Quase sempre presente no Fórum Econômico Mundial de Davos, representado pelo presidente da República, pelo ministro da Fazenda ou pelo presidente do Banco Central, neste próximo encontro, a presença oficial do Brasil será bem mais representativa.
E por uma razão básica: trazer reconhecimento internacional à fase de recuperação da nossa economia segundo as expectativas, tisnadas pelo rebaixamento de grau promovido pela agência de risco Standard & Poor's. Assim, o País terá uma das maiores delegações dos últimos anos na cidade de Davos, na Suíça, na esperança de atrair investidores.
O Fórum Econômico Mundial colocou na agenda o debate "Moldando a nova narrativa do Brasil". No dia 24 de janeiro, quarta-feira, mesma data do julgamento do recurso impetrado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) junto ao Tribunal Regional Federal (TRF-4ª Região), em Porto Alegre, o presidente Michel Temer (PMDB) apresentará sua agenda para 2018 em defesa da necessidade de reformas.
O debate contará, ainda, com o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB); Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco; Candido Botelho Bracher, CEO do Itaú Unibanco; e Paul Bulcke, CEO da Nestlé.
"O Brasil é um dos seis países latino-americanos realizando eleições presidenciais em 2018", indica Davos, em seu programa. "Quais são os principais conquistas atuais e qual visão têm líderes regionais e globais para o Brasil no futuro?", questiona a entidade.
Davos destaca que, em março, o evento regional do fórum será sediado em São Paulo, com o título "A América Latina em um momento de virada".
Temer ainda terá a ocasião de falar para empresários internacionais na manhã do dia 24, inclusive respondendo a perguntas. Cuidadosamente agendado, o debate ocorre no dia do julgamento de Lula, no Brasil. Essa será a primeira vez, em quatro anos, que um chefe de Estado brasileiro falará em Davos para a elite econômica mundial.
Também na quarta-feira, João Doria debaterá "As mudanças políticas na América Latina", além de "Reformas estruturais e como isso vem remodelando o cenário regional". A agenda inclui as consequências das investigações anticorrupção, o impacto das seis eleições programadas para a América Latina em 2018 e a integração regional.
Doria ainda fará parte de um segundo debate, sobre o impacto da internet. São discussões importantes e com presenças de proa na economia mundial. Pedro Parente, presidente da Petrobras, também marca a volta da empresa a Davos.
A estatal, antes do escândalo da Lava Jato, quase que com uma premonição, financiou iniciativa do fórum contra a corrupção, a qual, infelizmente, corroeu justamente a nossa estatal petrolífera.
Na comitiva está o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Caberá a ele discursar sobre "Os novos paradigmas de crescimento" nos países emergentes e sobre as reformas estruturais. Também presente o ex-ministro da Indústria e Comércio, Marcos Pereira; Fernando Coelho, das Minas e Energia; e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência.
Porém, o grande astro de Davos será o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Sua presença vem causando polêmica e entidades suíças, e mesmo políticos se organizam para pedir que o país não receba o presidente norte-americano, algo descartado.