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Argentina

- Publicada em 23 de Novembro de 2017 às 15:42

Explosão antecedeu sumiço de submarino, afirma Marinha

Familiares dos 44 tripulantes ficaram desolados depois de receber a informação dos militares

Familiares dos 44 tripulantes ficaram desolados depois de receber a informação dos militares


/EITAN ABRAMOVICH/AFP/JC
O porta-voz da Marinha da Argentina, Enrique Balbi, afirmou, nesta quinta-feira, que a "anomalia hidroacústica" detectada por uma agência dos Estados Unidos no dia 15 de novembro, quando desapareceu o submarino ARA San Juan, "coincide" com uma nova informação: no mesmo local e horário, ocorreu algo semelhante a uma explosão. Segundo Balbi, um "evento anômalo, singular, curto, violento e não nuclear, consistente com uma explosão" foi registrado em um ponto próximo ao local onde o submarino desapareceu. 
O porta-voz da Marinha da Argentina, Enrique Balbi, afirmou, nesta quinta-feira, que a "anomalia hidroacústica" detectada por uma agência dos Estados Unidos no dia 15 de novembro, quando desapareceu o submarino ARA San Juan, "coincide" com uma nova informação: no mesmo local e horário, ocorreu algo semelhante a uma explosão. Segundo Balbi, um "evento anômalo, singular, curto, violento e não nuclear, consistente com uma explosão" foi registrado em um ponto próximo ao local onde o submarino desapareceu. 
O anúncio foi feito depois de a Marinha ser contatada por Rafael Grossi, embaixador argentino na Áustria. Grossi foi diretor adjunto da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, na sigla em inglês) e tem experiência reconhecida na área nuclear. Grossi pediu ajuda à Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, que tem equipamentos para detectar testes nucleares e, por isso, captou a possível explosão no mar.
O incidente teria ocorrido a 30 milhas do local em que o ARA San Juan teria feito seu último contato. Após a informação, na quarta-feira, sobre a "anomalia hidroacústica", foram enviados para o local navios com sondas e aeronaves argentinas, norte-americanas e brasileiras.
Balbi reforçou, porém, que ainda não se tem certeza de que se trata do submarino buscado. "Não sabemos o que provocou esse ruído, nem se se trata do ARA San Juan, mas as informações sobre a localização coincidem", afirmou.
Indagado sobre o fator tempo e o fato de especialistas dizerem que, em caso de estar submerso, o submarino já estaria com pouco ou nenhum oxigênio, Balbi reforçou: "Seguiremos buscando, até ter evidência concreta de onde está o submarino e nossos 44 tripulantes". A localização com que as forças de busca trabalham está no golfo de San Jorge, a 434 quilômetros da costa, no Sudeste da península Valdés, na província de Chubut.
Antes da entrevista coletiva de Balbi, as informações foram repassadas a familiares dos tripulantes. "Mataram o meu irmão, filhos da puta. Mataram o meu irmão porque o fizeram navegar em um pedaço de arame", gritava um parente que saía da Base Naval de Mar del Plata depois de ser informado do último boletim da Marinha.
"Não disseram a palavra 'mortos", mas o que se pode entender?", lamentou Itatí Leguizamón, esposa de Germán Oscar Suárez, um dos tripulantes do submarino. "Não disseram que estão mortos, mas é a suposição lógica. Nos dizem apenas que estão a 3 mil metros, não falam mais nada. São uns desgraçados, uns manipuladores", disparou ela, se referindo aos militares.

De acordo com juíza, missão da embarcação era 'segredo de Estado'

O submarino ARA San Juan estava em um exercício de vigilância na zona econômica exclusiva marítima argentina, a cerca de 400 quilômetros de Puerto Madryn, na Patagônia. Ele se dirigia de volta à sua base, em Mar del Plata, ao Norte, quando as comunicações foram interrompidas.
Em um programa de televisão, a juíza federal Marta Yáñez foi questionada sobre a missão do submarino, respondendo de forma evasiva. "Há informação muito sensível e que não pode ser divulgada", resumiu, dizendo que a atividade era um "segredo de Estado". Isso contradiz a informação inicial divulgada pela Marinha, de que o submarino estaria realizando uma fiscalização sobre navios pesqueiros que estavam atuando ilegalmente.
A juíza está levando adiante a investigação sobre o que teria ocorrido desde que a Marinha informou sobre o desaparecimento da embarcação, 48 horas após seu último contato. "Estamos falando de uma embarcação de guerra, por isso não me aventuro a fazer outras considerações", disse. Porém, como a causa foi denominada de "averiguação de ilícito", abre-se a possibilidade de que a própria Marinha desconfie de alguma espécie de ataque.
A juíza, porém, reforçou que, enquanto não se encontrar a embarcação, é impossível seguir com as investigações. "Até o momento, não estamos buscando responsabilidades nem fazendo acusações, mas isso não elimina que consideremos vários cenários. As responsabilidades podem ser múltiplas."
Por enquanto, a única ação feita pela Justiça foi pedir um relatório completo sobre o estado do submarino pouco antes de partir da Terra do Fogo e depois "aguardar os informes oficiais da Marinha argentina".