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Partidos

- Publicada em 25 de Dezembro de 2017 às 18:06

Debandada de aliados ameaça clã de José Sarney

A principal herdeira de José Sarney (D) continua sendo a filha, Roseana Sarney (E)

A principal herdeira de José Sarney (D) continua sendo a filha, Roseana Sarney (E)


VALTER CAMPANATO/ABR/JC
Com a proximidade das eleições de 2018, a debandada de aliados históricos ameaça a perpetuação do clã Sarney no Maranhão. O ex-presidente José Sarney (PMDB) articula a candidatura da filha, Roseana Sarney (PMDB), ao governo do estado. Mas a falta de apoiadores ameaça a consolidação da candidata.
Com a proximidade das eleições de 2018, a debandada de aliados históricos ameaça a perpetuação do clã Sarney no Maranhão. O ex-presidente José Sarney (PMDB) articula a candidatura da filha, Roseana Sarney (PMDB), ao governo do estado. Mas a falta de apoiadores ameaça a consolidação da candidata.
Caso ela confirme que vai concorrer, seu principal adversário será o governador Flávio Dino (PCdoB), que pretende buscar a reeleição. Dos 217 municípios, Dino conta com o apoio de 180 prefeitos. Além disso, o governador é apoiado por quadros historicamente ligados a Sarney, como o ex-ministro Gastão Vieira (Pros) e os deputados federais Pedro Fernandes (PTB), Cleber Verde (PRB) e André Fufuca (PP).
Além disso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - que tem apoiado José Sarney desde 2002 - não deve avalizar o nome indicado pelo peemedebista em 2018, o que pode se tornar o ocaso da era Sarney. Embora os dois ex-presidentes tenham uma boa relação, o afastamento entre o PMDB e o PT após o impeachment de Dilma Rousseff (PT) dificulta a parceria nas eleições.
Outros políticos próximos ao ex-presidente peemedebista também devem se lançar na disputa ao governo maranhense. É o caso de Ricardo Murad (PRP), cunhado de Roseana. Ele já lançou sua candidatura, o que seria uma estratégia para pulverizar a disputa e tentar provocar um segundo turno.
"Sarney é a favor de outras candidaturas, não só a da Roseana. Ele sabe que hoje ninguém tem maioria sozinho", disse Murad. Ele complementou: "A classe política o idolatra, mas ele não conseguiu impedir o pessoal de sair (de sua base). Todo mundo está onde ele mandou estar: no governo".
Outros nomes afinados com o ex-presidente prometem surgir até junho, quando Roseana terá de formalizar se é de fato candidata ou não. Aliás, correligionários da família Sarney se mantêm cautelosos quanto à candidatura de Roseana - em 2016, ela ameaçou concorrer à prefeitura de São Luís, mas recuou. 
A ex-secretária da Casa Civil no governo Roseana, Anna Graziella Neiva, afirma que a candidatura da peemedebista é irrefreável e contesta a debandada de aliados. "Roseana ama o estado e não abriria mão de lutar por ele. Já não temos mais agenda de tanto que nos procuram. Dos 217 (prefeitos maranhenses), pode botar 217", afirmou.
 

Renovação é pequena entre herdeiros políticos da família

A indicação do nome da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) para concorrer ao governo do estado demonstra a falta de renovação entre os herdeiros políticos do ex-presidente José Sarney (PMDB). Apesar de ocuparem cargos no Legislativo, nenhum dos membros da terceira geração da família Sarney despontou em disputas a cargos no Executivo.
A família chegou a cogitar o caçula, deputado federal Sarney Filho (PV), para assumir a frente política da família. Mas o intento esbarrou no potencial eleitoral limitado do deputado. Na avaliação de interlocutores da família, carisma e votos são especialidade de pai e filha.
A expectativa é que, concorrendo ao governo do Maranhão, Roseana puxe votos para o irmão disputar o Senado em 2018.
Nenhum herdeiro da terceira geração despontou. O deputado estadual Adriano Sarney (PV) - filho de Sarney Filho - é visto como pouco combativo. É lembrado, por exemplo, pelo projeto que instituiu o Dia da Poesia no estado.
Por sua vez, a sua prima distante e colega de Assembleia Andrea Murad (PMDB), filha de Ricardo Murad (PRP, cunhado de Roseana), é considerada combativa demais. Líder da oposição, formada por 5 dos 44 deputados, não teria perfil de Executivo.