Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Internacional

- Publicada em 23 de Novembro de 2017 às 15:37

Acordo permitirá a repatriação de rohingyas

Grande parte dos integrantes da etnia que atravessaram a fronteira está em campos de refugiados

Grande parte dos integrantes da etnia que atravessaram a fronteira está em campos de refugiados


/MUNIR UZ ZAMAN/AFP/JC
Monitores dos direitos humanos acusaram militares de Mianmar de diversos crimes, incluindo estupros e assassinatos em massa, contra os rohingya durante as operações que começaram após ataques de militantes dessa etnia contra 30 postos policiais e uma base militar.
Monitores dos direitos humanos acusaram militares de Mianmar de diversos crimes, incluindo estupros e assassinatos em massa, contra os rohingya durante as operações que começaram após ataques de militantes dessa etnia contra 30 postos policiais e uma base militar.
O governo de Mianmar assinou, nesta quinta-feira, um acordo com Bangladesh que vai permitir o retorno ao território birmanês dos milhares de membros da minoria rohingya que se refugiaram no país vizinho. De acordo com a ONU, mais de 600 mil rohingyas atravessaram a fronteira de Mianmar em direção a Bangladesh desde agosto, quando teve início uma ação militar do Exército birmanês. A maioria dos que fugiram vive em condições precárias em campos de refugiados.
Segundo o governo de Bangladesh, o texto "estipula que o programa de retorno deve começar em dois meses", disse, em nota, o Ministério das Relações Exteriores do país. A declaração não usa o termo rohingya - que as autoridades birmanesas rejeitam - e se refere a "pessoas deslocadas do estado de Rakhine", região do Oeste de Mianmar onde vive a minoria. Não são especificados também os critérios de repatriação ou o número de pessoas envolvidas neste programa.
"Nós estamos prontos para recebê-los assim que possível", disse Myint Kyaing, secretário do Ministério de Trabalho e Imigração de Mianmar. Segundo ele, os rohingyas precisarão preencher um formulário antes de retornar ao país.
O acordo entre os dois países aconteceu um dia após os EUA classificarem a ação dos militares birmaneses de "limpeza étnica", abrindo espaço para sanções contra os responsáveis. A ONU já tinha usado o mesmo termo.
Referindo-se a "atrocidades horríveis" contra os rohingya, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, disse em um comunicado: "Depois de uma análise cuidadosa e completa dos fatos disponíveis, é claro que a situação de Rakhine constitui uma limpeza étnica contra os rohingya". "Esses abusos por alguns dos militares, forças de segurança e vigilantes locais birmaneses causaram tremendo sofrimento e obrigaram milhares de homens, mulheres e crianças a fugir de suas casas na Birmânia para buscar refúgio em Bangladesh."
Os Estados Unidos apoiam uma investigação independente sobre o que aconteceu e buscarão ações que incluam possíveis sanções específicas, frisou, afirmando, ainda, que "os responsáveis por essas atrocidades devem ser responsabilizados". As declarações do secretário mostram uma mudança na visão norte-americana sobre o caso. Na última semana, Tillerson visitou Mianmar, mas se recusou a comentar se a ação militar caracterizava limpeza étnica.
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO