Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 07 de Novembro de 2017 às 19:48

Experiência com ONG acelera negócio de startup

Pereira aposta que em 2018 a empresa alcançará um outro patamar

Pereira aposta que em 2018 a empresa alcançará um outro patamar


NUVEO/DIVULGAÇÃO/JC
Patricia Knebel
Doze minutos é o tempo médio que um funcionário do departamento jurídico de uma instituição financeira leva para consolidar os dados de uma das centenas de demandas judiciais que recebe todos os dias, como da sua área de seguros. O responsável recebe o processo, abre a imagem do documento, coleta as informações necessárias, fecha, acessa sites da Justiça para buscar outros dados e, enfim, finaliza. Essa é a realidade do Bradesco. Depois que passou a usar a solução de automação de backoffice da Nuveo, em sua fase de testes, o banco viu esse tempo cair para uma média de 30 segundos.
Doze minutos é o tempo médio que um funcionário do departamento jurídico de uma instituição financeira leva para consolidar os dados de uma das centenas de demandas judiciais que recebe todos os dias, como da sua área de seguros. O responsável recebe o processo, abre a imagem do documento, coleta as informações necessárias, fecha, acessa sites da Justiça para buscar outros dados e, enfim, finaliza. Essa é a realidade do Bradesco. Depois que passou a usar a solução de automação de backoffice da Nuveo, em sua fase de testes, o banco viu esse tempo cair para uma média de 30 segundos.
Esse é apenas um dos cases que a startup, que vive o seu melhor momento no mercado, implantou. Soma-se a esse cliente outros nomes como Telefônica, Tecnisa, BWM e Cyrela. São 28 funcionários no Brasil e três no Canadá, onde está a convite do governo local. Até o fim do ano, chegará ao México. A meta é fechar 2017 com faturamento de R$ 10 milhões. "Em 2018, sairemos do patamar de uma operação pequena para média", diz otimista Flávio Pereira, CEO e cofundador da Nuveo.
A história da startup começou em 2015, e não foi fácil. Na época, ele e o seu sócio Thiago Avelino criaram um produto que deveria funcionar como uma espécie de buscador on-line, nos moldes do Google, mas focado no segmento corporativo. Era uma ferramenta para organizar as informações das companhias. Ex-executivo de multinacionais, Pereira tinha muitos contatos e foi confiante apresentar a ideia.
"Achávamos que era um produto matador. Mas comecei a apresentar para os meus amigos que trabalhavam em grandes empresas, eles achavam a ideia interessante, mas não queriam comprar", relembra. O problema, que hoje ele identifica, era que o tempo entre implantar essa ferramenta e ela começar a dar resultados visíveis para as corporações era longo. E ninguém quis apostar.
A grande virada aconteceu quase por acaso. Pereira é voluntário de diversas ONGs em São Paulo, e, um dia, conversando com a fundadora da Lar das Crianças, que atende crianças e jovens em situação de vulnerabilidade em São Paulo, ele ficou sabendo que a instituição enfrentava dificuldades com o processo de digitalização de notas fiscais que as entidades do setor realizam para obter recursos no programa Nota Fiscal Paulista. "Eles gastavam R$ 10 mil por mês para digitalizar as informações", conta. E foi aí que veio a grande sacada: criar um sistema capaz de automatizar todo esse processo.
Um tempo depois, Pereira reapareceu lá com um scanner e um sistema capaz de ler as informações presentes na nota e usá-las para fazer as solicitações de doações automaticamente. Agora, era um robô o responsável por pegar a imagem, tirar as informações importantes, entrar no site do governo e digitalizá-las.
"Ali, eu percebi que essa solução conseguiria resolver uma dor gigante de diversas empresas ao eliminar o trabalho manual nos seus processos. E tudo com uma tecnologia proprietária e com uma capacidade imensa de ler imagens com o menor nível possível de erro", relembra. E, desta vez, deu certo.
Depois deste case, vieram outras ONGs, empresas de pequeno e médio porte e, enfim, as gigantes, que passaram a validar a solução criada pela Nuveo. Atualmente, a ferramenta está sendo usada para ler documentos jurídicos e pessoais e guias de impostos. Uma das experiências recentes foi a de ter participado do inovaBra startups, programa de inovação aberta do Bradesco que dá a oportunidade para as startups trabalharem com clientes reais e testarem soluções na prática.
Segundo Pereira, não ter insistido no projeto que o mercado demonstrou pouco interesse e, em vez disso, olhar novas necessidades das empresas permitiu esse avanço. "Uma empresa que só tem tecnologia, mas não tem clientes, não tem nada. É preciso sentar com eles e ouvir várias vezes que aquilo que você quer fazer não é importante, até acertar", diz.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO