A Sondagem Industrial do último trimestre de 2017 apontou uma melhora na avaliação sobre a situação financeira das empresas. Mesmo ainda estando no plano negativo - abaixo de 50 pontos -, os índices indicando insatisfação com a margem de lucro operacional (42,4), com a situação financeira (47) e dificuldades de acesso ao crédito (39,4) foram os mais altos desde o início de 2014. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (30) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).
Em relação aos principais problemas citados pelos empresários da indústria, a demanda interna insuficiente recebeu 41,6% das respostas dos consultados na pesquisa da Sondagem Industrial, enquanto a elevada carga tributária foi apontada por 40,6%. Na sequência, vieram a competição desleal (informalidade, contrabando, dumping, etc.), com 21,5% das respostas, e a falta de capital de giro (19,2%).
"O baixo nível dos estoques e a expectativa de reação de maior demanda são indicativos de que a produção deve aumentar nos próximos meses", diz o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.
Em dezembro de 2017, na comparação com novembro, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) caiu para 63%, 4 p.p. abaixo da média, mas a maior para o mês nos últimos quatro anos. A ociosidade acima do normal foi reforçada pelo índice de UCI usual, que ficou abaixo de 50, em 41,8 pontos, sendo este o maior valor para o mês desde 2013. Já em relação aos estoques planejados pelas empresas, eles se revelaram abaixo do planejado, recuando para o menor valor desde janeiro de 2010: 48,5 pontos.
Os índices de produção e de número de empregados foram de 39,6 e de 47,3 pontos no último mês do ano passado, respectivamente. Abaixo dos 50, ambos mostraram recuos em comparação a novembro, reproduzindo o comportamento típico do período, marcado pelo fim das encomendas para o Natal.
Já a pesquisa de janeiro de 2018 revela que, para os próximos seis meses, o setor projeta crescimento. A expectativa de demanda registrou 59,6 pontos – a maior desde abril de 2013 –, e o índice de número de empregados, 55,5. As compras de matérias-primas, 58,2 pontos; e a quantidade exportada, 54,5, também foram positivas. A intenção de investimentos continua crescendo, com o sexto aumento seguido. O número de janeiro de 2018 foi o maior desde maio de 2014: 56,7 pontos.