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Construção Civil

- Publicada em 18 de Dezembro de 2017 às 21:30

Construtoras projetam recuperação gradual

Em Porto Alegre, anualmente, empreendimentos imobiliários apresentam um giro de R$ 2 bilhões em VGV

Em Porto Alegre, anualmente, empreendimentos imobiliários apresentam um giro de R$ 2 bilhões em VGV


/ROTTA ELY/DIVULGAÇÃO/JC
De tijolo em tijolo, a cadeia produtiva da construção civil espera recuperar crescimento no ano que chega. A diminuição da taxa de juros, a retomada da confiança e a melhora nos índices de empregabilidade representam os primeiros blocos, assentados ainda em 2017. Além disso, a projeção da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) é de um 2018 com crescimento de 15% no total de financiamentos, revertendo os números em queda deste ano.
De tijolo em tijolo, a cadeia produtiva da construção civil espera recuperar crescimento no ano que chega. A diminuição da taxa de juros, a retomada da confiança e a melhora nos índices de empregabilidade representam os primeiros blocos, assentados ainda em 2017. Além disso, a projeção da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) é de um 2018 com crescimento de 15% no total de financiamentos, revertendo os números em queda deste ano.
Na avaliação do presidente do Sindicato da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Aquiles Dal Molin Júnior, a recuperação não deve ser tão significativa para atingir os números expressivos registrados em 2013 e 2014, no "boom" da construção civil. "Naquela época os consumidores tinham convicção de que não ficariam desempregados, além dos juros estarem em patamares aceitáveis, o que gerava confiança", relembra.
Mesmo assim, Dal Molin não acredita em uma retomada tão significativa. "É gradualmente que a economia se restabelecerá e os nossos índices voltarão ao normal", afirma, sem arriscar projeções numéricas para o futuro.
Neste contexto, diz o presidente, a retomada dos financiamentos são fundamentais, uma vez que o mercado imobiliário é totalmente atrelado às concessões de crédito. Dal Molin lembra que, neste ano, a Caixa Econômica Federal (CEF), um dos principais agentes financeiros de linhas de crédito imobiliário, solicitou empréstimo de R$ 10 bilhões ao FGTS para reduzir os riscos de sua carteira de crédito. A manobra depende de parecer jurídico e do Banco Central (BC). Caso não dê frutos, a instituição terá de reduzir o volume de créditos, já que não pode mais contar com os tradicionais aportes do Tesouro Nacional.
Por outro lado, as projeções do presidente da Abecip, Gilberto Duarte de Abreu Filho, dão conta de que o principal sinal da retomada para o próximo ano é a própria curva de desempenho em 2017. "No primeiro semestre os dados estavam em declínio, a partir do meio do ano começaram a subir e a tendência observada agora será esta", destaca Abreu Filho, alertando que a previsão não leva em conta possíveis reveses econômicos ou políticos.
Um dos cenários desfavoráveis para o setor seria a não aprovação da reforma da Previdência. "Esta é a reforma mínima para uma retomada estável do mercado imobiliário e por consequência dos investimentos no setor", alega Abreu Filho. O presidente da Abecip enfatiza que o juros baixos que vivemos no momento como uma questão conjuntural, poderiam passar a ser estruturais com as mudanças propostas na aposentadoria. "Quando financiamos, emprestamos à longo prazo, e, pelas projeções, os juros podem chegar a 9,5% novamente nos próximos anos caso nada seja feito", comenta.
Com a experiência de administrar aproximadamente 30 empreendimentos que superam R$ 2 bilhões em valor geral de vendas (VGV), o diretor de relacionamentos com investidores da Rotta Ely, Marcos Colvero, acredita que, apesar do segmento estar bastante receoso devido aos anos de crise, o período trouxe ensinamentos ao setor. "De forma saudável, Porto Alegre registra um giro anual em torno de R$ 2 bilhões em VGV. Nos anos de pico houve muito investimento especulativo que também não é o ideal", ressalta Colvero, ao projetar algo em torno deste valor para 2018. Segundo o Sinduscon-RS, 2017 deve fechar o ano também neste patamar.
 

Setor prevê estabilidade após retomada no MCMV

Mercado confia que 35 mil imóveis serão contratados no próximo ano

Mercado confia que 35 mil imóveis serão contratados no próximo ano


/MRV CONSTRUTORA/DIVULGAÇÃO/JC
Desde a inauguração do programa Minha Casa Minha Vida em 2009, mais de 340 mil unidades habitacionais foram construídas, segundo dados do Ministério das Cidades. O programa, que teve seu auge em 2014 com cerca de 45 mil contratações, decaiu em 2015 e 2016, com números em torno de 20 mil unidades, e retomou fôlego em 2017, com 35 mil novas habitações. A expectativa do mercado é de que no próximo ano este patamar seja mantido.
Por outro lado, para 2018 o projeto de lei orçamentária anual (Ploa) prevê o orçamento de R$ 5,2 bilhões, enquanto em 2017 as ações do programa bateram os R$ 56,7 bilhões - dado do Ministério da Cidade. O valor dá conta da manutenção dos pagamentos em dia das obras em andamento, contratação das propostas selecionadas na faixa 1, retomada de todas obras paralisadas e manutenção das contratadas nas faixas 1,5; 2 e 3. O Ministério das Cidades alega que projeções precisas do montante a ser investido no programa no próximo ano dependerão das definições das metas de contratações a serem divulgadas "em momento oportuno".
Mesmo assim, o mercado confia que, pelo menos, outros 35 mil imóveis serão contratados no ano que vem. A consolidação da faixa intermediária (1,5), com maior montante subsidiado em relação a faixa seguinte foi decisiva em 2017. Pela projeção do gestor comercial da MRV no Estado, Gian Tagliari, estes imóveis devem ser os mais demandados - como o ocorrido neste ano. A MRV Construtora trabalha com mais de 90% de seus empreendimentos no Minha Casa Minha Vida.

Sinduscon-RS quer mudanças nos licenciamentos da Capital

O ano de 2018 começará com construtoras enfrentando dificuldades na emissão de licenciamentos por parte da Secretaria de Desenvolvimento Econômico - atual responsável pela área. O problema é histórico, porém, segundo o Sinduscon-RS, foi intensificado este ano - apesar de no ano passado o mercado ter projetado um 2017 com melhora relevante no tema, graças ao início da gestão de Nelson Marchezan Júnior, a queda na comparação das médias mensais de emissões entre um ano e outro chegou a 17%.
O presidente da associação, Aquiles Dal Molin Júnior, aponta uma saída para a questão em 2018. "O agrupamento das secretarias teve uma intensão nobre de enxugar a máquina pública, mas para 2018 precisamos criar a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade para o bom funcionamento do setor na Capital", assegura, ao lembrar que a Construção Civil é responsável pela inclusão no mercado de trabalho. "Também é qualidade de um bom gestor voltar atrás", sugere.
Pensamento semelhante é o do diretor de relacionamentos com investidores da Rotta Ely, Marcos Colvero. "Não temos como dizer que melhorou", relata, ao ser questionado sobre o bom andamento da repartição a partir das projeções do ano passado.
Dados da secretaria de Desenvolvimento Econômico apontam que a média mensal de emissões este ano foi de 140 licenças deferidas, enquanto no ano passado a média mensal foi de 170 documentos. O secretário da pasta, Leandro de Lemos, comenta que um novo modelo de emissão de licenças está sendo estruturado, mas não informa maiores detalhes.