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Agronegócios

- Publicada em 30 de Dezembro de 2017 às 17:38

Pecuária tem potencial para crescer dentro e fora do País

Mesmo sem tradição nos embarques, Estado quer se beneficiar pelos seus diferenciais competitivos

Mesmo sem tradição nos embarques, Estado quer se beneficiar pelos seus diferenciais competitivos


/FREDY VIEIRA/JC
Caminhos diferentes devem marcar os rumos da pecuária de corte e de leite no Rio Grande do Sul no próximo ano. Enquanto a criação de bovinos para abate já encerra o ano deixando para trás as baixas cotações de 2017, os produtores de leite ainda devem enfrentar um bom período de ajustes.
Caminhos diferentes devem marcar os rumos da pecuária de corte e de leite no Rio Grande do Sul no próximo ano. Enquanto a criação de bovinos para abate já encerra o ano deixando para trás as baixas cotações de 2017, os produtores de leite ainda devem enfrentar um bom período de ajustes.
Para o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Gedeão Pereira, o setor foi pouco afetado pelas crises da JBS, Operação Carne Fraca e embargos internacionais, como dos Estados Unidos, o que frustrou quem esperava pela abertura desse mercado. Apesar de tantos revezes, pecuaristas gaúchos estão encerrando o ano com os preços praticamente estáveis em relação ao início de 2017.
E ainda podem celebrar novos mercados de exportação. "Vislumbramos um período absolutamente diferente para 2018 do que tivemos em 2017. Possivelmente, teremos a abertura de mercados como Japão, ampliação na Rússia, Egito, Coreia do Sul, Indonésia, Vietnã e Tailândia", comemora Pereira.
Ainda que o Estado não tenha grande tradição exportadora, mais embarques de carne reduzem a oferta interna e elevam preços. Da mesma forma que a crise enfrentada pelo setor fez sobrar boi no pasto e reduziu o valor pago ao produtor ao longo de 2017, o movimento inverso deve ser registrado no próximo ano. "Mas vale ressaltar que, mesmo o Rio Grande do Sul não sendo tradicional exportador, temos um grande diferencial, que é a produção de carne gourmet, tanto para exportar quanto para vender ao resto do Brasil", ressalta Pereira.
É na carne de qualidade e no mercado internacional que também apostam ter avanços em 2018 entidades como a Associação Brasileira de Angus, que colocará em ação as atividades da recém-criada Confederação Latino-americana de Países Produtores de Angus (Colappa) para ampliar o livre comércio de genética entre os países-membros e a homologação e integração de registros.
Na pecuária de leite, o desafio do segmento para 2018 não está na conquista de cotas para o ingresso de leite do Uruguai, segundo o assistente técnico da Emater Jaime Ries. Para o especialista, o setor precisa reorganizar a cadeia produtiva, que começa 2018 com altos estoques, preços baixos e saída de 20 mil produtores em pouco tempo. Para Ries, o maior vilão do setor foi a crise econômica, que fez os consumidores reduzirem drasticamente o consumo de derivados, como iogurte e queijo. "O problema não é o Mercosul ou o Uruguai. O Brasil tem 200 milhões de consumidores. É preciso ampliar o consumo brasileiro, ou ao menor recuperar patamares anteriores ao da crise", alerta. O consumo médio, que tradicionalmente vinha girando em torno de 175 litros per capita por ano (incluindo derivados), caiu para 165 em 2016, diz o especialista. E como o Estado produz uma média de 400 litros por habitante, depende da venda de mais de metade do que produz para equilibrar as contas. "Mas, entre os maiores estados produtores (Minas Gerais, Goiás, Paraná e Santa Catarina), o Rio Grande do Sul é o que está mais distante de São Paulo, principal polo consumidor e distribuidor, e tem custos maiores para vender ao Centro do País", analisa Ries.
Apesar dos problemas logísticos, incluído o fato de estar ao lado do Uruguai e por isso receber ainda mais o excedente da produção do país vizinho (que deixou de vender para a Venezuela), a produção gaúcha exibe suas vantagens. O Estado se destaca pelo clima, que permite trabalhar com as melhores raças leiteiras - Jersey e Holandês , pastagens de qualidade e solo favorável.
A diplomacia, no entanto, também poderá ser portadora de boas notícias e trazer novidades quanto a importações e exportações. Na semana passada, representantes do setor, como o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat-RS), acordaram com a embaixada do Uruguai prospectar formas de integrar melhor a produção e a comercialização de leite entre os dois países. As ações incluem também a Argentina, para resolver problemas internos e buscar novos mercados externos, diz o secretário executivo do Sindilat-RS, Darlan Palharini.
"Juntos, vamos tratar também de negociações com a União Europeia, que quer implantar restrições à venda de produtos com identificação geográfica, o que afetaria a todos. Um dos itens que se quer restringir é a venda de produto com denominação queijo parmesão", exemplifica Palharini.

Ásia e Rússia alimentam mercado de aves e suínos

Setor de aves prevê habilitação de novas plantas para venda ao exterior

Setor de aves prevê habilitação de novas plantas para venda ao exterior


/MPT-RS/DIVULGAÇÃO/JC
Suínos e aves, que tiveram ano positivo em 2017, têm perspectivas igualmente favoráveis em 2018. Dentro do Brasil, o aumento do consumo deve vir da retomada do crescimento e, nas exportações, pela abertura e ampliação de mercados.
Nas aves, há a expectativa de reaquecimento das importações dos países do Oriente Médio. Na Ásia, entre outros fatores, está no horizonte do setor a habilitação de novas plantas exportadoras para a China, o que deve influenciar o desempenho de 2018, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Assim como a viabilização das vendas para Taiwan, cuja análise documental e de legislações já se encontra em fase final. Os efeitos da vitória do painel aberto pelo País na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a Indonésia, em 2017, só devem começar a ser vistos em 2019.
Na produção de carne suína, as principais projeções incluem elevação entre 4% e 5% em volumes, em relação ao resultado de 2017, retomando patamares próximos ao alcançado em 2016 (com 732 mil toneladas). A esperada concretização dos entendimentos entre russos e brasileiros em relação às questões técnicas, a Copa do Mundo na Rússia e acordos sendo encaminhados com a Coreia do Sul estão entre os mercados que devem aquecer os negócios por aqui. Enquanto a retomada da Rússia pode ocorrer a qualquer momento, os embarques para a Coreia do Sul só devem sair mesmo em 2018, com a conclusão dos certificados sanitários para as plantas habilitadas. A América Latina pode dar à compra de suínos um importante consumidor, o Peru, também aquecendo o mercado.

Projeções positivas para o consumo de carne

  • Além das exportações, outra boa perspectiva para o segmento é o aumento do consumo interno, de acordo projeções do Rabobank Brasil - filial do banco holandês especializado no financiamento do agronegócio.
  • A retomada do crescimento econômico deve gerar aumento do consumo de carnes pelos brasileiros. A estimativa é de um potencial de recuperação de até 4 kg/per capita ao longo dos próximos dois anos.