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Trabalho

- Publicada em 02 de Dezembro de 2017 às 11:31

Informais são 75% dos novos postos criados no Brasil

Setor privado teve apenas 17 mil admissões em empregos com carteira assinada

Setor privado teve apenas 17 mil admissões em empregos com carteira assinada


/MARCO QUINTANA/JC
Desde abril, quando o mercado de trabalho brasileiro começou a se recuperar, 75% das vagas geradas no País estão ligadas à informalidade. O cálculo é do coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, com base nos dados de outubro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Mensal. Entre abril e outubro, foram abertos 2,3 milhões de postos. Desses, 1,7 milhão foram vagas sem carteira assinada, trabalhadores por conta própria, empregados domésticos e empregadores.
Desde abril, quando o mercado de trabalho brasileiro começou a se recuperar, 75% das vagas geradas no País estão ligadas à informalidade. O cálculo é do coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, com base nos dados de outubro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Mensal. Entre abril e outubro, foram abertos 2,3 milhões de postos. Desses, 1,7 milhão foram vagas sem carteira assinada, trabalhadores por conta própria, empregados domésticos e empregadores.
O destaque foi o avanço do emprego sem carteira. Entre abril e outubro, foram abertas 721 mil vagas desse tipo. A segunda maior alta foi registrada no grupo dos trabalhadores por conta própria, que aumentou em 676 mil trabalhadores. Já o número de empregados domésticos cresceu em 159 mil no período, enquanto o de empregadores registrou acréscimo de 187 mil. Combinados, esses números resultam no aumento de 1,7 milhão. O restante das vagas, 511 mil, foram preenchidas no setor público.
Em contrapartida, o emprego com carteira assinada praticamente andou de lado. Foram apenas 17 mil vagas formais geradas no setor privado, pelas contas do IBGE. O instituto destaca que a metodologia empregada pela Pnad Contínua é diferente da usada no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e que vem registrando sucessivas altas no emprego formal desde o início do ano. Por isso, os números diferentes.
Azeredo destacou que o número é aproximado, porque algumas categorias não são exclusivamente compostas por emprego informal, como a de empregadores e a de empregados domésticos. No entanto, estão em linha com o esperado para o momento de recuperação gradual do mercado de trabalho. O aumento da ocupação ajudou na queda de 1,3 milhão no número de desempregados registrados desde que o cenário começou a melhorar em abril. "A crise econômica, o cenário político conturbado, de certa forma, inibe o processo de investir e empreender. Consequentemente, tem esse aumento da informalidade. Acredita-se que esse movimento informal, aumentando a massa de rendimento, possa movimentar esse mercado para que a gente possa ter o início de uma retomada de postos de trabalho formais", afirma.
O técnico explicou ainda que optou por comparar o dado de outubro com o do início do ano para analisar melhor o comportamento do mercado de trabalho apenas em 2017, sem influência dos dados de 2016.

Brasil perde 738 mil vagas com carteira assinada em um ano; desemprego está em 12,2%

O mercado de trabalho no País perdeu 738 mil vagas com carteira assinada no período de um ano. O total de postos formais no setor privado encolheu 2,2% no trimestre encerrado em outubro ante o mesmo período do ano anterior, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE. Já o emprego sem carteira no setor privado teve aumento de 5,9%, com 615 mil empregados a mais. O total de empregadores cresceu 4,3% ante o trimestre até outubro de 2016, com 179 mil pessoas a mais.
O trabalho por conta própria cresceu 5,6% no período, com 1,208 milhão de pessoas a mais nessa situação. A condição de trabalhador familiar auxiliar aumentou 6,9%, com 142 mil ocupados a mais. O setor público gerou 132 mil vagas, um aumento de 1,2% na ocupação. Houve aumento de 123 mil indivíduos na condição do trabalhador doméstico, 2% de ocupados a mais nessa função.
A taxa de desemprego de 12,2% registrada no País no trimestre até outubro foi a menor desde o quarto trimestre de 2016, quando estava em 12,0%. O País ganhou 868 mil postos de trabalho em um trimestre, ao mesmo tempo em que 586 mil pessoas deixaram o contingente de desempregados. "O Brasil está vencendo o desemprego. Os dados do IBGE mostram isso", comemorou em sua conta no Twitter, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
No trimestre encerrado em outubro, o mercado de trabalho perdeu 37 mil vagas com carteira assinada em relação ao trimestre anterior, encerrado em julho. O contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado cresceu em 254 mil pessoas. Outros 326 mil indivíduos aderiram ao trabalho por conta própria.
O setor público teve aumento de 88 mil postos de trabalho em apenas um trimestre. O emprego como trabalhador doméstico aumentou em 177 mil pessoas.

Taxa de desemprego deve voltar para a casa de um dígito só em 2020, prevê consultoria

A evolução do mercado de trabalho e as perspectivas positivas para a economia brasileira mostram que "taxa de desemprego de um dígito" será possível somente daqui a dois ou três anos. O diagnóstico é do economista Luiz Castelli, da GO Associados, que projeta crescimento de 3,2% do PIB em 2018 e de 0,7% em 2017. A expectativa da GO Associados é que a taxa média da desocupação termine este ano em 12,6%, ficando acima da marca de 11,5% de 2017. Para 2018, o nível pode diminuir para 12%.
Castelli faz a análise à luz do resultado, divulgado nesta quinta-feira pelo IBGE, do desemprego no trimestre encerrado em outubro. O economista observou que a queda na taxa para 12,2% reflete a sazonalidade do período, quando o número de contratações sobe em razão da expectativa de aumento da demanda, principalmente no comércio por causa das vendas de fim de ano. No período, o nível de desemprego com ajuste sazonal ficou inalterado em 12,6%.
"Isso mostra que o movimento tem mais a ver com a sazonalidade do que de fato com alguma melhora consistente do mercado de trabalho. O recuo do desemprego ainda é muito puxado pela informalidade", diz. A taxa de desemprego (sem ajuste) cresceu 0,2 ponto percentual em relação aos 12% no trimestre concluído em setembro.
De acordo com Castelli, a retomada do emprego ainda é lenta. O ritmo fraco de recuperação reflete, segundo o economista, o crescimento da força de trabalho, visto que mais pessoas estão em busca de ocupação. O economista acredita que assim que a atividade mostrar sinais mais sólidos de expansão o mercado de trabalho também poderá ter um retrato mais favorável. "O crescimento da população ocupada está num ritmo razoável, dado o grau de recuperação que ainda está no começo", afirma.

Massa de salários em circulação cresce R$ 7,65 bilhões

A massa de salários em circulação na economia cresceu R$ 7,65 bilhões no período de um ano, graças ao aumento no número de pessoas trabalhando. Na comparação com o trimestre encerrado em julho, a massa de renda real aumentou 1,4% no trimestre terminado em outubro, R$ 2,578 bilhões a mais.
"A alta foi em função de ter tido estabilidade no rendimento com aumento da população ocupada", explicou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. "O ponto mais positivo é a massa ter crescido, porque a massa crescendo tem mais dinheiro circulando no mercado, mais renda, mais gasto, mais consumo. O ponto negativo é que o crescimento está se dando pela informalidade", completou.