enologia e natureza

Peterlongo reúne degustação e projeções no telão para o público visitante, tudo regado a bebidas da marca, pipocas e delícias dos food trucks

Peterlongo reúne degustação e projeções no telão para o público visitante, tudo regado a bebidas da marca, pipocas e delícias dos food trucks


JEFERSON SOLDI/DIVULGAÇÃO/JC
Acostumadas a abrir suas portas para receber visitantes para degustações em adegas, as vinícolas da serra gaúcha ampliam as opções de turismo e seu portfólio de negócios. Um dos movimentos que vêm ganhando força atualmente é o de levar os visitante a passeios sensoriais e em contato com a natureza. Se, há alguns anos, a maior atração era entrar nas adegas, fábricas e lojas, agora a proposta é sair da clausura e abraçar os encantos da vida ao ar livre combinando atividades de experimentação com enologia.
Acostumadas a abrir suas portas para receber visitantes para degustações em adegas, as vinícolas da serra gaúcha ampliam as opções de turismo e seu portfólio de negócios. Um dos movimentos que vêm ganhando força atualmente é o de levar os visitante a passeios sensoriais e em contato com a natureza. Se, há alguns anos, a maior atração era entrar nas adegas, fábricas e lojas, agora a proposta é sair da clausura e abraçar os encantos da vida ao ar livre combinando atividades de experimentação com enologia.

Cinema ao ar livre, taças na mão e cultura entre as videiras

Em um cenário cinematográfico ao lado de parreirais e do prédio centenário que ainda hoje abriga a vinícola, a Peterlongo realiza, desde setembro de 2016, o projeto Wine Movie. A ideia de colocar um grande telão e reproduzir filmes a céu aberto reúne adoradores da sétima arte e dos vinhos em Garibaldi, e agora começa a rodar o Brasil. No entorno da tela de 8x5 metros, que recebe projeções em alta definição, orbitam turistas, moradores e quiosques com espumantes e vinhos da marca, food trucks e pipocas.
O público chega aos poucos e se espalha até lotar o gramado, repleto de tapetes, bancos, almofadas e mantas. Ao fundo, videiras e pipas da indústria. A mais recente atração junto aos jardins do chamado Castelo Peterlongo - e abaixo de uma nogueira centenária - foi com o filme Sob o Sol da Toscana. O Wine Movie Peterlongo, que agora começa a percorrer o Brasil, é o retrato mais visível e artístico de uma ampla estratégia de reconstrução da marca. Um trabalho iniciado há cerca de 10 anos. O projeto é, de certa forma, a celebração de uma virada na história da empresa.
Criada pelo imigrante Manoel Peterlongo, a Casa Peterlongo foi inaugurada em 1915, pioneira na produção e divulgação do champanhe no Brasil. Após várias décadas de sucesso e lucros, tendo inclusive exportado parte de sua produção para os Estados Unidos nos anos 1940, a elegância da marca começou a ruir a partir de 1990. Isso aconteceu em função de lançamento de novos e populares produtos, como a Espuma de Prata - que, apesar disso, ainda responde por mais da metade de receita da vinícola.
Nos anos 2000, com dívidas que chegaram a cerca de R$ 50 milhões, a Peterlongo voltou a buscar telas mais nobres para brilhar. O novo roteiro teve suas legendas grafadas principalmente após o centenário, em 2015, e já com a dívidas quitadas. A garantia de um novo posicionamento no mercado foi feita com espumantes e vinhos orquestrados pelo enólogo francês Pascal Marty, contratado pela vinícola por 10 anos. O novo roteiro da empresa tem sua autoria assinada, em boa parte, pela gestão e recursos aplicados por Luiz Carlos Sella, sócio desde 2002, quando a Peterlongo começou definitivamente a mudar o rumo de sua história.
Serviço:
  • Os ingressos para o Wine Movie Peterlongo são limitados e podem ser adquiridos na loja da vinícola ou pelo site www.sympla.com.br, por R$ 35,00, com direito a uma taça personalizada e uma dose de vinho, espumante ou suco de uva.
  • No local, o valor é de R$ 45,00, havendo disponibilidade.
  • Localização: rua Manoel Peterlongo, 216, Garibaldi.
  • Mais informações pelo telefone (54) 3462-1355.
 
