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Opinião

- Publicada em 06 de Dezembro de 2017 às 16:19

O triste fim do Brasil

Mateus de Oliveira da Silva
Publicado em 1915 e narrando uma história que se passa durante a Revolta da Armada, em 1893, O Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, continua atual e dialoga com a situação brasileira. O livro aborda a vida de um servidor público, nacionalista radical, que de tanto se dedicar ao estudo da cultura e especificidades do Brasil, acaba desenvolvendo um fanatismo, a ponto de ser tido como louco e ir para uma clínica psiquiátrica e virar preso político.
Publicado em 1915 e narrando uma história que se passa durante a Revolta da Armada, em 1893, O Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, continua atual e dialoga com a situação brasileira. O livro aborda a vida de um servidor público, nacionalista radical, que de tanto se dedicar ao estudo da cultura e especificidades do Brasil, acaba desenvolvendo um fanatismo, a ponto de ser tido como louco e ir para uma clínica psiquiátrica e virar preso político.
O personagem propõe reformas envolvendo desde a adoção do tupi-guarani como língua oficial, até o incentivo à agricultura. Sem conseguir lidar com o desinteresse pelo tema que o inspirava, se isola e comete atos extremos, como a lavra de um ofício na língua dos indígenas. Situação ainda bem presente, a sociedade resolve marginalizar quem vai além do senso comum, e o destino de Policarpo é um tratamento para doentes mentais.
Ao receber alta percebe que as leis e atos de autoridades servem apenas para atacar inimigos e oprimir o povo, por isso vê em um governo forte a possibilidade de varrer de cena maus políticos. Mas, ao decidir apoiar o então presidente, Floriano Peixoto, e se desencantar mais uma vez, acaba na antessala do fuzilamento.
Através de um personagem caricato, Barreto expõe mazelas do Brasil. Passados mais de 100 anos, um governo sem votos promove o desmonte das regras que protegiam trabalhadores, espera vender a capacidade do País de produzir sua energia, e com ela a própria soberania, para satisfazer o apetite do capital internacional. Um século depois ainda necessitamos de um projeto de nação para nos devolver a autonomia e colocar o povo em primeiro plano, embora esta pretensão deva partir dele mesmo, e não do apoio a um militar, como pretendia Policarpo, que, obviamente, se deu mal por isso.
Estudante de Licenciatura em Letras
 
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