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Saúde

- Publicada em 06 de Dezembro de 2017 às 22:10

Pesquisa avalia prevalência do vírus HPV entre os jovens

Eliana Wendland alerta para a importância de orientar os jovens para o sexo seguro

Eliana Wendland alerta para a importância de orientar os jovens para o sexo seguro


VINI DALLAS ROSA/DIVULGAÇÃO/JC
Uma pesquisa feita pelo Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, e pelo Ministério da Saúde divulgou dados preliminares do projeto POP-Brasil-Estudo Epidemiológico sobre a Prevalência Nacional de Infecção pelo HPV. Realizado em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, o levantamento contou com 7.586 participantes, entre os quais 2.669 foram analisados para tipagem de HPV. Entre os testados, a prevalência estimada de HPV foi de 54,6%, sendo que 38,4% destes participantes apresentaram HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer.
Uma pesquisa feita pelo Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, e pelo Ministério da Saúde divulgou dados preliminares do projeto POP-Brasil-Estudo Epidemiológico sobre a Prevalência Nacional de Infecção pelo HPV. Realizado em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, o levantamento contou com 7.586 participantes, entre os quais 2.669 foram analisados para tipagem de HPV. Entre os testados, a prevalência estimada de HPV foi de 54,6%, sendo que 38,4% destes participantes apresentaram HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer.
De acordo com a epidemiologista do Moinhos de Vento Eliana Wendland, que conduziu o estudo, 16,1% dos jovens já estão contaminados por alguma infecção sexualmente transmissível (IST) prévia ou apresentaram resultado positivo no teste rápido para HIV ou sífilis. A pesquisa foi realizada em 119 Unidades Básicas de Saúde e um Centro de Testagem e Aconselhamento, somente entre usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), e contou com a colaboração de mais de 250 profissionais de saúde.
"Os jovens estão na faixa etária em que o risco de contaminação é maior. É o início de atividade sexual, época de passagem da adolescência para a fase adulta, e vemos que o uso de preservativo é muito baixo. Temos de conversar mais, falar mais sobre sexo seguro com nossos jovens e, ainda, estimular a vacinação, no caso do HPV", pondera Eliana.
Os participantes eram 5.812 mulheres e 1.774 homens, sendo a média de idade de 20,6 anos. A maioria  era composta de indivíduos que se autodeclararam pardos (56,6%), seguida de brancos (23,9%) e pretos (16,7%). Em relação à escolaridade, 37,9% dos jovens estão estudando, 28,3% interromperam os estudos e 33,8% concluíram. A população que compôs o POP-Brasil foi, majoritariamente, da classe C (55,6%) ou D-E (26,6%), seguida da classe B (15,8%) e somente 112 indivíduos foram incluídos na classe A (2%).
A pesquisa faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). Os dados finais do projeto serão disponibilizados em relatório a ser apresentado ao Ministério da Saúde em abril de 2018.

Comportamento de risco é comum a 83% dos entrevistados

Enquanto a maioria dos participantes da pesquisa afirmou estar em uma relação afetiva estável - 41,9% namorando e 33,1% casados, o restante estava solteiro (24,2%) ou divorciado (0,7%). A média de idade de início da atividade sexual foi de 15,3 anos - 15,4 entre as mulheres e 15 anos entre os homens.
A diferença média de idade entre parceiros na primeira relação sexual foi de 3,8 anos. Entre as mulheres, 47,7% já engravidaram, sendo que, dessas, 63,4% tiveram um filho e 35,4% tiveram dois ou mais filhos. A idade média para a primeira gestação foi de 17,1 anos. Somente metade dos indivíduos (51,5%) afirmaram ter o hábito de usar camisinha, e apenas 41,1% haviam usado preservativo na última relação sexual. O comportamento sexual de risco foi observado em 83,4% dos entrevistados, sendo que a média de parceiros sexuais no último ano foi de 2,2 e a média de parceiros nos últimos cinco anos, de 7,5.
A epidemiologista Eliana Wendland explica que a maioria das pessoas contaminadas pelo HPV não manifestaram sintomas. "O organismo de muitas pessoas que entram em contato com o vírus lida com isso naturalmente. No entanto, algumas pessoas têm HPVs de alto risco, que são os mais associados ao desenvolvimento de câncer", ressalta. São esses indivíduos que estão mais propensos a desenvolverem verrugas genitais ou lesões pré-cancerosas.
Além disso, o vírus pode induzir o surgimento de câncer em idades precoces - por exemplo, mulheres em idade fértil. "Não se sabe bem todas as formas de transmissão do vírus. A causa mais frequente é pelo contato sexual - não só a penetração, mas o sexo oral e anal e a manipulação de genitais", explica a médica.
A intenção da pesquisa é estimar a prevalência do HPV no Brasil, bem como os tipos do vírus na população de 16 a 26 anos. "O objetivo é fazer uma linha de base para, no futuro, avaliar a efetividade do programa de vacinação. Essa faixa etária é a que não foi vacinada. Mais tarde, repetiremos a pesquisa entre aqueles jovens que participaram da vacinação", explica.