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Mineração

- Publicada em 17 de Janeiro de 2018 às 19:22

Vale está em sua melhor forma desde que foi criada, diz diretor

Mineradora brasileira afirma ser mais competitiva que as australianas

Mineradora brasileira afirma ser mais competitiva que as australianas


/MARCOS ARCOVERDE/AE/JC
Depois de uma série de mudanças internas, a Vale está hoje em sua melhor forma desde que foi criada, disse ontem o diretor de Relações com Investidores (RI) da mineradora, André Figueiredo, em reunião com analistas e investidores organizada pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec). "Hoje, a Vale é mais competitiva do que os australianos, apesar da distância entre Brasil e China", comentou.
Depois de uma série de mudanças internas, a Vale está hoje em sua melhor forma desde que foi criada, disse ontem o diretor de Relações com Investidores (RI) da mineradora, André Figueiredo, em reunião com analistas e investidores organizada pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec). "Hoje, a Vale é mais competitiva do que os australianos, apesar da distância entre Brasil e China", comentou.
O executivo afirmou que a Vale entrou em 2018 em uma situação diferente, até mesmo com uma nova administração, que hoje tem como um de seus pilares estratégicos colocá-la como a maior geradora de valor aos acionistas em relação aos seus concorrentes. Figueiredo lembra que o ano começa com uma projeção do mercado de que o preço do minério de ferro deve cair, mas pondera que, nos últimos dois anos, contudo, os valores foram mantidos na China a despeito das expectativas.
O diretor destaca que a empresa torce para que a estabilidade de preços se mantenha, isso porque não interessa volatilidade para o negócio de uma mineradora. Exemplificou que, no projeto S11D, o maior da história da companhia, os investimentos começaram em 2010, quando os preços estavam em outro patamar.
De acordo com Figueiredo, a Vale não fará investimentos em projetos que não geram retorno. Segundo ele, no passado, a Vale realizou muitos investimentos colocando na conta uma perspectiva futura melhor para os preços das commodities do que os vistos no momento, projeção que em níquel, por exemplo, não se confirmou.
"Queremos melhorar desempenho otimizando a alocação de capital", disse na reunião da Apimec. Em níquel, destacou, a companhia irá manter o negócio, mas de forma saudável. A mineradora brasileira tem afirmado, desde o ano passado, que o objetivo para a operação de níquel Vale Nova Caledônia (VNC), que não tem geração de caixa positiva, é buscar um parceiro e que, se não for possível, até mesmo um fechamento da operação não seria descartado.
A ideia para esse negócio, explicou, é "preservar a opcionalidade do negócio de níquel", para caso ocorra uma elevada demanda pelo produto no futuro por conta do crescimento do mercado de carros elétricos. Se isso ocorrer, disse, a companhia estará pronta para investir e até elevar sua produção, caso se observe que haverá retorno. Em relação ao carvão, Figueiredo comentou que a projeção é de que esse negócio tenha melhor resultado do que em 2017.
De acordo com Figueiredo, a projeção da companhia é de que a produção de minério de ferro da Vale para este ano fique na casa dos 390 milhões de toneladas, alcançando 400 milhões de toneladas a partir de 2019.

Dívida líquida da empresa deve chegar a R$ 10 bilhões em 2018

A Vale espera terminar 2018 com uma dívida líquida da ordem de US$ 10 bilhões. Ao final do terceiro trimestre do ano passado, o endividamento estava em US$ 21 bilhões. O diretor André Figueiredo disse que a Vale quer ter o "menor endividamento possível". Outra meta da companhia para este ano, segundo o executivo, é aumentar os dividendos aos acionistas.
"A Vale gerará substanciais fluxos de caixa ao longo dos próximos três anos", disse o executivo. Projeção da empresa é que, em um cenário mais conservador, com o preço da tonelada de minério de ferro, na média, em US$ 55 e o preço da tonelada do níquel, em US$ 10 mil, o fluxo de caixa acumulado de 2018 a 2020 deve ser de US$ 13 bilhões. Já em um cenário mais otimista, com o minério em US$ 65 a tonelada e o níquel em US$ 14 mil, esse valor sobe para US$ 25 bilhões. "Primeiro utilizaremos os recursos para desalavancar e, em segundo, para remunerar os acionistas", afirmou Figueiredo. Ele lembrou que os investimentos da Vale seguirão baixos.
A percepção da Vale é de que não haverá uma venda desorganizada das ações detidas após o fim do período de bloqueio, o chamado lock-up, no final do próximo mês, disse Figueiredo. Segundo ele, os acionistas que eram da Valepar - Previ, Mitsui, Bradesco e Bndes -, ao decidirem ceder o controle da companhia para transformá-la em uma "corporation", ao migrar para o Novo Mercado e converter as ações preferenciais em ordinárias, possuem "planos maiores para a Vale do que simplesmente a saída".