 

Ecomuseu e colheita em vinhedo de destaque mundial


THIAGO COPETTI/ESPECIAL/JC
Aberta ao público pela primeira vez neste ano pela Dal Pizzol, a colheita no Vinhedos do Mundo tem tudo para se tornar uma atividade disputada nos próximos anos. O Vinhedos do Mundo é uma das três maiores coleções privadas de uva do planeta, exibindo cerca de 400 tipos da fruta. E é a partir da colheita feita por turistas nesse diversificado que a Dall Pizzol produz uma edição limitadíssima. As uvas colhidas por turistas neste ano serão vinificadas em conjunto e darão origem ao Vinumundi2018, que estará pronto para o consumo em 2019.
A proposta é ter na empresa um vinho “cultural” e não comercializado. É uma bebida servida apenas convidados e ao grupo que fará a mesma colheita no próximo ano. Para se ter uma ideia da variedade apresentado na coleção de uvas das Dal Pizzol, o Vinumundi2017 foi feito com variedade como Kadarka (Hungria), Caladoc (França), Xare-lo (Espanha), Morio Muskat (Alemanha) e Kyoho Hayakawa (Japão). Os interessados em participar da colheita “mundial” terão de esperar 2019, mas não precisam aguardar para apreciar espumantes e vinhos da empresa ao ar livre, em um passeio pelo Ecomuseu.
Em uma área de 80 mil metros quadrados, entre árvores, lagos e amplas áreas verdes, o Ecomuseu é resultado de décadas de preservação de antigos utensílios e equipamentos de trabalho utilizado na produção do vinho. A Enoteca, criada dentro de um antigo forno da olaria, abriga bebidas produzidos pela empresa desde sua fundação, em 1974. O local também ostenta a réplica do primeiro vinhedo construído pelos imigrantes, todo de madeira e sem fios de arame.
Como não poderia deixar de ser, na mais típica tradição italiana, a comida também é um dos prazeres do local. O Ristorante Enoteca Dal Pizzol oferece refeições elaboradas por chefs locais e servidas em meio à natureza, para grupos pré-agendados. A proposta é apresentar ao visitantes o conceito básico de o vinho não é só um produto agroalimentar, mas principalmente um tema cultural.
Serviço:
  • A visitação à vinícola, ao Vinhedo do Mundo e ao Ecomuseu pode ser feita de segunda à sexta-feira, sem custos. Sábados, domingos e feriados tem custo de R$ 5,00 para crianças de 6 a 12 anos e R$ 10,00 acima de 12 anos. O Ristorante Enoteca Dal Pizzol trabalha sob reservas e para grupos a partir de 10 pessoas. Mais informações: (54) 3449-2255 ou e-mail [email protected].
  • Localização: RS 431, Km 5,3 - Distrito de Faria Lemos, em Bento Gonçalves.

Paraíso reservado aos adoradores do vinho


THIAGO COPETTI/ESPECIAL/JC
Primeira vinícola a abrir suas portas à visitação guiada, a cooperativa Aurora, de 86 anos e com mais de 1,1 mil famílias associadas, reserva um pequeno paraíso ao ar livre para apreciar vinhos e uma bela refeição. Apesar de ser um espaço normalmente utilizado apenas para receber convidados da empresa, os 16 hectares do antigo Centro Tecnológico Vinícola (CTV), em Pinto Bandeira, começa a ser aberto a grupos de enólogos, sommeliers e confrarias especializadas. O local, hoje destinado a vinhedos, impressiona pela beleza logo na chegada.
No campo dos negócios, a Aurora também apresenta novidades, algumas surpreendentes, como a importação de vinhos. Sob a grife Pequenas Partilhas, a cooperativa passou a comprar tintos criteriosamente escolhidos de fabricantes de Uruguai, Argentina e Chile.
Apesar de parecer antagônico, já que são generalizadas as queixas sobre o elevado ingresso de vinhos importados no Brasil, a gerente de exportações da empresa, Rosana Pasini, explica que o projeto atendeu a pedidos dos próprios clientes e não concorre com a produção da vinícola. "Alguns clientes queriam ter vinhos de fora e pediram apoio para isso, já que temos conhecimento dos produtos e processos. De uma forma ou outra, iriam em busca disso, então resolvemos abrir essa linha especial. A venda não é relevante, representa menos de 1% do faturamento", pondera Rosana.
Além dos vinhos importados, a Aurora resolveu adentrar em outro segmento do comércio exterior. Desde 2017, também exibe em seu catálogo azeite sob a grife Pequenas Partilhas, com olivas importadas. "O mesmo cliente que aprecia um bom vinho sabe o valor de um bom azeite, e resolvemos unir os dois negócios", diz Rosana.
Serviço
  • O agendamento de visitas ao CTV pode ser solicitado por grupos especializados em (54) 3455-2095 ou [email protected]

