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Partidos

- Publicada em 09 de Novembro de 2017 às 17:08

Aécio Neves destitui Tasso da presidência do PSDB

Denúncia contra o senador Aécio Neves está parada no colegiado

Denúncia contra o senador Aécio Neves está parada no colegiado


SERGIO LIMA/AFP/JC
O presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves, destituiu o presidente interino do partido, o senador Tasso Jereissati, do comando da legenda. A decisão foi tomada um dia após Tasso oficializar sua candidatura à presidência do PSDB, na convenção que será realizada em dezembro.
O presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves, destituiu o presidente interino do partido, o senador Tasso Jereissati, do comando da legenda. A decisão foi tomada um dia após Tasso oficializar sua candidatura à presidência do PSDB, na convenção que será realizada em dezembro.
Aécio alegou que a decisão foi tomada para que Tasso Jereissati fique nas mesmas condições que o outro candidato do partido, o governador de Goiás, Marconi Perillo. O ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, um dos vice-presidentes do PSDB, irá assumir o comando do partido interinamente.
No evento de lançamento de sua candidatura, Tasso Jereissati fez um discurso forte, com o mote de reconectar com os "ruídos das ruas". O senador anunciou que irá apresentar, na convenção de dezembro, o esboço de um programa que será a base do presidenciável do PSDB na eleição de 2018, elaborado por um conjunto de economistas, entre eles Edmar Bacha, Pérsio Arida e Elena Landau.
Tasso Jereissati assumiu interinamente a presidência do partido em maio, após Aécio se afastar depois da divulgação da delação da JBS, que envolveu uma gravação dele pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista.
O senador cearense esteve reunido na terça-feira em um almoço com a bancada do Senado e Perillo. A tentativa era evitar o aprofundamento do racha interno, mas não houve avanço. Taso Jereissati defendeu que o candidato teria que assumir o compromisso de liderar a saída do governo Michel Temer (PMDB), no qual o PSDB tem quatro ministérios.

Alberto Goldman assume comando; mudança já era esperada

A decisão do presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves, de destituir o senador Tasso Jereissati da presidência interina da sigla já era esperada na cúpula do partido.
Aliados do ex-governador paulista Alberto Goldman, que assume no lugar de Tasso Jereissati, disseram que Aécio havia ameaçado tomar a iniciativa quatro vezes, mas recuava na última hora.
Segundo auxiliares do governador de Goiás, Marconi Perillo, que disputa com Tasso Jereissati a sucessão de Aécio na presidência do PSDB, o senador cearense adiou o anúncio de sua candidatura para permanecer mais tempo à frente da sigla.
De acordo com esses assessores, Tasso Jereissati sabia que sua destituição seria inevitável uma vez que estivesse na disputa pelo comando da sigla. Ele anunciou que era candidato na quarta-feira.
Goldman, que assume por ser o vice-presidente mais velho do PSDB, foi a Brasília no mesmo dia. Pessoas próximas ao ex-governador de São Paulo, amigo do senador José Serra (PSDB-SP), afirmam que ele pretende conduzir com imparcialidade a sucessão na sigla. A eleição da nova executiva tucana ocorrerá no dia 9 de dezembro.

Pressão do Planalto e diferenças éticas motivaram decisão, diz Tasso Jereissati

Destituído da presidência nacional do PSDB, o senador Tasso Jereissati, recém-lançado candidato a assumir o comando do partido na convecção de dezembro, afirmou nesta quinta-feira, que o motivo pelo qual o senador Aécio Neves o tirou do cargo são diferenças "profundas" e "irreconciliáveis" entre eles de comportamento ético, político, visão de governo e fisiologismo. Tasso disse que o Palácio do Planalto influenciou no ato de Aécio, que alegou sofrer "pressão", sem detalhar de quem.
"Estou desempregado", ironizou o Tasso em entrevista coletiva a jornalistas em seu gabinete no Senado. Aécio solicitou, numa conversa reservada entre os dois, que Tasso deixasse a presidência interina da legenda para que houvesse "equidade" na disputa entre ele e o governador de Goiás, Marconi Perillo, também candidato a presidir o diretório nacional tucano. Tasso se negou. Em seguida, Aécio redigiu um comunicado da dispensa, no qual reassumia o mandato do qual estava licenciado desde o escândalo da JBS e logo se afastava, passando a interinidade ao ex-governador paulista Alberto Goldman.
"Eu pedi a Aécio certa sinceridade quando viesse argumentar as razões, porque, afinal de contas, nós éramos amigos, e somos, espero, durante 30 anos. E que eu sabia perfeitamente que ele não queria isso em nome da equidade. Pedi apenas que Aécio falasse comigo com toda franqueza. Que ele na verdade não queria que eu fosse candidato nem presidente do partido, que era essa a questão."