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Internacional

- Publicada em 15 de Janeiro de 2018 às 16:38

Baixa popularidade desafia o Papa em visita ao Chile

O Papa Francisco chegou ao Chile na noite de ontem ciente de que não é um campeão de popularidade no país. Segundo o Instituto Latinobarómetro, trata-se do país latino-americano onde menos se confia no pontífice (sua nota é de 5,3, ante uma média de 6,8 de sua avaliação na região), e na Igreja Católica, em geral, com apenas 45% dos chilenos se declarando católicos - o índice caiu cerca de 20 pontos percentuais desde 2010.
O Papa Francisco chegou ao Chile na noite de ontem ciente de que não é um campeão de popularidade no país. Segundo o Instituto Latinobarómetro, trata-se do país latino-americano onde menos se confia no pontífice (sua nota é de 5,3, ante uma média de 6,8 de sua avaliação na região), e na Igreja Católica, em geral, com apenas 45% dos chilenos se declarando católicos - o índice caiu cerca de 20 pontos percentuais desde 2010.
A Igreja afirma que há mais de 13 milhões de católicos no país, ou seja, 74% da população. Mas pesquisas como as do Latinobarómetro e outra, de 2014, a Pesquisa do Bicentenário, indicam que esse número estaria em torno de 59%.
A queda se acentuou após a divulgação, em 2010, dos crimes de pedofilia do então sacerdote Fernando Karadima, 87 anos, um dos religiosos mais importantes do país. O Vaticano realizou uma investigação e o considerou culpado de 75 casos de abusos a menores, afastando-o em 2011. Porém, os chilenos cobram do Papa um posicionamento mais condenatório não apenas contra Karadima, mas também contra sacerdotes e bispos acusados de terem encoberto o caso por vários anos.
Também há desconforto pelo fato de Francisco ter mostrado simpatia pela causa da Bolívia em sua reivindicação por um acesso ao mar, recuperando parte de seu território perdido para o Chile, em um conflito no século XIX. Quando visitou a Bolívia, em 2015, e há duas semanas, ao receber o presidente Evo Morales em Roma, o Papa se declarou simpático à causa.
Também há protestos no país pelos altos gastos com a segurança do pontífice e pela declaração de feriado nos dias e nas cidades pelas quais irá passar enquanto estiver no país. Por ora, o desconforto tem se mostrado por meio de ataques a igrejas, ocorridos nos últimos dias e reivindicados pelo grupo Lautaro. Trata-se de uma guerrilha que era ativa nos anos 1980 e que realizava atos contra a ditadura militar (1973-1990). Nos últimos anos, o grupo vem se rearticulando, mas abrangendo bandeiras diversas, como o anarquismo e a causa de grupos mapuche que reivindicam parte dos territórios chileno e argentino para a criação do Wallmapu, como é chamada a "nação mapuche".
Também entre políticos e simpatizantes da esquerda, a visita do Papa é malvista. Ainda está viva na memória de muitos chilenos a visita de João
Paulo II ao país, no qual saiu na varanda do Palácio de La Moneda ao lado do general Augusto Pinochet. Esquerdistas acusam a Igreja Católica de ter apoiado tanto o golpe como a permanência dos militares no poder por tantos anos.
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