Um jardim de luxo para brindes e petiscos


THIAGO COPETTI/ESPECIAL/JC
O primeiro espaço destinado ao cultivo de uvas da Miolo já se tornou tradicional local de brindes ao ar livre entre turistas e moradores da Serra. Localizado em frente ao chamado Lote 43, o Wine Garden Miolo é disputado para piqueniques com serviço de alimentação e bebidas, espaço kids e, claro, para degustar bons vinhos e espumantes em taça.
A proposta é oferecer as visitantes a experiência de consumo do terroir mais simbólico da Miolo. Foi ali que, que achegar da Itália, o patriarca da família, Giuseppe Miolo, recebeu terras do governo brasileiro para cultivo, o lote 43. O cardápio inclui sanduíches especiais, cupcakes e brusquetas. Boa parte é elaborado com produtos orgânicos da horta própria do Wine Garden. O cenário descontraído oferece locais pra descanso, sombra e vinho fresco. Outro diferencial é que o espaço permite que os apreciadores possam levar junto seus pets.
Serviço:
  • O Wine Garden abre aos sábados, domingos e feriados das 10h às 18h, se o tempo estiver favorável. O serviço de alimentação e bebidas é exclusivo do Espaço Wine Garden e não é permitido trazer mantas ou tapetes, que são oferecidos pela vinícola. Mais informações pelo telefone: 54 2102-1500 e e-mail [email protected]
  • Localização: RS 444, Km 21, Bento Gonçalves

Espumantes na cachoeira


THIAGO COPETTI/ESPECIAL/JC
A história da Vinícola Geisse, criada pelo chileno Mário Geisse quando veio morar no Rio Grande do Sul a serviço da Chandon, nos anos 1970, é tão impressionante como Geisse Experience. O passeio pela propriedade é oferecido por trilhas de mata em veículos 4 x4 e culmina com um deslumbrante brinde às margens de uma cachoeira. O roteiro se funde com a história da família que colocou Pinto Bandeira, com destaque, na rota mundial da bebida. A cachoeira onde termina a visita era reduto dos filhos de Geisse quando queriam acampar na propriedade. Hoje, para privilégio de turistas, foi transformado no Espaço Zen, local de descanso e brindes em meio a natureza. A beleza do local complementa o Open Lounge e seus petiscos, como as empanadas feita pela matriarca da família. E tudo se harmoniza com a qualidade dos espumantes que produz.
A ascensão dos espumantes produzidas na indústria deu um salto em 2012, quando Oz Clarke, maior degustador da Europa, escolheu seus vinhos e espumantes favoritos e a Cave Geisse ficou em 3º lugar. Em 2014, foi eleita o melhor espumante brut pelo Anuário Vinhos do Brasil. Na sequencia, veio a coroação com Jancis Robinson. A especialista em espumantes deu nota 18,5, no total de 20, à mesma espumante. Também em 2014 foi celebrada na edição do ranking Vinícola do Ano do Novo Mundo, da Wine Studius. E os prêmios nação pararam: em janeiro deste ano, em Nova York, na categoria New World Winery (vinícolas do novo mundo), a Cave Geisse recebeu o troféu Wine Star Award da Wine Enthusiast.
“Somos a única vinícola brasileira a constar com um espumante no livro Mil vinhos para beber antes de morrer”, comemora Daniel Geisse, um dos herdeiros da empresa.
Daniel, responsável pelos departamentos comercial e de marketing, conta com entusiasmo a origem da vinícola, em terras compradas pelo pai após anos de estudo sobre os solos da região. O fundador, descrito como detalhista e geólogo autodidata, era um obstinado pelo estudo de tudo o que levaria ao melhor terroir possível, até encontrar a atual propriedade e adquiri-la. Foram anos de pesquisa, dedicação e planilhas com informações e controles que resultaram na vinícola que se tornou referência gaúcha em espumantes.
“Poderíamos ser muito maiores, crescer no Brasil, com o tamanho que o pais tem, é fácil. Difícil é manter q qualidade que queremos”, destaca Daniel.
Serviço
  • Geisse Experience: passeio a bordo de um 4x4 pelos vinhedos e arredores, com brinde no Espaço Zen. Valor para casal é R$ 200, com 5 pessoas no máximo. R$ 350 o pacote completo.
  • Experience Terroir Cave Geisse: translado aéreo com a Voe Tri Taxi Aéreo, com helicóptero. Agendamento via Voe Tri: [email protected] ou pelo telefone (54) 9999-1636.
  • Open Lounge: ambiente ao ar livre com estrutura em trailer que oferece serviço de espumantes, drinks e empanadas artesanais chilenas. Valores conforme consumo. Atendimento: das 11h às 18h
  • Localização: Pinto Bandeira
  • Telefone (54) 3455-7461 e e-mail: [email protected]

Pôr do sol no mirante da caixa d'água


THIAGO COPETTI/ESPECIAL/JC
Para quem, por alguma motivo, não puder se hospedar na Pousada Don Giovani - uma charmosa hospedaria com apenas oito quartos, sendo sete no casarão e uma cabana em meio aos vinhedos - tem outro belo motivo para ir até a vinícola. A indústria de mais de 40 anos, localizada em Pinto Bandeira e distante apenas 12 km do Centro de Bento Gonçalves, exibe um inusitado passeio e uma paisagem que merece ser contemplada nos finais de tarde: a degustação de espumantes sobre uma antiga caixa d'água. A dica é aproveitar também o tradicional cardápio do almoço - baseado em receitas com risotos, especialmente o de alcachofras, cultivadas no local -, conhecer a região e retornar ao final da tarde.
 

Pedalando entre videiras


THIAGO COPETTI/ESPECIAL/JC
Dentro do espírito da unir o enoturismo e vida ao ar livre, a rede de hotéis Dall’Onder passou a oferecer a clientes e aos turistas em geral seis opções de passeios. O kit inclui todo o equipamento, lanches e guias. A opções incluem desde pequenos trechos até mountain bike. Os valores variam conforme o roteiro e o número de participantes.
Mais informações pelo telefone (54) 3455-3570 e e-mail [email protected]

Hospedagem elegante e pet friendly


HOTEL CASACURTA/DIVULGAÇÃO/JC
Um dos mais charmosos hotéis da Serra, sem sombra de dúvida, é o Casacurta, localizado em Garibaldi, que exibe em sua história até mesmo o fato de ter sido local onde o ex-presidente João Goulart e sua esposa passaram a lua de mel.
E, como apreciadores da natureza costumam ter animais de estimação, o Casacurta permite que os hóspedes levem pets de pequeno porte para dentro de seus arcos. O fato pode ser uma surpresa para quem entra no elegante prédio, construído nos anos 1950 e com boa parte da decoração original remetendo a um passado glorioso.
Denise Nunes, gerente do hotel, diz que até o Casacurta tem seu animal de estimação, o Barão, cão pertencente aos donos do empreendimento e que, com frequência, passa seus dias no local. "A única coisa que pedimos é que os hospedes tragam a caminha do seu animal também, porque eles ficam mais tranquilos quando têm por perto cheiros familiares."
Mais informações: www.hotelcasacurta.com.br